A
cortina-de-fumaça da ilusão se interpõe entre Deus e nós, e Ele lamenta
que O tenhamos perdido de vista. Ele não gosta de ver Seus filhos
sofrerem tanto - morrendo por causa de bombas que caem, de doenças
terríveis e de hábitos de vida errôneos. Deus lamenta isso tudo, pois
nos ama e no quer de volta. Se pelo menos você fizesse o esforço, à
noite, de meditar e estar com Ele... Ele pensa tanto em você... Você
não foi abandonado. Foi você quem abandonou seu verdadeiro Ser.
Quando
você toma as experiências da vida por instrutores e aprende com elas a
verdadeira natureza do mundo e o papel que você desempenha nele, essas
experiências se tornam guias valiosos para chegar à satisfação e à
felicidade eternas.
Em certo sentido, a infelicidade é sua melhor amiga, porque o impulsiona a buscar Deus.
Quando
você começa a ver claramente a imperfeição do mundo, começa a procurar a
perfeição de Deus. A verdade, é que Deus está usando o mal, não para
nos destruir mas para nos desiludir de Seus brinquedos, das distrações
deste mundo, de modo que possamos buscá-Lo.
O
desalento não é senão a sombra que projeta a mão da Divina Mãe, quando
se estende para acariciar. Não se esqueça disso. Às vezes, quando a Mãe
vai acariciá-lo, Sua mão produz uma sombra, antes de tocá-lo. Desse
modo, quando as dificuldades chegarem, não imagine que Ela o está
punindo. Sua mão, que projeta sombra sobre você, detém uma bênção, ao
estender-se até você para trazê-lo para mais perto Dela.
O
sofrimento é um bom professor para os que aprendem com ele, rapidamente
e de boa vontade, mas torna-se um tirano para os que resistem e se
ressentem.
O
sofrimento pode nos ensinar quase tudo. Suas lições nos estimulam a
desenvolver discernimento, autocontrole, desapego, moralidade e
consciência espiritual transcendente. Uma dor de estômago, por exemplo,
nos diz para não comermos em excesso e prestarmos atenção ao que
comemos. A dor resultante da perda de riquezas ou de pessoas queridas
nos lembra a natureza temporária de todas as coisas neste mundo de
ilusão. As consequências das ações errôneas nos impelem a exercitar o
discernimento.
Por
que não aprender por meio da sabedoria? Dessa maneira você não se
submeteria à dolorosa disciplina - desnecessária - desse rude capataz: o
sofrimento. O sofrimento é causado pelo mau uso do livre-arbítrio. Deus
nos deu o poder de aceitá-Lo ou rejeitá-Lo. Ele não quer que tenhamos
de enfrentar infortúnios, mas não vai interferir quando optarmos por
ações que levem à infelicidade.
Yogananda
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