quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A origem do medo - Eckhart Tolle

"A doença psicológica do medo não está presa a qualquer perigo imediato concreto e verdadeiro. Manifesta-se de várias formas, tais como agitação, preocupação, ansiedade, nervosismo, tensão, pavor, fobia, etc. Esse tipo de medo psicológico é sempre de alguma coisa que poderá acontecer, não de alguma coisa que está acontecendo neste momento.

Você está aqui e agora, ao passo que a sua mente está no futuro. Essa situação cria um espaço de angústia. E, caso estejamos identificados com as nossas mentes e tenhamos perdido o contato com o poder e a simplicidade do Agora, essa angústia será nossa companhia constante. Podemos sempre lidar com uma situação no momento em que ela se apresenta, mas não podemos lidar com algo que é apenas uma projeção mental. Não podemos lidar com o futuro.

Além do mais, enquanto estivermos identificados com a mente, o ego regerá as nossas vidas. Por conta da sua natureza ilusória e apesar dos elaborados mecanismos de defesa, o ego é muito vulnerável e inseguro e vê a si mesmo sob constante ameaça.

Esse é o caso aqui, mesmo que o ego seja muito confiante, em sua forma externa. Agora, lembre-se de que uma emoção é a reação do corpo à mente. Que mensagem o corpo está recebendo permanentemente do ego, o falso eu interior construído pela mente? Perigo está sob ameaça. E qual é a emoção gerada por essa mensagem permanente? Medo é claro.

O medo parece ter várias causas. Tememos perder, falhar, nos machucar, mas em última análise todos os medos se resumem a um só: o medo que o ego tem da morte e da destruição. Para o ego, a morte está bem ali na esquina. No estado de identificação com a mente, o medo da morte afeta cada aspecto da nossa vida. Por exemplo, mesmo uma coisa aparentemente trivial ou “normal”, como a necessidade compulsiva de estar certo em um argumento e demonstrar à outra pessoa que ela está errada, acontece por causa do medo da morte.

Se estivermos identificados com uma atitude mental e descobrirmos que estamos errados, nosso sentido de eu interior baseado na mente correrá um sério risco de destruição. Portanto, assim como o ego, você não pode errar. Errar é morrer. Muitas guerras foram disputadas por causa disso, e inúmeros relacionamentos foram destruídos.

Uma vez que não estejamos mais identificados com a mente, não faz a menor diferença para o nosso eu interior estarmos certos ou errados. Assim, a necessidade compulsiva e profundamente inconsciente de termos sempre razão -o que é uma forma de violência – vai desaparecer.  

Você poderá declarar de modo calmo e firme como se sente ou o que pensa a respeito de algum assunto, mas sem agressividade ou qualquer sentido de defesa. O sentido do eu interior passa a se originar de um lugar profundo verdadeiro dentro de você, não mais de sua mente. 

Tenha cuidado com qualquer tipo de defesa dentro de você. Está se defendendo de quê? De uma identidade ilusória, de uma imagem em sua mente, de uma entidade fictícia. Ao trazer esse padrão à consciência, ao testemunhá-lo, você deixa de se identificar com ele. À luz da sua consciência, o padrão de inconsciência irá se dissolver rapidamente.

Esse é o fim de todos os argumentos e jogos de poder, tão prejudiciais aos relacionamentos. O poder sobre os outros é a fraqueza disfarçada de força. O verdadeiro poder é interior e está à sua disposição agora.

A mente procura sempre negar e escapar do Agora. Em outras palavras, quanto mais nos identificamos com as nossas mentes, mais sofremos. Ou ainda, quanto mais respeitamos e aceitamos o Agora, mais nos libertamos da dor, do sofrimento e da mente.

Se não quer gerar mais sofrimento para você e para os outros, se não quer acrescentar mais nada ao resíduo do sofrimento do passado que ainda vive em você, não crie mais tempo, ou, pelo menos, não mais do que o necessário para lidar com os aspectos práticos da sua vida. Como deixar de criar tempo?

Tendo uma profunda consciência de que o momento presente é tudo o que você tem. 

Faça do Agora o foco principal da sua vida. Se antes você se fixava no tempo e fazia rápidas visitas ao Agora, inverta essa lógica, fixando-se no Agora e fazendo visitas rápidas ao passado e ao futuro quando precisar lidar com os aspectos práticos da sua vida. 

Diga sempre “sim” ao momento atual."

compartilhado por Sergio Magalhães

Nossa Jornada rumo à Imortalidade IV

          Nosso sistema sensorial  é extremamente limitado. A visão, audição, olfato, tato, paladar, enfim, os sentidos do nosso corpo físico deixam muito a desejar.  É necessário ampliar a capacidade  perceptiva, aprender a ver, ouvir, sentir... desenvolver maior acuidade. Colocar toda a  atenção naquilo que estamos fazemos agora, neste momento.  É tão importante este “estar presente no aqui e agora”. 
Somos distraídos, dispersos, displicentes. Uma das maiores queixas que ouço é a  grande dificuldade de concentração.  E todos sabemos  as conseqüências negativas que isto acarreta. Bem, fica claro  então, que primeiramente precisamos aprender a prestar atenção.
Aprender é algo que praticamos desde sempre. A  partir do  nascimento tudo que fazemos tem como principal objetivo aprender. Aprender a falar, andar, comer, aprender para saber. A família e a sociedade esperam isto, que aprendamos. E cobram.  Como cobram! Somos cobrados diariamente. Comportamentos, atitudes, sentimentos... E lá vamos nós aprendendo na marra. 

Estar atento facilita todo o processo de aprendizagem, em qualquer nível e qualquer assunto. Ajuda a ampliar os nossos conhecimentos,. Esta expansão da percepção, do conhecer e do saber implica em resgatar  o verdadeiro caminho do  auto-conhecimento, da auto-estima e da auto-suficiência. Permite adquirir maior confiança na sua sabedoria interior, no Poder ilimitado e infinito que guarda em sua Essência.

 Nós aprendemos a prestar atenção às aulas, à leitura, ao que os pais dizem, ao que ocorre à nossa volta. Exercitamos bastante colocar nosso foco de atenção lá fora.  Naturalmente isto é muitíssimo importante.  Melhor, é uma questão de sobrevivência.  Mas isso não basta.
  Precisamos agora voltar nosso olhar para dentro de nós mesmos. Mudar o foco de atenção. Internalizar, para encontrar e resgatar  idéias, palavras, sentimentos e crenças de um Ser perdido no tempo,  por estar adormecido.  Um ser que vem aguardando o tempo de despertar e poder falar de tantas coisas vistas, aprendidas..., de tantas experiências, boas e más, de alegrias e sofrimento, mas com certeza, de grande aprendizagem. O tempo é agora. Esse é o  momento.
A  virada do milênio nos convida a essa mudança de foco. É chegado o tempo de mudança tão esperado por aqueles tantos (ou tão poucos ?) que ouviram a mensagem dos Mestres anunciando a Nova Era de Aquário. Esses mesmos Mestres nos pedem agora que nos preparemos para  um novo tempo, o tempo da fraternidade, tempo de dar as mãos, tempo do Amor com letras maiúsculas.

Vamos resgatar o aprendizado feito, tantas vezes a duras penas, através do tempo.  Pela minha e a sua estrada, e outras tantas que estão à nossa disposição desde que tenhamos disposição e persistência. São muitos os caminhos e trilhas,  mas com certeza, havemos de chegar lá, no alto da  montanha. Lá onde o Sol brilha mais intensamente, tornando tudo muito claro. Tão claro que permite ver “de onde venho, para onde vou”....
Deixe que a Luz ilumine você!  Que a Vida se manifeste através de você!  Vida como liberdade de SER.  Liberdade como poder.  Poder dizer  gosto, quero, posso.  Dizer, gritar:  Eu Sou -  para que todos ouçam a voz que sai do coração.
É essa vida que vale a pena ser vivida.
A minha vida. A sua vida.
Este resgate – de cada um de nós -,  é a nossa Missão.

MCCA

Continua...

Nossa Jornada rumo à Imortalidade III

             Era uma vez....uma semente. 
Qualquer uma.
Imagine-a na sua mão. Seja de uma grande árvore, ou mesmo de uma pequena plantinha. É apenas uma semente mas já tem em si mesma, todo o potencial para ser tudo aquilo que já é...
A semente tem em si toda uma programação, podemos dizer genética, que lhe permite “vir a ser”  uma bonita planta capaz de dar as mais belas flores para enfeitar ao nossos jardins, as nossas casas, as nossas vidas...ou, quem sabe, transformar-se em uma frondosa árvore e, dar-nos  sombra, flores e frutos ... Esse é o objetivo de uma semente: ser.

