Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que se há de salgar? Para nada mais serve, sendo para ser lançado fora e pisado pelos homens.
Na Índia, quando um discípulo busca um mestre, este, antes de mais nada, procura infundir-lhe confiança em si próprio, e o sentimento de que a fraqueza, a covardia e o fracasso não fazem parte da sua verdadeira natureza. No segundo livro do Bhagavad-Gita, quase às primeiras palavras de Sri Krishna — a encarnação divina — a Arjuna, lemos: "Que fraqueza é essa? Ela está abaixo de você... Livre-se dessa covardia!”
Assim como você vê o conteúdo de um armário de louça através de suas portas de vidro, assim um grande mestre vê o íntimo do seu coração. Entretanto, ele não o condena por suas faltas e fraquezas. Ele conhece a natureza humana. E porque sabe que, ao sentir-se fraco e deprimido, você não consegue realizar nada, não pode crescer espiritualmente — ele lhe transmite confiança em si mesmo.
O mestre não enxerga apenas o que você é agora, mas também as capacidades que você pode desenvolver. Há alguns anos, um jovem swami, deixando a Índia para ir pregar na América, procurou o Swami Turiyananda. Quando este grande discípulo de Sri Ramakrishna se pôs a elogiar com ênfase o jovem monge, este protestou: "Senhor, não tenho nenhuma das qualidades com que estás me elogiando!" Replicou-lhe Turiyananda: "Que sabes sobre ti mesmo? Vejo o que estás para revelar!" Temos todos o poder de revelar a divindade latente em nós; o mestre, porém, dá-nos confiança em nossa capacidade de fazê-lo. Ao mesmo tempo, impõe-se lembrar a bem-aventurança: "Bem-aventurados os mansos..." A mansidão e a confiança em si mesmo precisam estar juntas. A fé que Cristo incutia em seus discípulos, chamando-os de "sal da terra", não era a fé no Eu inferior, no ego, mas a fé no Eu superior, a fé no Deus dentro de nós. Com essa fé, vem a auto-submissão, a libertação de todo sentimento do ego.
Sri Ramakrishna ilustrava esta verdade com uma passagem da mitologia hindu. Contava ele como Radha, a mais ilustre das pastoras, preferida de Sri Krishna, tornou-se aparentemente assaz egoísta. Quando as outras pastoras se queixaram dela, aconselhou-as Krishna que a interpelassem.
— Claro que possuo um ego, disse Radha. — Mas, de quem é esse ego? Meu é que não é, pois tudo o que tenho é de Krishna!
Aquele que entrega tudo a Deus, não possui um ego, no sentido comum. Nem consegue ser vaidoso ou orgulhoso. Tem profunda fé no Eu verdadeiro de seu interior, o qual se torna um com Deus.
......
segunda-feira, 21 de março de 2011
Acordemos - por André Luis e Chico Xavier
É sempre fácil
examinar as consciências alheias,
identificar os erros do próximo,
opinar em questões que não nos dizem respeito,
indicar as fraquezas dos semelhantes,
educar os filhos dos vizinhos,
reprovar as deficiências dos companheiros,
corrigir os defeitos dos outros,
aconselhar o caminho reto a quem passa,
receitar paciência a quem sofre
e retificar as más qualidades de quem segue conosco...
*
Mas enquanto nos distraímos,
em tais incursões a distância de nós mesmos,
não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição.
*
Enquanto nos ausentamos
do estudo de nossas próprias necessidades,
olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva,
somos simplesmente
cegos do mundo interior
relegados à treva...
*
Despertemos, a nós mesmos,
acordemos nossas energias mais profundas
para que o ensinamento do Cristo
não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida,
porque o infortúnio maior de todos
para a nossa alma eterna
é aquele que nos
infelicita quando a graça do Alto
passa por nós em vão!...
