Você já imaginou se
todas as pessoas fossem idênticas a você, neste mundo.
Todos tivessem
pensamentos iguais, sentimentos iguais, gostos iguais aos seus?
Ninguém para lhe
contrapor uma idéia, ninguém que contrariasse seus desejos, e muitos que agissem
exatamente como você.
E se todas as pessoas
gostassem dos mesmos filmes, dos mesmos alimentos, das mesmas festas, dos mesmos
times de futebol, dos mesmos carros, e de freqüentar os mesmos
lugares?
Será que a vida teria graça?
Ou será que
isso seria um real motivo para a infelicidade?
Imagine se
todos vestissem roupas das mesmas cores, dos mesmos modelos, da mesma marca.
Isso causaria tédio.
Se todos
fôssemos idênticos não haveria graça nem crescimento.
Nós precisamos
uns dos outros para sermos felizes. Precisamos de pessoas que pensem diferente,
que sintam diferente, que ajam diferente, porque é a soma das diferenças que
produz a felicidade.
Precisamos
trocar experiências, discutir idéias, concordar e discordar.
É essa
dinâmica da vida que nos dá motivos para viver e crescer realmente.
Por isso as
diferenças são salutares, são incentivo e estímulo para o nosso
progresso.
A felicidade é
uma propriedade do Espírito, mas só é conquistada na vida de
relação.
As emoções que
sentimos só são possíveis porque existe o outro.
Se não
houvesse o outro não teríamos como avaliar nossos sentimentos.
Sem o
inter-relacionamento seríamos ilhas, isoladas, e a vida não teria
sentido.
Podemos
afirmar, então, que a felicidade é uma conquista social.
Por tudo isso,
vale a pena pensar na importância das pessoas em nossa vida, por mais
problemáticas que elas sejam.
São elas que dão significado à vida e nos
permitem a felicidade. Portanto, as pessoas são mais importantes que os bens
materiais e o dinheiro.
Imagine que
você tivesse muito dinheiro, a casa de seus sonhos, com a mobília mais
sofisticada possível, roupas maravilhosas e comida abundante.
Mas tudo isso
ao preço de nunca mais ver ou ser visto por qualquer ser humano. Você ficaria
contente? Ou será que enlouqueceria?
Só se é feliz
em sociedade.
Como disse o
poeta Antônio Carlos Jobim, é impossível ser feliz sozinho.
De que adianta
ter beleza, dinheiro, bens, se não tiver olhos para contemplar a beleza,
companhia para gastar o dinheiro e alguém para admirar nossos bens?
Assim também
acontece no campo dos sentimentos.
De que adianta
ter a mente mais brilhante, o coração mais afetuoso sem ninguém para dividir
esses tesouros?
E somente podemos interagir dessa forma com
outras pessoas. Não podemos trocar idéias com coisas ou animais.
As coisas não
interagem e os animais não trocam idéias... Restam os seres
humanos.
É com eles que
construímos e dividimos a nossa felicidade.
Por isso é
importante que o outro seja diferente. Não há crescimento sem antagonismos. Se
todos fôssemos iguais não haveria progresso.
É na harmonia
dessas diferenças que está a beleza da relação entre os seres racionais. Do homo
sapiens.
Pense nisso.
Analise sua vida de relação. Observe como o contato com as outras pessoas lhe
possibilita ser feliz.
E lembre-se
sempre: as pessoas não são e nem podem ser idênticas a você.
*
* *
A felicidade
não é um lugar aonde chegaremos um dia, é uma forma de vida, é uma maneira de
caminhar.
Redação do
Momento Espírita, com base em Seminário coordenado por
Cosme Massi,
realizado na Federação Espírita do Paraná
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