Do mesmo modo, nós temos um objetivo maior na vida: Ser.
E como a semente, guardamos um potencial.  Maravilhoso potencial que faz do homem também um criador, à semelhança do Grande Arquiteto e Criador de tudo que é. É certo que muitas vezes esquecemos disto, e continuamos sendo apenas uma promessa. 
Outras tantas ocasiões, chegamos mesmo a desenvolver algumas habilidades e competência... mas nos percebemos pequenos e esquecemos que podemos ser tudo aquilo que Ele pensou para sua  criaturas...chegamos a esquecer que somos  filhos de Deus e sua mais perfeita criação.

Esta é uma das propostas deste trabalho, talvez a mais importante, lembrar-lhe quem é: uma criatura divina! Ajudar você, a encontrar, em meio a todo o material arquivado no inconsciente através da sua existência,  todos os recursos e instrumentos que precisa para atuar nesse processo de vir a Ser.
Os meios são muitos e estão aí, ao seu alcance, muito  bem guardados em seu coração e na sua mente. É preciso apenas buscar, resgatar. Isto me faz lembrar uma das pressuposições da Programação Neurolingüística,  que diz que todos temos todos os recursos que necessitamos para chegar onde queremos chegar.. 
Se permitir,  gostaria de oferecer-lhe outros tantos recursos, aqueles  que são  o fruto de minha experiência de vida, de anos estudos e de trabalho.  Principalmente, permita-me  compartilhar com você, o que me foi ensinado diretamente,   através de anos de meditação, de canalização e  do contato com  Amigos de outras esferas.  Contato que me permitiu, de modo bastante  seguro, chegar até aqui.

Assim, quero falar-lhe que vale a pena insistir, continuar a sua busca, porque a aprendizagem é certa, enquanto passa por alguns dos muitos caminhos possíveis de percorrer.  Vários deles já seus conhecidos, mas nada impede que sejam refeitos, agora com mais experiência e segurança.  Outros ainda inexplorados, talvez por falta de oportunidade. Todos os caminhos são válidos e importantes se pretendemos chegar ao Saber, do conhecer.
 Creia que essa é uma viagem fantástica e surpreendente. E  enquanto tudo acontece, você vai descobrindo que muitas  coisas que pensa que sabe, não sabe. Em contrapartida,  sabe tantas outras... inúmeras outras,  e não sabe que sabe.  Já sabemos que nossa mente é realmente um computador, muitos já disseram.  Infelizmente, porém, ao nascer, esquecemos de trazer do outro lado, o manual de funcionamento.   Resta agora descobrir como acessar as informações arquivadas.
 Claro que muitos já fizeram isto. Já encontraram o caminho para o seu saber. Ou  Saber? 

O Saber que particularmente continuo buscando e de que falo, é muito mais do que saber.  O Saber que é razão da busca do Ser e não aquele saber que satisfaz apenas a personalidade, que se contenta com pouco. À personalidade, ao ego, talvez baste saber o suficiente para sentir-se valorizada, respeitada, admirada. Aquele saber que impõe respeito ao outro e gera uma imagem social positiva. 
Nosso Espírito quer mais. O Eu superior nos impulsiona além. Para o Ser que transcende o aqui e agora, o Saber é infinito, é uma busca eterna. Podemos dar mais um passo agora. Juntos. Vamos descobrir o que sabemos e aquilo que ainda não sabemos, ou lembramos. E um trabalho que vale a pena. O retorno é extremamente valioso. 
MCCA

continua...

Nossa jornada rumo à Imortalidade II

A  experiência mágica de Twig, é nossa própria experiência de vida. Como Twig, temos nossas potencialidades, habilidades e capacidades, que estão em estado latente, bem escondidos dentro de nós, esperando apenas ser despertados para tornar-se o Poder pessoal pronto para ser acessado e tornar-se parte de nossa personalidade, presente no dia a dia.
Na verdade, a historinha de Twig, é uma bela metáfora e como tal, nos fala através de símbolos. Sabemos que desse modo, nosso inconsciente aprende melhor e pode absorver mais conhecimentos com menor esforço.
Twig descobriu seu poder de transformar-se e voar, realizar seu sonho de liberdade. Mas foi preciso muita paciência!
E nós? Seremos capazes de nos libertar das nossas limitações, sejam elas reais ou imaginárias? Vencer o desânimo natural que surge quando as mudanças desejadas demoram mais que o desejado?
Minha experiência pessoal e profissional diz que sim, que temos todos os recursos que são necessários para operar as mudanças  que desejamos. Com certeza!
Mudar é possível, basta acreditar. Acredito mesmo, que cada um de nós, ao chegar aqui, trás consigo um  mapa. Este mapa está gravado em algum lugar de nós mesmos. Talvez na memória celular ou  no inconsciente. Ali estão traçados  os muitos caminhos possíveis de percorrer na busca da felicidade tão sonhada. Nossas metas de vida, nossos objetivos, enfim, nossa missão. E no decorrer da existência vamos atingindo os pontos de chegada a cada porto.  Mas como aconteceu com o nosso pequeno Twig, é preciso temperança, saber esperar o momento mais adequado, respeitando o ritmo natural do tempo.  aí está o problema! Como Twig, não queremos esperar.
Isto faz-me lembrar de uma frase que ouvi algum dia: “Senhor, dá-me paciência! Mas tem que ser já!”

 Estou certa que, ao compartilhar com você, meu leitor, o que vi, ouvi ou aprendi, posso  estar resgatando um compromisso assumido no passado e  a possibilidade de  completar uma missão iniciada há tempos atrás  num  passado distante, mas que continua viva no eterno presente. O aprendizado de vir a Ser.

Espero que esta seja uma leitura leve e agradável, mas que toque seu coração.  Desejo que, enquanto lê, sinta aquela agradável sensação de bem estar e paz que algumas leituras nos trazem, mas que seja também, um veículo seguro para viajar através das palavras, conceitos, teorias e experiências, que são parte do material acumulado pela vida a fora,   ensinamentos recebidos,  idéias, experiências, descobertas que  proporcionaram aprendizagem, e condições para uma vivermos mais gratificante.
Acredite que é possível encontrar partes nossas ainda desconhecidas. E esses momentos podem ser maravilhosos se temos a  sorte de conhecer pessoas especiais, que entram na nossa vida por razões também especiais, - pois que nada acontece por acaso -, ou mesmo auxiliados por profissionais amorosos e competentes,  ou até mesmo, uma leitura que nos leva a acessar nossos próprios recursos internos que se apresentam  nos momento de  descobertas.
 Enquanto lê, você provavelmente vai se  remetendo às suas próprias experiências. Como costuma acontecer.  E é sempre bom lembrar que através de cada uma das nossas vivências, vamos crescendo e nos tornando mais fortes, amadurecendo.... evoluindo. ... enfim, tudo aquilo que de alguma forma possa levar,  a refletir, questionar, repensar....e voar!

Quanto temos a agradecer à Vida! E  à Terra, Gaia, este Planeta azul, tão lindo, que nos recebeu e proporcionou esta  grande oportunidade de aprendizado.
MCCA

continua...

Nossa jornada rumo à Imortalidade I

 O Príncipe das Borboletas, por  Doroty Harrer                                 

“ Conta-se que a mãe natureza pode estar em todos os lugares a todo momento, e também pode ver todas as coisas imediatamente. Ela conhece todos os segredos das plantas e das pedras, e mesmo das mais minúsculas criaturas que vivem na terra.
Algumas vezes ela faz uma aparição em um  lugar, para melhor aconselhar e espalhar sua sabedoria a todos que a buscam.
Certa vez, aconteceu de fixar residência no alto de uma bela árvore, envolvendo-se num manto amarelo como a s folhas no outono e usando um gorro verde como a grama novinha. Então ela se sentou à porta de casa e cantou canções para que todos a ouvissem:
“ Ah! Oh! Que lindas visões
Mas quanta beleza há nos corações
Das formas da natureza.

