segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

DESIDERATA

DESIDERATA
( do latim desideratum – aquilo que se deseja ou aspira)

Vá placidamente por entre o barulho e a pressa e lembre-se da paz que pode haver no silêncio.
Tanto quanto possível, sem capitular, esteja de bem com todas as pessoas.
Fale a sua verdade calma e claramente, e escute os outros, mesmos ou estúpidos e ignorantes porque eles também têm a sua história.
Evite pessoas barulhentas e agressivas. Elas são o tormento para o Espírito.
Se você se comparar aos outros, pode tornar-se vaidoso e amargo, porque sempre haverá pessoas superiores e inferiores a você.
Desfrute suas conquistas do mesmo modo que os seus planos.
Mantenha-se interessado em sua própria carreira, mesmo que humilde, e o que realmente se possui na sorte incerta dos tempos.
Exercite a cautela nos negócios, porque o mundo é cheio de artifícios.
Mas não deixe que isso o torne cego à virtude que existe, muitas pessoas lutam por altos ideais, e por toda a parte a vida é cheia de heroísmo.
Seja você mesmo. Principalmente não finja afeição, nem seja cínico sobre o amor; porque em face de toda a aridez e encantamento ele é perene como a grama.
Aceite gentilmente o conselho dos anos, renunciando com benevolência às coisas da juventude.
Cultive a força do Espírito para proteger-se do infortúnio inesperado.
Não se desgaste com temores imaginários. Muitos medos nascem da fadiga e solidão.
Acima de uma benéfica autodisciplina, seja bondoso consigo mesmo.
Você é filho do Universo, não menos que as árvores e as estrelas.

Você tem o direito de estar aqui e quer seja claro para você ou não, sem dúvida o Universo se desenrola como deveria. Portanto esteja em paz com Deus, qualquer que seja a sua forma de concebê-lo, e sejam quais forem sua lida e suas aspirações.
Na barulhenta confusão da vida, mantenha-se em paz com sua alma
Com todos os enganos, penas e sonhos desfeitos, este ainda é um mundo maravilhosos.
Esteja atento.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

dicas para praticar meditação

Falar em Ioga é o mesmo que falar em meditação, pois todas as suas técnicas visam fornecer meios para tornar possível a prática meditativa que, por sua vez, necessita do treino prático da atenção.

1ª - Escolha um lugar tranqüilo onde você possa sentar de forma confortável e com a coluna ereta. Pode ser numa cadeira ou no chão, com as pernas cruzadas.

2ª - Use roupas que não apertem nem incomodem.

3ª - Evite meditar quando estiver com sono ou muito cansado. Um bom horário para meditar é pela manhã, quando estamos mais descansados.

4ª -Comece com dez minutos diários. Use um despertador para marcar o tempo.

5ª - Não se mova enquanto estiver meditando, pois o corpo é como um pote e a mente é a água dentro dele.

6ª - A atenção deve estar voltada para o objeto da meditação (a respiração, um símbolo, etc.), sem que isso necessite de grande esforço.

7ª - Caso você disperse sua atenção, reinicie o processo.

8ª - Qualquer coisa que ocorra será benéfico. Provavelmente, muitos pensamentos desfilarão por sua mente, e alguns poderão provocar reações como vontade de rir ou chorar. Mesmo assim, continue sentado e volte sua atenção para o objeto da meditação.

As técnicas de meditação que relaxam os corpos e abrem a mente para receber as energias do Eu Superior, ajudam a eliminar da mente as preocupações relativas ao dia-a-dia e permite que as informações superiores sejam processadas pela consciência do indivíduo.

A meditação assim como o sonho é uma forma poderosa de comunicação interior. Ela retira da mente os programas de pensamento consciente para permitir que as informações vibracionais superiores (do Eu Superior) penetrem no “biocomutador” para serem processadas e analisadas, além disso, provoca, ao longo do tempo, alterações graduais na anatomia sutil do indivíduo. Os chakras são ativados e desobstruídos lentamente e a energia Kundalini vinda do chakra básico acaba subindo pelas vias sutis na medula espinal até alcançar o chakra da coroa.

Ao longo do curso natural do desenvolvimento humano, a pessoa gradualmente desobstrui a maioria dos chakras do corpo. O grau de abertura dos chakras irá depender da capacidade de comunicação com os outros, de expressar idéias de forma artística e criativa, para amar a si mesmo e aos outros e para buscar o significado último da vida.

A prática diária da meditação, ao longo de um período de muitos anos, produz uma gradual elevação da energia kundalini que vai desobstruindo cada um dos chakras por onde passa; desde o centro do básico até o coronal. Nesse processo as tensões sutis acumuladas ao longo da vida do indivíduo são dissipadas lentamente. Esse desbloqueio também está relacionado com a gradual compreensão das lições emocionais e espirituais necessárias para o correto funcionamento desse chakra.