André Luiz e Francisco Cândido Xavier, da obra: Caridade.
examinar as consciências alheias,
identificar os erros do próximo,
opinar em questões que não nos dizem respeito,
indicar as fraquezas dos semelhantes,
educar os filhos dos vizinhos,
reprovar as deficiências dos companheiros,
corrigir os defeitos dos outros,
aconselhar o caminho reto a quem passa,
receitar paciência a quem sofre
e retificar as más qualidades de quem segue conosco...
*
Mas enquanto nos distraímos,
em tais incursões a distância de nós mesmos,
não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição.
*
Enquanto nos ausentamos
do estudo de nossas próprias necessidades,
olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva,
somos simplesmente
cegos do mundo interior
relegados à treva...
*
Despertemos, a nós mesmos,
acordemos nossas energias mais profundas
para que o ensinamento do Cristo
não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida,
porque o infortúnio maior de todos
para a nossa alma eterna
é aquele que nos
infelicita quando a graça do Alto
passa por nós em vão!...
André Luiz e Francisco Cândido Xavier, da obra: Caridade.
domingo, 20 de março de 2011
Mudaças na Terra estão nos salvando - por Dana Mrkich
Com o Terremoto e o Tsunami no Japão acontecendo tão próximos, após o terremoto de Christchurch, muitas pessoas foram rápidas em tomar isto como prova de que a Mãe Terra não está feliz. Outra maneira de encarar isto é que ela é um Ser Vivo, um Planeta Vivo que passa pelos seus ciclos assim como os seres humanos. Ela esteve aqui durante bilhões de anos, muito antes que viéssemos, e estará aqui por muito tempo depois. É típico dos humanos ignorarem os ciclos naturais e é especialmente típico desrespeitar e desonrar os ciclos femininos. Oh, sim, a Terra não é somente um Ser Vivo, ela é um Ser Feminino. Vocês já ouviram falar dela como Pai Terra? Eu não penso assim.
Como um Ser Feminino, a Mãe Terra passa por ciclos muito específicos – alguns vemos regularmente em nosso Verão, Outono, Inverno e Primavera. Outros nós somente conseguimos ver a cada 5.000 ou 12.600 anos e como somos afortunados e conseguimos chegar aqui para uma destas Transições entre Grandes Ciclos! Sim, estamos recebendo a dádiva de estarmos na Mãe Terra, enquanto ela está passando de um estágio de transição para outro, enquanto um ciclo termina e nasce um novo mundo. Como acontece com qualquer mudança ou nascimento, isto não acontece sem.... huuumm... mudança! Entrem... na fase de mudanças da Terra. E adivinhem o quê! Assim como qualquer mulher, isto vem com um trabalho de parto e contrações, e rompimento de águas! Eu não sei em relação a vocês, mas não acho que uma mulher em trabalho de parto apreciaria que lhe dissessem para se “acalmar”. Eu não acho que uma mulher em trabalho de parto apreciaria que disséssemos: “Você poderia parar de tremer e de gritar? Estou tentando dormir um pouco aqui!” Porque, acho, isto não se trata de mim ou de vocês! Trata-se de um planeta passando por um surpreendente processo de renascimento, e por alguma sincronicidade incrível, acontece haver bilhões de humanos com ela pela primeira vez, e assim RENASCEMOS COM ELA!!! Sim, a humanidade se beneficiará deste surpreendente evento. Além disto, se a Mãe Terra não estivesse passando por estas mudanças agora, não teríamos mais um planeta para viver por muito mais tempo. Temos sido terríveis inquilinos e estou surpresa por ela não nos ter expulsado há muito mais tempo. Mas ela não o fez, porque por mais difícil que possa ser de acreditar, ela nos ama. Ela continua cuidando de nós, assim como qualquer Mãe, ainda que a tenhamos tratado pessimamente. Estas mudanças na Terra estão lhe permitindo que renasça e reviva. E, adivinhem? As mudanças na Terra que tememos ser o nosso fim serão os próprios eventos que olharemos para trás e compreenderemos: Aquelas Mudanças nos SALVARAM. Elas salvaram a Terra, elas nos salvaram de continuarmos a destruí-la, elas nos salvaram de nos destruirmos.