Entre os que ouviam seu belo canto, estava um humilde inseto chamado Twig. Twig era um lagarto que vivia em constante aflição, com medo de ser comido pelos pássaros famintos que viviam nas árvores. Assim que ouviu a canção da Mãe Natureza, ele se perguntou se a tão sábia e distinta dama não poderia dizer-lhe o que fazer em tal situação.
“ Bom dia, Senhora! ” disse Twig quando a canção terminou.
“Bom dia! Bom dia!”  Disse a Mãe Natureza, amavelmente.  “Que posso fazer por você, minha criança?”
“Eu sou apenas uma pobre lagarta, mas gostaria de ser feliz. Entretanto, vivo sempre sob a ameaça de ser engolido por algum pássaro esfomeado e assim, não consigo desfrutar a vida, mesmo que não haja pássaros por perto. minha pobre cabeça fica cheia de idéias  estranhas. Parece que jamais serei feliz, a menos que possa voar acima do perigo. Naturalmente, não tenho asas, e não sei o que será de mim....’
“Bem,  se você deseja voar tanto assim, você voará”, disse a natureza, com um brilho nos olhos.  “Seja paciente e não tema, pois há de chegar o tempo em que você voará pelos ares num par de asas douradas, e o fará tão alto quanto um pássaro possa chegar.”
“Mas como pode ser isso?” Murmurou Twig, tremendo de excitação. “Como pode?”
“Por mais incrível que lhe pareça, é a mais pura verdade”, disse ela, inclinando sabiamente a cabeça, e continuou: “mas antes que você esteja pronto para voar, deverá aprender um importante segredo. Assim que aprender este segredo, cairá em sono profundo e durante esse sono, sonhos maravilhosos  o embalarão e o farão feliz. E, quando você despertar, verá que estou certa. 
“Será verdade? Será verdade?” Gritou Twig.  “Pensar que ainda vou voar! Que beleza! Quem sou eu para ter asas douradas? ”
E saiu de lá feliz da vida. Em pouco tempo Twig estava tão familiarizado com a idéia que passou a contá-la aos amigos.
“Talvez lhe interesse saber que logo serei capaz de voar.” Disse num tom de mistério.
“É mesmo?” disse a formiga com ironia, “e eu vou sair nadando”.
“É preciso antes ter asas, meu pobre Twig”, disse o besouro.
“Tudo bem, ” disse a aranha, “mas cuide de não voar para a minha teia.” 
Suas respostas o fizeram desejar não ter dito coisa alguma. Como poderia esperar que acreditassem nele? Quando a hora chegasse, eles veriam com seus próprios olhos. Até lá, era melhor manter distância.
Assim ele se foi, tentando ser paciente, imaginando que segredo teria que aprender.  Mas não havia ninguém que contasse a ele qualquer segredo.  Além disso, sempre que adormecia, sonhava que todos os pássaros do mundo estavam à sua volta, e ele despertava sobressaltado, com grande medo, apenas para descobrir que estava tão longe de voar quanto sempre estivera.
“A Senhora Natureza deve  ter se enganado,” pensou ele triste.  “Acho que vou passar o resto de minha vida rastejando por aí, sem asas, e no fim serei engolido por uma destas odiosas criaturas.”
Assim que passou pela grama, seu de frente com sua amiga formiga, que zombou dele dizendo: “ainda se arrastando?”
Twig nem respondeu, mas quando ela se foi, ele caiu em desespero, e como não houvesse ali ninguém para consolá-lo, ele correu à mãe natureza para ver o que ela tinha a dizer.
Lá estava ela, sentada à porta de sua famosa casa na árvore, em seu  manto amarelo cantando:
“Venha o que vier, seja o que for, vá para onde quiser,
eu vejo tudo e sei das coisas que acontecem mesmo longe daqui.”
Quando ela terminou foi logo falando: “ Tão triste por nada! É uma pena!”
“Mas eu tenho uma boa razão para estar assim”. Disse ele. “Tudo que disse sobre sonhos e segredos e asas douradas, não ajudou a livrar-me dos meus problemas. Ninguém me contou qualquer segredo e cada vez que vou dormir, tenho tantos pesadelos, que acordo assustado como se fosse morrer. Por isso não sei o que vai ser de mim.”
“Você é uma criaturinha  muito impaciente”, não vai ajudar em nada ficar aí resmungando e se preocupando à toa” , disse a Senhora, gentilmente.
“Vá para casa e seja paciente. Quando estiver pronto para voar, voará.”
“Se ao menos eu pudesse ter a certeza...”suspirou Twig voltando para casa. “Acho que é mais difícil esperar pelas coisas, para que aconteçam, do que nunca tê-las para acontecer.”
Uma vez que ele se determinou a esperar, o tempo passou rápido e agradavelmente. Ele até se acostumou a esperar. Tanto que já estava quase feliz.  E assim, numa manhã, ao olhar em torno, tudo parecia mudado. Cada folhinha de grama sussurrava canções quando soprava a brisa. As flores estavam lindas e não havia vozes de passarinhos no ar, próximo a ele.
“Que mundo maravilhoso!  Eu posso ser uma lagarta sem importância e talvez nunca venha a ter asas, mas em meu coração eu estou voando mais alto que qualquer pássaro voaria, e isso é que importa!”
Quando acabou de pronunciar estas palavras, ele se lembrou  do  que a Mãe Natureza dissera – “antes que você voe, deverá aprender um importante segredo.” Agora ele estava certo que esse era o segredo. De repente, Twig se sentiu tão sonolento que mal teve tempo de se ajeitar numa folha e dormiu.
Em seus sonhos, ele abria as suas asas sobre as mais altas copas de árvores e flutuava, descendo à terra em chuveiros de raios de sol, apenas para novamente elevar-se às alturas com o vento.
Ele nunca soube por quanto tempo dormiu. Sus sonhos foram tão doces que nem o frio nem a chuva puderam perturbá-lo.
Quando finalmente, ele acordou para arrastar-se para fora da folha, tudo que ele sabia era que ainda era ele mesmo, e no entanto, sentia-se como outro alguém. Ele não tinha tantas pernas e elas pareciam meio fraquinhas.  Descansando um pouco ao sol, elas ficaram mais fortes, e então ele se levantou. Só aí é que descobriu que estava vestido numa capa ( manto) bem justa. À medida que foi, devagarinho, se soltando, ele estremeceu de alegria.
“Que lindas! Que maravilha!” exclamou admirado, balançando suas asas para cima e para baixo enquanto a luz do sol se refletia em seu dourado.  Assim que sentiu suas asas bem  firmes, tomou impulso e voou.
Voou, a princípio, cautelosamente a fim de se habituar com elas e então foi direto à grande árvore onde morava a querida Mãe Natureza.
“Bom dia, cara Senhora!” ele disse.
“Bom dia, bom dia, e o que posso fazer por você, meu filho?” - respondeu.
“Eu vim mostra-lhe minhas asas”, disse balançando-as graciosamente diante dela. “Elas são mesmo lindas, mas um pouco difíceis de manejar.”
“Sim, eu sei.” Disse a Natureza com aquele brilho nos olhos.

E o pobre Twig, com todos os seus problemas, é agora o Príncipe das borboletas. 
MCCA

continua....

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sobre as Religiões

            PERGUNTA: - Já que existem hoje incontáveis religiões no mundo, afirmando serem a única religião verdadeira, por que os homens pensam que a sua é mais verdadeira do que a dos outros?

            RAMATÍS: - Essa situação ainda ocorre em vosso orbe como conseqüência da baixa moralidade dos homens, do egoísmo, das vaidades, dos interesses particularistas e da ilusão do poder temporal que os cargos propiciados pelas religiões hierarquizadas dos terrícolas oferece. Mas, se vós tivésseis olhos de "ver" e ouvidos de "escutar", ficaríeis estarrecidos com o quadro dantesco que se forma do "lado de cá" quando da volta desses irmãos, incautos e poderosos das religiões terrenas, ao perceberem o erro e a precária condição espiritual em que estão classificados, no momento em que são confrontados com os Tribunais Divinos que estabelecem os parâmetros reencarnacionistas futuros, dentro da justa Lei do Carma. Talvez um critério para se avaliar as religiões terrenas seja observar qual faz mais homens de bem do que hipócritas.


            PERGUNTA: - Mais de uma dessas religiões pode estar certa?
            RAMATÍS: - Todas têm a sua parcela de contribuição dentro do grande projeto de unificação no amor, previsto para o Terceiro Milênio, para a Nova Era, de Aquário. Logo, não deveis rejeitar hoje o que podereis ser amanhã. Como dissemos alhures, o que não compreendeis e ridicularizais em relação aos postulados religiosos praticados que não sejam os da fé que professais, em vossa atual encarnação, estará criando situação cármica retificadora em encarnação futura. Nesse sentido, conforme a Sabedoria da Lei, muitos estão nascendo hoje em núcleos familiares que praticam a fé contrária que foi motivo de escárnio ontem.