Ao longo do tempo, os processos emocionais contribuem para o aprendizado dessas importantes lições de vida, à medida que a personalidade consciente começa a compreender as causas dos bloqueios. Essas informações chegam lentamente ao indivíduo através da meditação à medida que ele vai aprendendo a ouvir a sábia voz do seu Eu Superior.

A meditação ajuda a construir pontes energéticas sutis de aprendizado e comunicação que ligam a personalidade física ao conhecimento contido nas estruturas vibracionais superiores da consciência do próprio indivíduo. A repetição de vários sons e mantras, por exemplo, quando efetuada de forma consciente ao longo do tempo pode ser muito eficaz para remover da mente os pensamentos conscientes fazendo com que o hemisfério esquerdo saia de cena silenciando a mente concreta.

Os mantras específicos são sinais de energia vibracional sônica superior que produzem extraordinários efeitos no sentido de elevar a consciência até os níveis espiritais superiores. Tais mantras, quando repetidos (meditação passiva) com freqüência ao longo de um determinado período, pode provocar alterações sutis no sistema nervoso, que associadas à meditação podem redundar na evolução das estruturas de consciência a fim de que elas possam processar os níveis superiores de input vibracional.

À medida que superemos as dificuldades e os bloqueios que nós mesmos criamos, os obstáculos ao fluxo interno de energia criativa são dissolvidos e a ascensão das energias kundalini torna-se mais fácil. Os obstáculos, na sua origem não estão no mundo exterior, mas existem na percepção imperfeita do próprio indivíduo, percepção imperfeita da realidade; são produzidos pela nossa própria maneira de pensar. A eliminação dos bloqueios que impedem a percepção da verdade faz com que os seres humanos cheguem mais perto de compreender o fato de serem manifestações de luz, amor e das energias da Criação. Esses bloqueios , ou melhor, os erros de percepção, nos impedem de conviver harmoniosamente com o próximo e também se manifestam na forma de doenças no corpo físico. A doença irá manifestar-se no sistema de órgãos que ressoa de forma mais íntima com o chakra que rege uma determinada lição a ser aprendida. As vezes a lição não aprendida pode não ter originado na atual existência.

Através da meditação, a personalidade poderá vir a descobri o verdadeiro significado das doenças que afligem o corpo físico.

O verdadeiro propósito da meditação é alcançar um estado de iluminação ou também, conhecido pela psicologia junguiana (psicologia analítica), a individuação. Como iluminação seria uma perspectiva mais cósmica ou energética das estruturas da consciência, um senso de unidade com todos os seres vivos e uma compreensão a respeito das questões espirituais subjacentes à realidade física.

Esse elevado nível de percepção permitirá que a pessoa compreenda o significado de sua vida em relação a vida dos outros e ao universo em geral. Esse processo de iluminação está intimamente ligado ao correto alinhamento e ao funcionamento normal dos principais chakras do corpo. Quando a pessoa passa a buscar os significados superiores da vida, geralmente através de religião ou conhecimento sobre estes aspectos superiores (em literatura, cursos etc.) acaba estimulando os sete chakras principais. A meditação amplifica esse processo e acelera a desobstrução dos chakras, ativando sua energia sutil e seu alinhamento de uma forma rápida e direta que só seria possível através de muita devoção e orações conscientes.
M.Loureiro