Enquanto a Terra se alinha com o Equador Galáctico e com o Centro Galáctico, ela está se transformando e acessando tanta Luz de vibração elevada quanto possível. Isto desencadeará mais terremotos, vulcões, tsunamis e ciclones? Não há nenhuma maneira mais fácil de dizer isto, mas sim. Entretanto, ela não está fazendo isto para nos prejudicar ou nos ferir, é parte do processo. Ela está se reequilibrando e se purificando. Ela está nos proporcionando essencialmente um novo planeta no qual vivermos (e eu espero que tratemos a nova versão da Terra muito melhor que as versões anteriores!). Não é culpa dela que tenhamos casas e prédios que estejam caindo por causa de toda a ação. Deus, isto soa tão insensível em branco e preto, mas não é para ser. É apenas um pedido para encarar isto de outra perspectiva – a da Mãe Terra e a de nossa futura sobrevivência, contra as nossas atuais e velhas necessidades.
Tão turbulento e traumático quanto os eventos possam parecer, em última análise, seremos uma humanidade melhor quando tudo isto passar. Mas, não se passarmos todo o processo de parto gritando sobre como NÓS estamos sendo afetados, chorando sobre o que NÓS estamos perdendo. Temos que cooperar e deixar ir o velho mundo. O velho mundo está partindo. Sem eletricidade? Bem, acho que temos um grande SOL no céu que esteve tentando atrair a nossa atenção durante anos. É chamado de Energia Solar gratuita. Olhem aqui para cima: alguém, ninguém, olá??!! Sem petróleo? Energia gratuita. Sem dinheiro? Energia gratuita. Precisam de algo? Nós nos lembraremos de que a Mãe Terra tem verdadeiramente tudo o que precisamos, e nos lembraremos de nossa capacidade de criar tudo o que precisamos, de uma maneira adequada, sem prejudicá-la.
A todos aqueles que estão lamentando a perda de vidas, por favor, saibam que, como almas, nós continuamos a viver. Por favor, saibam que todas as almas que estão partindo agora, pré-contratadas para fazer isto, estão nos ajudando através deste processo, a partir de um reino mais elevado. É muito difícil de viver fisicamente sem um ente querido, uma vez que eles tenham feito a transição, eu sei. Eles não estão aí para abraçar, chamar ou compartilhar as suas alegrias e lutas diárias. Mas eles estão conosco. Eles estão vivendo em outra dimensão. Eles estão zelando por nós. Eles estão nos ajudando. Vocês podem conversar com eles. E se vocês fecharem os olhos e o permitirem, poderão ouvi-los e senti-los, se não através de palavras, então com o coração. Estamos TODOS nisto juntos – aqueles que fizeram a transição, aqueles que ainda escolherão fazer a transição e aqueles que estão escolhendo ficar. Quando a minha mãe morreu, ela nos disse para não nos apegarmos a ela com a nossa dor “porque então eu não conseguirei as minhas asas, não serei capaz de voar e fazer o que tenho que fazer.” Assim, também, temos que honrar aqueles que estão escolhendo fazer a transição durante estas Mudanças. Eles têm que conseguir as suas asas e eles têm que voar, porque eles têm muito a fazer para nos ajudar através disto. Honrem as suas vidas e a sua passagem, vendo-os livres, voando com as suas asas, fazendo o próximo propósito de sua alma.
9 de Março de 2011 – 28 Outubro de 2011 marca a última onda do Calendário Maia. Pensem na última onda de contrações de uma mulher. Sim, será turbulento, mas dentro desta turbulência, haverá milagres, haverá alegria, haverá lágrimas, haverá beleza. Haverá os sons de uma vida se esvaindo e os sons de uma nova vida surgindo que não podemos ainda sequer imaginar.