            PERGUNTA: - Se o homem sente em seu coração que sua religião é a correta, como ele responde aos outros, de outras crenças, que afirmam a mesma coisa?
            RAMATÍS: - Não deveis entender a vossa religião, seita, doutrina ou filosofia como a mais correta. Se a que seguis faz com que vos sintais bem e realizado espiritualmente e a do próximo faz bem para ele, porque continuar vos preocupando com essas questões, que são menores diante da enorme necessidade de amar ao próximo como a si mesmo e de interiorização dos postulados morais preconizados pelo Cristo-Jesus em seu Evangelho, tão carentes que se encontram os homens de serem crísticos?


            PERGUNTA: - Por que Deus permite que todas essas religiões falsas existam?
            RAMATÍS: - Deus não permite nem proíbe. O Pai não cerceia nem inibe os caminhos de Seus filhos. As interpretações humanas criaram as mais diversas religiões, situação que demonstra o exercício do livre-arbítrio e a liberdade de semeadura. Mas a Lei do Carma, em sua justiça, pois provém da Perfeição Absoluta que estabelece a harmonia cósmica, determina que a colheita seja compulsória. Logo, se existem religiões precárias e "falsas" no orbe terrícola, são frutos unicamente da árvore plantada e regada por seus filhos, os próprios homens.

do livro "Samadhi", de Ramatis

Refletindo....


Para conhecimento e reflexão.
Jorge Bastos Furman
Certa vez uma pessoa disse a um cabalista: "Estou procurando meu caminho espiritual e ainda não o encontrei". O cabalista respondeu: "Se você está procurando pelo seu caminho, já está nele".
Jean-Yves Leloup nos ensina sobre o sentido do Naví
“O naví hebraico, assim como o rishi védico, é aquele que vê o real em sua profundidade e é na profundidade do presente que ele pode perceber o passado e o futuro. O presente é “o efeito”, o resultado das causas passadas, e é também a causa dos “efeitos futuros”.”
(Texto extraído do seu livro sobre o Evangelho de João)
"Fala-me de amor, diz o poeta, e eu vou mostrar-lhe o começo e o meio e o fim de todas as coisas, e a fonte de sua própria existência." (“Zohar” ou “Livro do Esplendor” / Tratado “Terumá”)

"Verifique se a base de seu ensinamento é o amor. O amor é tudo." (Rav Akiva para seu aluno Rav Shimon Bar Yochai)

O amor é um contágio que cura.
"Senhor, se eu Te amar por querer o céu, exclui-me dele... Se eu Te amar por medo do inferno, joga-me nele... Agora, se eu Te amar pelo que Tu és, Senhor, não me escondas o Teu Rosto." Oração judaica do séc. VI AC.

Vivere navigare est


Os antigos já diziam: ”vivere navigare est” quer dizer, “viver é fazer uma viagem”, curta para alguns, longa para outros. 
Toda viagem comporta riscos, temores e esperanças. Mas o barco é sempre atraído por um porto que o espera lá no outro lado.
Parte o barco mar adentro. Os familiares e amigos da praia acenam e o acompanham. E ele vai lentamente se distanciando. No começo é bem visível. Mas na medida em que segue seu rumo parece aos olhos cada vez menor. No fim é apenas um ponto. Um pouco mais e mais um pouco desaparece no horizonte. Todos dizem: Pronto! Partiu!

Não foi tragado pelo mar. Ele está lá, embora não seja mais visível. E segue seu rumo.
O barco não foi feito para ficar ancorado e seguro na praia. Mas para navegar, enfrentar ondas, vencê-las e chegar ao destino.
Os que ficaram na praia não rezam: Senhor, livra-os das ondas perigosas, mas dê-lhe, Senhor, coragem para enfrenta-las e ser mais forte que elas.
O importante é saber que do outro lado há um porto seguro. Ele está sendo esperado. O barco está se aproximando. No começo é apenas um ponto levemente acima do mar. Na medida em que se aproxima é visto cada vez maior. E quando chega, é admirado em toda a sua dimensão.

Os do porto dizem: Pronto! Chegou! E vão ao encontro do passageiro, o abraçam e o beijam. E se alegram porque fez uma travessia feliz. Não perguntam pelos temores que teve nem pelos riscos que quase o afogaram. O importante é que chegou apesar de todas as aflições. Chegou ao porto feliz.

Assim é com todos os que morrem.  O decisivo não é sob que condições partiram e saíram deste mar da vida, mas como chegaram e o fato de que finalmente chegaram. E quando chegam, caem, bem-aventurados, nos braços de Deus-Pai-e-Mãe de infinita bondade para o abraço infinito da paz. Ele os esperava com saudades, pois são seus filhos e filhas queridos navegando fora de casa.

Tudo passou. Já não precisam mais navegar, enfrentar ondas e vencê-las.  Alegram-se por estarem em casa, no Reino da vida sem fim. E assim viverão para sempre pelos séculos dos séculos.
Leonardo Boff

postado por José Batista de Carvalho

Lei de Causa e Efeito

No ano 177 da nossa era, na cidade de Lyon, nas Gálias Francesas o Concilium estava abarrotado de gente. Não se tratava de nenhuma das assembleias tradicionais, junto ao altar do Imperador, e sim de compacto ajuntamento. Marco Aurélio reinava, piedoso e, embora não houvesse ordenado nenhuma perseguição aos cristãos, permitia que se aplicassem, com o máximo rigor, todas as leis existentes contra eles. A matança, por isso, perdurava terrível. Ninguém examinava necessidades ou condições. Mulheres e crianças, velhos e doentes, tanto quanto homens válidos e personalidades prestigiosas, que se declarassem fiéis ao Nazareno, eram detidos, torturados e eliminados sumariamente. Os cristãos de Lyon eram sacrificados no lar ou barbaramente espancados no campo. Os desfavorecidos da fortuna, inclusive grande massa de escravos, eram entregues às feras em espetáculos públicos. Quando as feras pareciam entorpecidas, após massacrarem milhares de vítimas, nas mandíbulas sanguissedentas, inventavam-se tormentos novos. Mais de vinte mil pessoas já haviam sido mortas. Naquele ano de 177 a que nos referimos, a noite caía célere e a multidão se acotovelava para decidir quanto ao espetáculo que ofereceriam a Lúcio Galo, famoso cabo de guerra que visitaria Lyon no dia seguinte. Imaginaram-se, para logo, comemorações a caráter.  Álcio Plancus dirigia a reunião programando os festejos. Tocado pelo vinho abundante, Álcio convocava a assembleia para que o ajudasse a pensar num espetáculo diferente, à altura do visitante. Um gritava: A equipe de dançarinas nunca esteve melhor. Outro lembrava: Providenciaremos uma briga de touros selvagens. Excelente lembrança - falou Álcio, em voz mais alta, mas, em consideração ao visitante, é preciso acrescentar alguma novidade que Roma não conheça...Cristãos às feras já não constitui novidade. É preciso algo novo. E o próprio Álcio apresentou um plano distinto: Poderíamos reunir, nesta noite, aproximadamente 1000 mulheres e crianças cristãs, guardando-as no cárcere... E, amanhã, coroando as homenagens, ofereceremos um espetáculo inédito. Nós as colocaremos na arena, molhada com resina inflamável e devidamente cercada de farpas embebidas em óleo, deixando apenas passagem para os mais fortes. Depois de mostradas festivamente ao público, incendiaremos toda a área e soltaremos sobre elas os velhos cavalos que não sirvam mais para os nossos jogos. Realmente, as chamas e as patas dos animais formarão um espetáculo inédito. Muito bem! Muito bem! Rugiu a multidão de ponta a ponta do átrio. Durante a noite inteira, mais de mil pessoas, ávidas de crueldade, vasculharam residências humildes e, no dia subsequente, ao sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, no fim de soberbo espetáculo, encontraram a morte, queimadas nas chamas, ou despedaçadas pelas patas dos cavalos em correria...

Quase 18 séculos passaram sobre o tenebroso acontecimento...Entretanto, a justiça da Lei, reuniu todos os responsáveis que, em diversas posições de idade física, se aproximaram de novo para dolorosa expiação, no dia 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói - Rio de Janeiro, em comovedora tragédia num circo. As labaredas, fora de controle, se alastravam rápidas, ceifando, em poucos minutos, muitas vidas. Os animais, assustados, completaram a tenebrosa catástrofe, pisoteando pessoas em correria desesperada. A reação de uma ação praticada há muitos séculos chegava ao endereço certo, ainda que para nossos olhos o acontecimento pareça fruto do acaso ou da má sorte daqueles que pereceram. Eis  a Lei de Causa e Efeito. É por essa razão que dizemos que Deus é justiça, mas também é misericórdia. (Com base no cap. 6  do livro Cartas e Crônicas, Irmão X, ed. Feb). (L.A.S.)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Mensagem de Hilarion

À medida que cada um de vocês faz um recesso no interior de seu Ser, de modo cada vez mais profundo, encontrarão oportunidades de trazerem à tona aquilo que precisa ser concluído. Durante esses tempos, tenham compaixão para consigo e para com todos aqueles que estiverem envolvidos em qualquer uma das situações que acontecerem.

