“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados
os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, porque o reino
dos céus é para eles.” (Capítulo 5 item 1.)
Lágrimas são emoções
materializadas que romperam as barreiras do corpo físico. Em realidade,
representam os excessos de energia que necessitamos extravasar.
Nem
sempre são as mesmas fontes que determinam as lágrimas, pois variadas
são as nascentes geradoras que as expelem através dos olhos.
Lágrimas nascidas do amor materno são vistas quase que corriqueiramente nos olhos das mães apaixonadas pelos filhos.
Lágrimas de alegria marejam nos olhos dos enamorados, pelas emoções com que traçam planos de felicidade no amor.
Lágrimas
geradas pela dor de quem vê o ente querido partir nos braços da morte
física, entre as esperanças de reencontrá-lo logo mais, na vida eterna.
Lágrimas
de amigos que apertam mãos nas realizações e uniões prósperas são
sempre nascentes puras de emotividade sadia oriundas do coração.
Há,
porém, lágrimas criadas pelos centros de desequilíbrio, que mais se
assemelham a gotas de fel, pois, quando jorram, congestionam os olhos,
tornando-os de aspecto agressivo, de cor carmim, entre energias danosas
que embrutecem a vida.
Lágrimas de inveja e revolta que brotam nos
olhares dos orgulhosos e despeitados, quando identificam criaturas que
vencem obstáculos, alcançando metas e exaltando as realizações ditosas
que se propuseram edificar.
Lágrimas de angústia e desconforto que
umedecem as pálpebras dos inconformados e rebeldes, os quais, por não
respeitarem a si mesmos e aos outros, sofrem como conseqüência todos os
tipos de desencontros nos caminhos onde transitam desesperados.
Lágrimas
de pavor e devassidão, em uma análise mais profunda, são tóxicos
destilados pela fisionomia dos corruptos, que lesam velhos, crianças e
famílias inteiras na busca desenfreada de ouro e poder.
Lágrimas
dissimuladas que gotejam da face dos hipócritas e sedutores, os quais,
por fraudarem emoções, acreditam sair ilesos perante as leis naturais da
vida.
Conta-se que lágrimas espessas rolaram dos olhos dos ladrões crucificados entre o Senhor Jesus, no Gólgota.
As
gotas de lágrima do mau ladrão fecundaram, no terreno dos sentimentos,
as raízes da reflexão e do discernimento, que permitiram entender o
porque dos corações rígidos e inflexíveis. A humanidade aprendeu que há
hora de plantar e tempo de ceifar e que nem todos estão ainda aptos a
compreender a essência espiritual, nascendo, portanto, dessa percepção o
“perdão incondicional”.
Mas dos olhos do bom ladrão deslizaram as
lágrimas dos que já admitiram seus próprios erros, vitalizando o solo
abundantemente e fazendo germinar as sementes poderosas que permitem às
consciências em culpa usar sempre “amor incondicional” para si mesmas e
para os outros, como forma de restaurar sua vida para melhor.
Isso
fez com que os seres humanos se aproximassem cada vez mais do patamar da
reparação e do enorme poder de transformação que existem neles mesmos,
reformulando e reorganizando gradativamente suas vidas. Estabeleceu-se
assim, na Terra, o “arrependimento” - sentimento verdadeiro de remorso
pelas faltas cometidas e que serve para renovação de conceitos e
atitudes.
No teu mergulho interior, pondera tuas lágrimas, analisa-as e certifica-te dos sentimentos que lhes deram origem.
Que
sejam sadias tuas fontes geradoras de emoções e que esse líquido
cristalino que escorre sobre tuas faces te levem ao encontro da paz
interior, entre alicerces de uma vida plena.
Livroa: Renovando Atitudes
Francisco do Espirito Santo Neto/Hammed
Mensagem Espírita
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