domingo, 5 de dezembro de 2010

a cura e o curador

Como alguém torna-se um curador? Alguns são auto-selecionados, dotados por herança espiritual, outros são treinados nos mistérios da natureza e nas leis naturais e transcendentais pelos mais velhos de sua comunidade, como acontece com os xamãs siberianos e indígenas. Outros herdam geneticamente de seus ancestrais os dons de curar, e espontaneamente manifestam esse poder assim como o conhecimento dos princípios curativos de ervas, raízes, cristais, elixires e fumigações. Outros ainda recebem os dons pela Graça, sendo agraciados por revelações advindas de níveis superiores de realidade. Por outro lado muitos estudam anos em universidades conhecem fármacos e técnicas de diagnóstico e cirurgias, para descobrir que o corpo humano surpreende e desafia conhecimentos formais e descobertas científicas. Porém, todos os curadores desabrocham de si mesmos, sejam eles acadêmicos ou informais. A espiritualidade surge quando o conhecimento formal deixa o domínio do intelecto e passa a ser experiência interior. No caso dos xamãs isso acontece depois de uma vivência mágica, quando passam por uma experiência transcendental de morte e renascimento. Dessa experiência eles emergem tendo superado padrões limitadores de consciência. Eles adquirem refinamento dos sentidos físicos e interiores, e uma nova percepção de si mesmos, e das dimensões pelas quais transita sua mente e o seu espírito. Trata-se de uma iniciação profunda que permite ao iniciado livre acesso a luz do conhecimento, e as trevas da ignorância. Da Luz às trevas e das trevas à Luz. O xamã mergulha no desconhecido e vem à tona como portador de soluções. Por isso ele é capaz de colher informações transitando pelos três mundos, físico, astral e causal sem se aprisionar, e retornar incólume para a tridimensionalidade. E a partir daí atuar de modo eficiente na solução de problemas, sejam emocionais, sejam doenças físicas sofridas por quem o consulta. Diante do paciente, o curador xamanico se coloca humildemente a serviço das forças da natureza, e permite que a intuição e o conhecimento ancestral e ritualístico atuem em conjunto. Existem qualidades específicas que caracterizam o curador, seja ele um medico ou um xamã; dentre elas podemos destacar, a visão holística, o conhecimento da energia vital e seu funcionamento e circulação no meio ambiente, e em todos os seres vivos. O curador tem consciência do mistério e reverencia o poder sagrado que permeia tudo que existe. Ele o faz porque sabe que existe uma Fonte de energia primordial que propicia a criação, manutenção, restauração e renovação da vida. Por isso, ele pode dela ser abastecido e abastecer as pessoas carentes dessa conexão com a energia universal de cura. Todo curador acessa facilmente os campos de infinitas possibilidades da inspiração, também reconhece símbolos que interpretam como sinais orientadores. Não importa se ele foi instruído na universidade, ou no livro sagrado da natureza. O curador é alguém que se entrega confiante ao inesperado e surpreendente, e que se oferece como instrumento para que a harmonia do universo se revele em forma de cura. Além disso, o curador tem o dom da introvisão, da intuição. Penetra nas estruturas do caráter e comportamento das pessoas e principalmente sabe ser alegre e desapegado dos dramas, derrotas e vitórias eventuais, portanto encara com leveza a mutabilidade e a fragilidade da condição humana. Todo curador tem habilidade para alterar seu nível de consciência sempre que desejar ou se fizer necessário para o bem comum. Seja ele(a) um medico, ou um místico xamã, para curar é preciso estar em sintonia com a mutação da vida, a divina alquimia que torna os milagres naturais. Antes de tudo, o que define o curador, e nutre sua capacidade de curar, é além do conhecimento e competência formal ou despertada, a autoconfiança, a coragem de ousar e a parceria corajosa com o desconhecido atravez da integridade e da pureza do seu caráter. Baseado nisso ele (a) desenvolve o foco na saúde, e não na doença, na retidão, na beleza e no respeito pela vida humana. É irrelevante se o curador é um pajé, um xamã siberiano ou tibetano ou um medico, ele é alguém que crê na vida, e que ultrapassa sem temor os condicionamentos formais, técnicos, familiares, profissionais, sociais ou culturais. Supera dogmas, corre riscos e elege um método eficaz, generoso e direto de atuar, e perceber a ação do divino naquilo que faz. Desse modo se posiciona como um servidor, tanto dos seres humanos como da natureza e do universo. O curador tem olhos de criança descobrindo e se deslumbrando sempre, e se posicionando com equilíbrio e reverência diante dos surpreendentes poderes do corpo e do espírito. A doação de tempo, conhecimento, amor, atenção e carinho delineiam o caminho da cura. Porém, doação implica saber receber. Para que a cura aconteça é preciso que curador e paciente saibam receber tanto quanto possam saber doar. O universo atua atravez de trocas recíprocas. E a natureza nos ensina que na sua dinâmica inovadora nada é dado infinitamente somente de um lado, sem que o outro lado receba também. Por exemplo: Um lago é alimentado por uma nascente, uma entrada de água, e tem também uma saída, seja pela evaporação ou uma abertura para um regato. Se a fonte secar, ou for desviada, o lago deixará de existir e o regato de ser alimentado. Na delicada e frágil teia da vida, a interdependência e a reciprocidade, são leis sagradas de sobrevivência. Integrado com a Terra, e com os céus, o curador compreende a doença como desarmonia entre corpo, mente e espírito, e desses com a natureza e o universo, por isso busca soluções para restaurar o equilíbrio que sustenta a coexistência. Para o curador, a saúde é um estado de integração corpo, mente e espírito. E meio caminho andado para a cura é nos livrarmos da ilusão de isolamento, e percebermos a inter-relação entre o homem natural, intelectual e espiritual. Ele(a) sabe que ninguém cura ninguém, mas que ele,(a) pode ser o agente do despertar do curador interior que vive em cada um de nós. Remédios usados sem critério, ou mesmo sem receituário medico podem fazer efeito momentâneo, mas também mascarar sintomas, e prejudicar a cura. Porém, se usados corretamente e indicados por profissionais competentes podem curar doenças e aliviar dores, mas, somente quando o curador interior que vive em cada um de nós é ativado existe cura verdadeira. Se o curador interior não for despertado, as medicações serão apenas paliativas, por mais competente que seja o medico ou o xamã. Generosidade, autoconfiança, humildade, amor ao próximo, reverencia pelo sagrado, sintonia fina com o universo, e parceria amorosa com a vida; essas são as principais regras seguidas pelo curador. Desse modo, ele se oferece como veículo e é capacitado pelo poder criativo e restaurador da natureza, e é regido pela lei da potencialidade pura do universo


Marilu Martinelli