Esse é um tempo para se ter entendimento e conhecimento do nosso interior. Esse é um tempo para se ter paz e equilibrio para que possamos experimentar uma iluminação maior do ser, à medida que nós nos conectarmos com a boa criatividade e abundância que estão borbulhando bem abaixo da superfície. Vocês estão em um processo de reconecção com os aspectos de Deus/Deusa do divino em seu interior.

À medida que vocês fazem esse trabalho profundo em sí mesmos, haverão muitos momentos de sentimentos espontâneos de felicidade que explodirão aparentemente vindos não se sabe de onde. Esse é o processo de recalibração e de reconecção com a pureza e com a inocência que são a essência de sua verdadeira natureza.

Permitam e aproveitem esses momentos fugazes e arquivem esses sentimentos de Unicidade e união com tudo aquilo que existe nesse Mundo, de modo que vocês possam utilizar esses momentos construindo em cima desses sentimentos, pois são esses sentimentos que estão criando o novo paradigma de seu Mundo novo.

À medida que vocês descobrirem mais daquilo que os esteve impedindo de se moverem para frente com entusiasmo, com paixão e vitalidade, desejem se permitir que as suas orientações internas fluam através de vocês, à medida que reconhecerem e observarem os padrões que os manteve prisioneiros de suas próprias consciências. Tenham um diário e registrem essas gemas, essas preciosas inspirações e orientações internas.

Elas são chaves para abrirem as portas de suas maiores recordações. Saibam que vocês sempre caminham envolvidos e abraçados por suas Famílias da Luz e de que tudo que acontece faz parte de seus desdobramentos maiores. Vocês são botões de rosas maravilhosos, desfraldando gentilmente e abrindo as suas pétalas para o Sol de um novo dia, uma nova alvorada, um novo começo. À medida que vocês se permitirem que a bondade de sua verdadeira natureza emerja, vocês irão florescer para uma radiança que será claramente visível e discernível para aqueles em sua volta.

A sua Luz está permeando em cada uma das suas células, brilhando com esplendor, esse é um fato inquestionável, sem equívocos. Alinhem-se a essa visão de um novo você, um Ser de Luz e de Amor, que está completamente sem medo de deixar a sua Luz brilhar: - Alguém que percorre o seu caminho diário com inata dignidade e integridade superior.

Ao seguirem esses passos, vocês estarão capacitando aos outros que estiverem ao seu redor, de emponderarem a si própros e de abrirem-se completamente para o seu próprio despertar. Agora é tempo dos nossos amados Trabalhadores da Luz ao redor do Mundo deixarem ir embora todos os sofrimentos e as percepções internas que não lhes servem mais.

Aproveitem a paz que habita em seu interior, abrindo-se para as novas idéias e oportunidades que lhes são apresentadas diariamente e sigam seus corações em todas as coisas.

Até a semana que vem...

EU SOU Hilarion

post em Portal Arco Iris

A Caminho do conhecimento

O homem em evolução sempre procura o conhecimento como um meio necessário a sua própria existência. Como ser racional ele deixa de seguir a instintos promovidos pelo ambiente onde vive para, com o uso da razão, desenvolver a sua melhor forma de viver. A complexidade desse processo permite que tudo ocorra de uma maneira que parece ser sutil, simples e ao acaso. Somente é possível enxergar uma pequena luz desse processo se for analisado com base na evolução do espírito. Evidentemente os diferentes graus evolutivos de cada ser humano, promovem as diferentes formas de busca do conhecimento conforme a necessidade de cada um. Na sobrevivência num meio hostil, adquirem-se os conhecimentos imprescindíveis a continuidade da vida. Toda doença tem sua cura graças ao conhecimento adquirido em seu devido tempo, mas novos desafios aparecem indefinidamente, caso contrário, a busca do conhecimento nessa área seria desnecessária. A necessidade da nutrição para sobrevivência do corpo, faz com que o homem caminhe no avanço tecnológico em busca da quantidade de alimento para a manutenção da vida no planeta. Da mesma forma, observa-se a necessidade da busca do conhecimento em todas as áreas de atuação da vida no homem na Terra. E no comportamento individual e convivência do homem em sociedade?

O conhecimento é fruto da evolução individual de cada pessoa. Assim, ele é gerado de acordo com que cada um deseja no momento. Se um indivíduo tem sede e necessita de água, ele terá que beber de alguma forma, mas muitos sabem que uma água limpa e potável é melhor do que uma água suja e poluída. A evolução de bens materiais também ocorre conforme as necessidades e o desejo de cada indivíduo.

Vamos analisar a vida sob três tipos básicos evolutivos. Para uns a vontade predomina sobre a razão em todos os sentidos e a vida parece caminhar como uma máquina programada para executar um serviço. Vive-se assim conforme caminha a vida geral da comunidade. As pessoas agem individualmente e raramente ela se preocupa com o próximo. Reza-se para não aparecer dificuldades e faz-se tudo da maneira mais simples possível evitando o aparecimento de qualquer problema ao seu lado. Entretanto, as dificuldades estão presentes constantemente e promovem sofrimentos que parecem perpetuar eternamente. São pessoas incapazes de enfrentar uma competição para uma sobrevivência melhor. Acomodam-se passando longo tempo praticamente no mesmo ponto. Tem medo até de pensar, ou seja, de usar a própria razão. A fé é quase sempre inquestionável. Confia em Deus ou em Entidades Superiores e aguarda passivamente o seu destino. As pessoas que vivem dessa maneira têm muita dificuldade em competir pela própria sobrevivência e vivem em constante alerta intuitivo.

Os indivíduos que vivem num segundo tipo evolutivo, buscam o conhecimento da verdade através da certeza de que somente a honestidade ou a forma de vida em comunidade sem prejudicar ninguém é o caminho correto a se seguir. Não há o comodismo, luta pela sobrevivência questionando sempre o papel do próximo. O homem deve desenvolver o seu potencial para ter o direito de viver em sociedade. Aqueles que não procuram viver com seus próprios passos, devem ser excluídos, pois não se pode admitir que um trabalhe mais em favor de outro que tem a mesma possibilidade de trabalho. A competitividade é marca definida nessa sociedade. Vive-se com conforto satisfatório ao padrão local. O conhecimento é uma busca constante em favor do maior conforto material, evitando os sofrimentos provocados pelo meio onde vivem. Mas o meio age sempre em ação de novos desafios, promovendo um círculo vicioso. Por exemplo, conhece-se a cura de uma doença e surge outra com características intrínsecas apropriadas com um novo grau de dificuldade para solução. Constroem-se locais mais confortáveis em detrimento da natureza e a própria natureza se modifica lançando novos desafios para se manter adequados. Da mesma forma, a fé é inquestionável e o único obstáculo para a reflexão coletiva é o medo da morte e a possibilidade de um julgamento desfavorável permitindo a sua vida em um local pior do que a que possui no momento.

No último tipo, os indivíduos nunca estão satisfeitos com o que são e buscam o conhecimento da verdade a qualquer custo. A vida parece ser momentânea e há uma preocupação maior não com o estado individual das coisas e sim com a satisfação pessoal em ver a vida como um todo em harmonia. A sua individualidade é considerada como essencial para o Espírito, ou seja, a sua vontade própria é fundamental para a liberdade de pensamento. A competitividade existe mas com respeito ao próximo, inclusive sacrificando-se em determinadas situações. O conforto deve ser fruto do seu trabalho mas preocupa-se com a necessidade geral onde vive. A fé é questionável e a razão é a linha mestra de toda a sua conduta, pois confia na racionalidade do homem como um dos mais fortes meios em favor da vida. A razão é considerada como dádiva de Deus, ou se não, caminha em busca de outra forma de pensamento e nada é aceito sem o crivo da sua própria razão.

Inúmeras outras variáveis certamente existem entre esses três tipos de pessoas. Mas o que isso importa? A procura da verdade é imprescindível a uma vida alegre e feliz.