Como um Ser Feminino, a Mãe Terra passa por ciclos muito específicos – alguns vemos regularmente em nosso Verão, Outono, Inverno e Primavera. Outros nós somente conseguimos ver a cada 5.000 ou 12.600 anos e como somos afortunados e conseguimos chegar aqui para uma destas Transições entre Grandes Ciclos! Sim, estamos recebendo a dádiva de estarmos na Mãe Terra, enquanto ela está passando de um estágio de transição para outro, enquanto um ciclo termina e nasce um novo mundo. Como acontece com qualquer mudança ou nascimento, isto não acontece sem.... huuumm... mudança! Entrem... na fase de mudanças da Terra. E adivinhem o quê! Assim como qualquer mulher, isto vem com um trabalho de parto e contrações, e rompimento de águas! Eu não sei em relação a vocês, mas não acho que uma mulher em trabalho de parto apreciaria que lhe dissessem para se “acalmar”. Eu não acho que uma mulher em trabalho de parto apreciaria que disséssemos: “Você poderia parar de tremer e de gritar? Estou tentando dormir um pouco aqui!” Porque, acho, isto não se trata de mim ou de vocês! Trata-se de um planeta passando por um surpreendente processo de renascimento, e por alguma sincronicidade incrível, acontece haver bilhões de humanos com ela pela primeira vez, e assim RENASCEMOS COM ELA!!! Sim, a humanidade se beneficiará deste surpreendente evento. Além disto, se a Mãe Terra não estivesse passando por estas mudanças agora, não teríamos mais um planeta para viver por muito mais tempo. Temos sido terríveis inquilinos e estou surpresa por ela não nos ter expulsado há muito mais tempo. Mas ela não o fez, porque por mais difícil que possa ser de acreditar, ela nos ama. Ela continua cuidando de nós, assim como qualquer Mãe, ainda que a tenhamos tratado pessimamente. Estas mudanças na Terra estão lhe permitindo que renasça e reviva. E, adivinhem? As mudanças na Terra que tememos ser o nosso fim serão os próprios eventos que olharemos para trás e compreenderemos: Aquelas Mudanças nos SALVARAM. Elas salvaram a Terra, elas nos salvaram de continuarmos a destruí-la, elas nos salvaram de nos destruirmos.
Enquanto a Terra se alinha com o Equador Galáctico e com o Centro Galáctico, ela está se transformando e acessando tanta Luz de vibração elevada quanto possível. Isto desencadeará mais terremotos, vulcões, tsunamis e ciclones? Não há nenhuma maneira mais fácil de dizer isto, mas sim. Entretanto, ela não está fazendo isto para nos prejudicar ou nos ferir, é parte do processo. Ela está se reequilibrando e se purificando. Ela está nos proporcionando essencialmente um novo planeta no qual vivermos (e eu espero que tratemos a nova versão da Terra muito melhor que as versões anteriores!). Não é culpa dela que tenhamos casas e prédios que estejam caindo por causa de toda a ação. Deus, isto soa tão insensível em branco e preto, mas não é para ser. É apenas um pedido para encarar isto de outra perspectiva – a da Mãe Terra e a de nossa futura sobrevivência, contra as nossas atuais e velhas necessidades.
Tão turbulento e traumático quanto os eventos possam parecer, em última análise, seremos uma humanidade melhor quando tudo isto passar. Mas, não se passarmos todo o processo de parto gritando sobre como NÓS estamos sendo afetados, chorando sobre o que NÓS estamos perdendo. Temos que cooperar e deixar ir o velho mundo. O velho mundo está partindo. Sem eletricidade? Bem, acho que temos um grande SOL no céu que esteve tentando atrair a nossa atenção durante anos. É chamado de Energia Solar gratuita. Olhem aqui para cima: alguém, ninguém, olá??!! Sem petróleo? Energia gratuita. Sem dinheiro? Energia gratuita. Precisam de algo? Nós nos lembraremos de que a Mãe Terra tem verdadeiramente tudo o que precisamos, e nos lembraremos de nossa capacidade de criar tudo o que precisamos, de uma maneira adequada, sem prejudicá-la.