O homem a caminho da verdade segue ao lado da CIÊNCIA e a medida que o planeta evolui, a ciência desperta novos interesses anteriormente desnecessários. O terceiro milênio será o marco de grandes avanços da ciência em relação a verdadeira fonte de conhecimentos necessários a evolução do homem. Dogmas e fé cega cairão por terra e a caracterização da verdadeira vida, que é a do plano espiritual, despertará os grandes temas científicos. O conhecimento do Espírito, a vida após a morte, a vida antes da vida terrena, a vida em outros planetas, as fontes energéticas a serviço do homem e da natureza, a atuação da medicina na auto-cura de doenças, a comunicabilidade entre as diferentes formas de vida existentes no universo, o auto-conhecimento e as relações de sociabilidade, etc., serão os temas prediletos do conhecimento científico.

Nessa procura constante do conhecimento, é importante que tomemos iniciativas a favor de uma vida melhor. Por analogia podemos dizer que um grande campeão de xadrez é capaz de derrotar qualquer iniciante facilmente. Mas para se jogar bem é preciso conhecer o jogo e aprender suas regras. Depois gostar de jogar e começar a praticar e quanto mais se praticar maior será a habilidade do jogador. Chegará um ponto que ele não consegue derrotar outros adversários, mas aí todos os seus concorrentes atingiram um verdadeiro estágio de superioridade no jogo em que o prazer de jogar é plenamente compartilhado com novas idéias e como passou a amar o jogo de xadrez ele passa a admirar, respeitar e incentivar todos aqueles que querem ser um grande jogador de xadrez. Sabe-se que atropelamentos e desonestidade não levam o jogador para frente, pois ele chegará num ponto e permanecerá por muito tempo. Ao contrário, o amor ao jogo, a dedicação, a disciplina, a paciência e o respeito são virtudes imprescindíveis ao bom desempenho do jogador. Assim, precisamos bem compreender as regras da VIDA para podermos viver cada vez melhor. O espiritismo, numa linguagem atualizada de Jesus Cristo e de outros importantes pensadores que já passaram pela Terra, nos mostra as regras básicas e nos incentiva a praticá-las nesta reencarnação. A reflexão, uma dádiva Divina, é o nosso maior técnico e novos conhecimentos surgirão conforme novas necessidades evolutivas.

Resta-nos agora duas perguntas para reflexão de cada um. Em que ponto da caminhada evolutiva você está no momento? O que você espera daqui para frente?...

 por Raul Franzolin Neto
compartilhado pelo  Centro Espírita Caminhos de Luz

Se Ioga fosse remédio, seria o melhor do mundo


Melhor remédio do mundo
É crescente o número de estudos científicos que comprovam benefícios da ioga para condições as mais diversas.
Como geralmente são estudos bastante específicos, voltados para determinadas condições, faltava um resumão, que pudesse avaliar todos esses resultados, colocá-los na mesma base metodológica, e verificar para quais condições a ioga é realmente útil e eficaz.
Foi o que fizeram Meera Balasubramaniam e seus colegas da Universidade Duke (EUA).
As conclusões foram muito claras.
"Se os benefícios da ioga pudessem ser colocados em um remédio, ele se tornaria a droga mais vendida no mundo inteiro," resume Meera.
Ioga para a mente
Esta revisão das pesquisas científicas na área centrou-se unicamente nos benefícios da ioga para desordens psiquiátricas.
Os pesquisadores analisaram mais de 100 estudos, mas selecionaram apenas 16 deles, considerados de alta qualidade e com experimentos controlados seguindo as melhores práticas científicas.
O estudo mostrou que a ioga tem efeitos positivos, mesmo na falta de tratamentos com os remédios tradicionais, sobre a depressão, problemas de sono, esquizofrenia e hiperatividade (TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou ADHD na sigla em inglês).
Foram confirmados benefícios da ioga para todas as doenças mentais incluídas na revisão, exceto para desordens alimentares, como bulimia e problemas cognitivos, cujos indícios se mostraram fracos ou conflitantes.
Prioridade global
Os cientistas deram destaque a estudos fisiológicos, nos quais foram acompanhados os chamados biomarcadores, mostrando que a ioga influencia elementos da biologia do corpo humano, gerando benefícios comparáveis aos da psicoterapia e dos antidepressivos - mas sem os efeitos colaterais destes últimos.
Segundo os cientistas, a prática da ioga afeta neurotransmissores, estresse oxidativo, inflamação, lipídios, fatores de crescimento e mensageiros secundários.
"A busca por melhores tratamentos, sobretudo aqueles não baseados em medicamentos, para atender às necessidades totais dos pacientes, é de importância extraordinária, e nós recomendamos que mais pesquisas sobre a Ioga sejam consideradas uma prioridade global," concluem os autores.
postado pelo Diário da Saúde

Projeção astral e desdobramento

A experiência fora do corpo (EFC)

Por Scott Rogo

O capitão Burton, inglês, morreu de um ataque do coração. Pelo menos foi o que pensaram os médicos. Mas ele sobreviveu ao ataque e viveu ainda muitos anos depois de sua "morte", sobre a qual contava uma história estranha:
"Encontrei-me de pé ao lado de minha cama, olhando para mim mesmo e para o médico, sentindo-me
muito bem, ainda que surpreso. De súbito fui violentamente puxado para a cama, por cima da qual flutuei; a seguir veio um violento impacto.
Então ouvi o médico dizendo: 'Ele está voltando a si'. Ele me havia considerado morto por algum tempo".

A experiência do capitão Burton é igual à de todos que conseguiram enganar a morte. Essa experiência enigmática, contudo, não se restringe apenas aos que passaram pela morte, mas estende-se a centenas de pessoas de todas as culturas. Os parapsicólogos chamam a isso experiência fora do corpo, expressão que substitui uma outra mais antiga, "projeção astral".

Houve tempo em que as pessoas que passaram por essa experiência mantinham-se reticentes sobre o assunto, temerosas do ridículo ou de serem acusadas de loucura. Mesmo assim os parapsicólogos conseguiram reunir centenas de casos relatados por indivíduos absolutamente normais e tentaram
estudar o fenômeno também no laboratório.

Com o passar do tempo, centenas de pessoas comuns, homens de negócios, donas-de-casa, artistas que passaram por essa experiência, mencionaram uma série de observações semelhantes entre si. Sir Aukland Geddes, muito conhecido e respeitado médico inglês, relatou estranha experiência desse tipo para a Royal Medical Society, de Edimburgo: "Eu estava muito doente... Mas de repente compreendi que minha consciência se separava de outra consciência que também era eu. O ego-consciência que agora eu era parecia fora do corpo que eu via na cama e que era meu".

Geddes viu-se num corpo de aparição. Viu o médico tentar reanimá-lo com uma injeção de cânfora. Sua consciência se obscureceu e de novo ele estava em seu corpo. Mais tarde verificou que tudo que notara enquanto estava supostamente inconsciente realmente acontecera. 

A sra. Carlina Larsen, uma dona-de-casa de Vermont, nunca tinha ouvido falar na experiência fora do corpo até uma noite em que se deitou e adormeceu ao som da música de câmara que seu marido e amigos tocavam numa sala próxima. "Um sentimento de profunda depressão e apreensão me tomou, e forte torpor paralisou todos os meus músculos. A seguir me vi de pé ao lado de minha cama, olhando atentamente para 'meu corpo físico ali deitado.

"A sra. Larsen desceu a escada em seu novo corpo, que descreveu corno mais radioso do que o corpo físico, e espiou o ensaio. Mais tarde, quando voltou para seu corpo, confirmou com o marido tudo que tinha observado...
Coisas que não sabia antes. 

Durante anos, experiências desse gênero foram relatadas,
mas nunca houve um esforço organizado para estudá-las, até que pesquisadores psíquicos começaram a se interessar. Alguns puseram tais casos de lado, considerando-os como sonhos ou alucinações.

Mas outros, principalmente os que tinham a mente alerta para a crescente ciência da parapsicologia, acharam que as perguntas precisavam ser respondidas, e uma delas era se a experiência fora do corpo era ou não imaginária.
Por que aquelas pessoas podiam descrever fatos ocorridos durante sua inconsciência
e dos quais não podiam ter conhecimento? O caso da sra. Larsen era um deles. E, se a experiência fosse simples alucinação, por que tanta gente dizia ter visto um fio de prata unindo o corpo físico ao seu "duplo"?

ENTRE O CORPO E SEU ASTRAL, "UM FIO DE TEIA DE ARANHA"


Esse fio é freqüentemente mencionado por pessoas que passaram pela experiência. A. S. Wiltse, físico de Kansas, depois de sarar de grave doença, contou como havia flutuado para cima e para baixo, até que se libertou do corpo e caiu levemente no chão. Dirigiu-se para a porta do quarto e, olhando para trás, viu "um fio, como uma teia de aranha", unindo seu corpo físico ao superfísico.

A sra. H. D. Williams, uma dona-de-casa inglesa, teve idêntica experiência, que relatou a Robert Crookall, cientista inglês que passou vários anos estudando a experiência fora do corpo. Ela contou que olhou à sua volta durante a experiência e viu um fio brilhante, com 2 ou 3 polegadas de largura,
preso a cabeça de seu corpo físico. É claro que esses relatos estranhos nos impelem a ir mais adiante, não apenas a rotulá-los como ocorrências imaginárias.

Tanta gente conta que saiu de seu corpo, e os parapsicólogos há muito tempo sabem que certos indivíduos conseguem abandonar o corpo quase que na medida de sua vontade. Em 1919 o livro de Hereward Carrington "Modern Psychical Phenomena" foi ter às mãos de um jovem fraco e doentio que ainda não tinha vinte anos, Muldoon, e que desde a infância tinha experiências fora do corpo. Lendo-o, Muldoon resolveu escrever ao pesquisador contando que ele próprio podia escrever um livro sobre coisas que as "autoridades" não conheciam.
Logo se estabeleceu correspondência entre ambos. Em 1929 foi publicada a biografia de Muldoon em co-autoria com Carrington. O livro, "A Projeção do Corpo Astral", tornou-se um clássico do assunto. Muldoon tinha doze anos quando teve a primeira experiência. Acordou no meio da noite e sentiu pânico ao ver que estava paralisado. Depois a catalepsia mudou para a sensação de flutuar.

Quando, afinal, conseguiu ver, encontrou-se planando sobre seu corpo.
Como estava de pé, o menino virou-se e viu um fio prateado unindo seus dois corpos.
Com o passar dos anos, Muldoon teve centenas dessas experiências, que podia controlar erfeitamente. Certa noite adormeceu sentindo sede; encontrou-se desperto no estado fora do corpo tentando abrir uma torneira no quarto pegado. Em outra ocasião tocou casualmente num fio elétrico e imediatamente foi atirado para fora do corpo e calmamente contemplou seu corpo se contorcendo. Muldoon notou que, quando sonhava estar voando, passava para o estado fora do corpo. Essa circunstância levou muita gente a indagar se sonhar que está voando, um sonho muito comum, teria algo a ver com o estado fora do corpo.
Muldoon descreveu não só suas experiências mas também o método de forçá-las, os fatores que as afetavam e o que pensava sobre o assunto.
Muldoon e Carrington mais tarde reuniram casos dessas experiências e juntos publicaram o livro "O Fenômeno da Projeção Astral": Muldoon publicou ainda "The Case for Astral Projection".

À medida que a saúde de Muldoon melhorava, sua extraordinária capacidade começou a enfraquecer e praticamente desapareceu. Apesar de seu nome ter se tornado célebre na pesquisa psíquica, Muldoon perdeu o interesse por ela e ficou dirigindo um salão de beleza até seu falecimento, há alguns anos.

PODE SER COMUNICAÇÃO TELEPÁTICA. MAS NEM SEMPRE

Enquanto Muldoon passava por suas estranhas aventuras nos Estados Unidos, um inglês descobria que possuía poder semelhante. Oliver Fox (um pseudônimo) descobriu que tinha um "duplo" que podia abandonar seu corpo. Contou suas experiências em vários artigos, depois transformou-os no livro
"Projeção Astral".
Descobriu que, muitas vezes, quando estava sonhando, compreendia que estava sonhando e, controlando seus sonhos, podia forçar o estado fora do corpo. (Método semelhante foi descoberto por uni experimentador holandês, Frederick van Eeden.)

Oliver Fox

Certa vez Fox acordou em estado de semitranse. Compreendendo que estava passando por uma experiência fora do corpo, apenas desejou sair da cama. "Simultaneamente me sentia deitado na cama e de pé a meu lado. Andei devagar pelo quarto, até a porta; a sensação de dualidade diminuía à medida que me afastava do corpo; mas, quando ia sair do quarto, meu corpo foi puxado para tráz como Muldoon, Fox tinha uma infinidade de dados sobre a experiência.
Gabando-se de seu poder diante de uma amiga, ela disse que ia projetar-se no quarto dele naquela noite para mostrar que também tinha o mesmo poder. Quando estava na cama nessa noite, Fox percebeu o vulto de Elsie no quarto.

No dia seguinte Elsie descreveu com exatidão o quarto de Fox, onde nunca tinha estado. Seria possível que, estando invisível no estado fora do corpo, ocasionalmente uma pessoa podia ser vista por outra? Uma série de casos indica essa possibilidade. Várias dessas experiências foram realizadas por S. H.
Beard, amigo de Edmund Gurney, um pioneiro na pesquisa psíquica em Londres. Gurney ficou tão impressionado com essas experiências que as publicou, em co-autoria com Beard, em dois volumes clássicos: "Fantasmas dos Vivos". A primeira experiência foi em novembro de 1881. Beard desejou projetar-se para sua noiva e a menina irmã dela. Na noite do experimento, a noiva acordou e viu o vulto de Beard de pé à sua frente. Ficou tão assustada que deu um grito. A irmã acordou e também
viu o vulto. Depois disso Beard mandava cartões-postais para Gurney comunicando que planejava alguma experiência e muitas vezes a noiva de Beard lhe mandava cartas datadas comprovando ter visto sua aparição. Uma vez a aparição chegou a acariciar seus cabelos.

TODOS CONCORDAM: O CORPO ASTRAL SAI PELA CABEÇA

Poderiam esses casos ser, na realidade, ao invés de experiências fora do corpo, alucinações telepaticamente motivadas pelo pensamento intenso do experimentador?
Essa teoria foi aceita por muitos parapsicólogos. Mas explicará todos os casos desse tipo? Provavelmente não, como no caso a seguir, que se tornou um dos mais célebres de "aparição de vivos". Uma noite a sra. Wilmot dormia muito inquieta porque o marido estava num vapor que atravessava o Atlântico com tempo tempestuoso. Dormindo segura em sua casa em Connecticut, ela se viu deixando o corpo, viajando pelo mar e descendo num navio. Encontrou o caminho para a cabine do marido e, vendo-o, tentou se aproximar. Viu outro homem num beliche por cima do dele. Ela hesitou, mas continuou a andar, beijou o marido e partiu. No dia seguinte Wilmot contou que tivera uma visão de sua mulher, que viera a ele e o beijara.

O que há de novo neste caso é que o companheiro de cabine de Wilmot também viu a aparição e a tomou por uma pessoa real; gracejou com Wilmot dizendo que ele havia recebido durante a noite a visita de uma mulher. A sra. Wilmot anotou toda a experiência, especialmente a posição do beliche
do companheiro de seu marido. Quando as anotações foram conferidas, tudo foi confirmado.
A prova dos testemunhos foi tão forte que Eleanor Sidgwick, outra pioneira na pesquisa psíquica, incluiu-a no seu artigo "Sobre a Prova da Clarividência", publicado em "Proccedings", da Society for Psychical Research. Até há algum tempo, a maior parte dos dados sobre a experiência fora do corpo resultava do relato de casos pessoais reunidos aqui e ali, com pouca análise científica. Só em 1960 a experiência fora do corpo começou a ser estudada cientificamente, e os dois cientistas interessados obtiveram importantes progressos para a compreensão do fenômeno.

Um dos cientistas era o pesquisador inglês Robert Crookall, que fez brilhante carreira como cientista. Possuidor de dois doutorados, esteve primeiro na faculdade da Universidade de Aberdeen e mais tarde foi diretor de geologia no H. M. Geological Survey. Deixou esse lugar a fim de se dedicar exclusivamente ao estudo e à análise dos casos de experiência fora do corpo. O dr. Crookall ficou surpreso com as semelhanças encontradas entre as experiências e, como Carrington e Muldoon, começou a reunir o maior número possível de casos. Mas, ao contrário de seus predecessores, Crookall estava interessado na análise crítica, esperando que, através da investigação de grande número de casos, chegasse a alguma definição sobre a experiência fora do corpo.
Reuniu perto de mil casos tirados da literatura sobre pesquisa psíquica e de relatos obtidos em primeira mão. Esses casos foram publicados em três volumes: "The Study and Practice of Astral Projection"," More Astral Projection", "Case Book of Astral Projection". Até agora Crookall apresentou quatro tipos diferentes de análise de seus dados. Todos revelaram particularidades desconhecidas.
A primeira análise foi baseada no que é conhecido como "lei de comprovação de Whateley", que diz, se um número suficiente de testemunhas independentes comprova as características de uma observação — testemunhas que comprovadamente não poderiam estar em conluio —, então há muita probabilidade de que a observação seja genuína.

Ao analisar perto de trezentos casos, Crookall encontrou total concordância entre os casos. As mesmas particularidades foram encontradas em centenas de casos, contudo seis características principais sobressaíram de sua análise:

1) o perceptivo sente que está saindo do corpo físico pela cabeça;

2) ocorre um escurecimento no momento da separação entre a consciência e o corpo;

3) o corpo-aparição flutua sobre o corpo físico;

4) o corpo-aparição volta ao corpo físico antes do término da experiência;

5) ocorre novo escurecimento no momento da reintegração;

6) a rápida reentrada causa choque ao corpo físico.

Os casos estudados por Crookall também mostraram que muitas vezes a pessoa que passa pelo estado fora do corpo vê outras aparições; possui percepção extrasensorial; encontra-se num ambiente obscuro, nevoento ou num mundo "paradisíaco"; e, por fim, um fio de prata muitas vezes é visto durante a experiência.

DIFERENÇAS ENTRE AS VIAGENS ESPONTÂNEAS E AS INDUZIDAS

A segunda análise de Crookall é ainda mais interessante. Apesar de todas as experiências fora do corpo seguirem um padrão geral, parecia haver diferenças qualitativas entre os casos. Para melhor avaliar este aspecto, o dr.
Crookall dividiu os casos em dois grandes grupos. Um grupo era de projeções ocorridas naturalmente, pouco antes de adormecer, ou causadas por doença ou exaustão.

O outro consistia de experiências forçadas pelo uso de anestésicos, choque, sufocação, hipnose ou projeção voluntária. Comparando os dois grupos de dados, descobriu que a experiência fora do corpo natural era muito mais vivida e tinha características gerais diferentes das experiências forçadas. Por exemplo, perto de l0% dos casos naturais mencionavam o abandono do corpo pela cabeça, enquanto na projeção forçada nem metade dessa porcentagem referiu-se a essa ocorrência. A terceira análise de Crookall consistiu na comparação dos relatórios feitos por psíquicos com os de pessoas comuns que passaram pela experiência.
Descobriu que de modo geral os psíquicos contam experiências muito parecidas com projeções compelidas, ao passo que as pessoas não psíquicas tiveram experiências que eram como projeções naturais. Na quarta análise Crookall revela que muitas experiências fora do corpo ocorrem em dois estágios. Ao analisar relatos de primeira mão, Crookall verificou que grande número de pessoas fala
num estágio inicial de confusão durante o princípio da experiência; a consciência se torna mais clara; e no término da experiência volta certa imprecisão.

Outro grande grupo de casos parece revelar a liberação numa só etapa.
A meticulosa pesquisa de Crookall provavelmente fez mais do que qualquer outra para ajudar a parapsicologia a compreender a experiência fora do corpo.
Baseado nessas pesquisas, Crookall criou teorias esmeradas e cuidadosamente elaboradas sobre essa experiência, e sua opinião básica é que esse experimento mostra que o homem possui um corpo ultrafísico que tem a capacidade de sobreviver à morte. O trabalho de Crookall mostra ainda que todos os relatos sobre a experiência fora do corpo podem ser avaliados cientificamente.

PROVAS, EXISTEM MUITAS. ATÉ AS DE LABORATÓRIO

Outro pioneiro no estudo dessa experiência foi o dr. Charles T. Tart, psicólogo experimental. Era sua intenção descobrir se as pessoas que afirmam passar freqüentemente por essa experiência podem produzi-la em laboratório, onde pudesse ser controlada, da mesma forma que se controlam os sonhos, seguindo o desenho das ondas cerebrais, o movimento rápido dos olhos etc. Antes de Charles Tart outros pesquisadores já haviam tentado estudar a experiência fora do corpo em laboratório. O pesquisador francês H. Durville afirmou haver fotografado o "duplo" da médium mme. Lambert. 
Outro francês, Charles Lancelin, pretendia haver obtido as impressões digitais do corpo astral. Esses
experimentos, contudo, são bastante antigos, e os métodos exatos empregados pelos investigadores são um tanto misteriosos.

Tart pode ser considerado como realizador do primeiro trabalho experimental importante sobre a experiência fora do corpo. O primeiro médium do dr. Tart foi Robert Monroe, que autorizou a publicação de sua biografia "Journey out of the Body". Os primeiros experimentos foram levados a
efeito na Universidade de Virginia em 1965 e 1966. Após uma semana de tentativas, Monroe conseguiu a experiência fora do corpo. Esperava-se que Monroe saísse da sala de experiências no estado fora do corpo, fosse a uma sala próxima e contasse o que tinha visto. Durante todo o tempo foi controlado por um aparelho encefalográfico e por outros. Esperava-se também que lesse um número de seis algarismos colocado numa prateleira a 2,5 metros acima do solo.

O experimento obteve êxito parcial. Monroe contou que o técnico estava no corredor com um homem, o que era correto. Os aparelhos de controle revelaram que Monroe permaneceu numa espécie de estado de sonho durante a experiência fora do corpo. Quando os experimentos foram repetidos em
Davis, Califórnia, a leitura registrada foi semelhante, além de assinalar queda de pressão sangüínea. Miss Z. foi a segunda médium talentosa de Tart. Na segunda noite dos experimentos, também em Davis, ela teve a experiência fora do corpo. A leitura de seu eletroencefalograma não pôde identificar se estava dormindo ou acordada.
Tart esperava que ela pudesse ler um numero escrito numa prateleira mais alta do que ela, à qual não teria acesso fácil. Na quarta noite ele conseguiu.

O número só podia ser lido se alguém "flutuasse" sobre a prateleira.
Infelizmente o dr. Tart descobriu que o número podia refletir-se num relógio do quarto, se fosse iluminado por luz brilhante. É pouco provável que a médium o tivesse lido por esse meio. Aqui também foram registrados estranhos desenhos no eletroencefalograma.
Testes semelhantes aos descritos também foram levados a efeito pela American Society of Psychical Research, com o médium Ingo Swann.

REVELA-SE ENTÃO UM NOVO CONCEITO DE CONSCIENCIA

Finalmente a experiência fora do corpo está emergindo da esfera da anedota para o campo experimental. Todavia, para onde nos levam esses estudos, tanto os anedóticos como os experimentais? Três áreas da pesquisa psíquica são drasticamente afetadas pela pesquisa da experiência fora do corpo.
A primeira é a do estudo das aparições.

O pesquisador Hornell Hart acredita que a experiência fora do corpo poderia ser a chave para compreender as aparições, já que muitas "aparições de vivos", tanto quanto "aparições de mortos", foram registradas. Em estudo magistral, Hart analisou as características desses diferentes casos de
aparições e viu que ambos possuíam as mesmas peculiaridades. Deduziu que os dois tipos tinham a mesma natureza e muito provavelmente revelavam um mecanismo semelhante ao da experiência fora do corpo. A segunda área afetada pelo estudo da experiência fora do corpo é a da sobrevivência à morte. Tanto Tart como Robert Crookall afirmaram achar que a experiência fora do corpo demonstra ser possível a vida consciente espacialmente distante e separada do corpo físico.  A consciência não depende do corpo e poderia, assim, sobreviver à morte. Em terceiro lugar a experiência fora do corpo substancialmente altera nosso conceito sobre o que é "consciência".

Durante a experiência fora do corpo o perceptivo é muitas vezes atirado para novas experiências sensoriais e novos níveis de consciência. Por exemplo, algumas leituras dos encefalogramas tomados durante as experiências fora do corpo feitas por Charles Tart são semelhantes às leituras obtidas com praticantes do zen em meditação. Assim como a experiência mística traz consigo uma expansão da consciência, a experiência fora do corpo pode muito bem ser uma avenida aberta para um novo mundo da mente. Como escreveu um perceptivo: "Era uma noite de outubro, mais ou menos às 11 horas da noite. De repente me senti fora do corpo flutuando sobre um pântano no Highland, num corpo tão leve ou mais leve do que o ar. Havia um bosque, e o vento era leve e fresco.
Vi que o vento não me incomodava, como aconteceria se estivesse no meu corpo físico; eu era parte do vento. A vida no vento, as nuvens, as árvores, tudo era parte de mim, fluindo dentro e através de mim, e eu não oferecia resistência.
Estava repleto de vida gloriosa. Durante todo o tempo, à margem da minha consciência, eu sabia onde estava meu corpo terrestre, ao qual poderia retornar se surgisse algum perigo. Tudo deve ter durado alguns minutos ou segundos, não sei dizer — porque eu estava fora do tempo..."

Fonte: Portal da Reencarnação
POSTADO POR JHOLLAND ÀS

publicado por Jorge Teixeira em CSE