A todos aqueles que estão lamentando a perda de vidas, por favor, saibam que, como almas, nós continuamos a viver. Por favor, saibam que todas as almas que estão partindo agora, pré-contratadas para fazer isto, estão nos ajudando através deste processo, a partir de um reino mais elevado. É muito difícil de viver fisicamente sem um ente querido, uma vez que eles tenham feito a transição, eu sei. Eles não estão aí para abraçar, chamar ou compartilhar as suas alegrias e lutas diárias. Mas eles estão conosco. Eles estão vivendo em outra dimensão. Eles estão zelando por nós. Eles estão nos ajudando. Vocês podem conversar com eles. E se vocês fecharem os olhos e o permitirem, poderão ouvi-los e senti-los, se não através de palavras, então com o coração. Estamos TODOS nisto juntos – aqueles que fizeram a transição, aqueles que ainda escolherão fazer a transição e aqueles que estão escolhendo ficar. Quando a minha mãe morreu, ela nos disse para não nos apegarmos a ela com a nossa dor “porque então eu não conseguirei as minhas asas, não serei capaz de voar e fazer o que tenho que fazer.” Assim, também, temos que honrar aqueles que estão escolhendo fazer a transição durante estas Mudanças. Eles têm que conseguir as suas asas e eles têm que voar, porque eles têm muito a fazer para nos ajudar através disto. Honrem as suas vidas e a sua passagem, vendo-os livres, voando com as suas asas, fazendo o próximo propósito de sua alma.
9 de Março de 2011 – 28 Outubro de 2011 marca a última onda do Calendário Maia. Pensem na última onda de contrações de uma mulher. Sim, será turbulento, mas dentro desta turbulência, haverá milagres, haverá alegria, haverá lágrimas, haverá beleza. Haverá os sons de uma vida se esvaindo e os sons de uma nova vida surgindo que não podemos ainda sequer imaginar.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Filhos são do mundo!
Devemos criar os filhos para o mundo.
Torná-los autônomos, libertos até de nossas ordens.
A partir de certa idade, só valem conselhos.
Especialistas ensinaram-nos a acreditar que só esta postura torna adulto aquele bebê que um dia levamos na barriga. E a maioria de nós pais acredita e tenta fazer isso.
O que não nos impede de sofrer quando fazem escolhas diferentes daquelas que gostaríamos ou quando eles próprios sofrem pelas escolhas que recomendamos.
Então, filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem.
Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado.
Perder? Como?
Não é nosso, recordam-se?
Foi apenas um empréstimo!
Então, de quem são nossos filhos?
Eu acredito que são de Deus, mas com respeito aos ateus digamos que são deles próprios, donos de suas vidas, porém, um tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem, biológica, sociológica, psicológica e emocionalmente.
E o meu sentimento, a minha dedicação, o meu investimento?
Não deveriam retornar em sorrisos, orgulho, netos e amparo na velhice?
Pensar assim é entender os filhos como nossos e eles (não se esqueçam), são do mundo!
Três dias na cobertura da tragédia na pousada Sankay, olhos grudados em fotos, tevê e internet, vozes chorosas de mães e tios ao telefone me fizeram pensar nessa dor gigantesca que deve ser para um ser humano devolver o que mais amou nessa vida, mas nunca foi seu!
E, principalmente, me fez entender que mais do que corajosos, nós, pais, somos loucos por correr o risco de amar tanto sem garantias.
Volto para casa ao fim do plantão, início de férias, mais tempo para os fllhos, olho meus pequenos e penso como seria bom se não fossem apenas empréstimo!
Mas é. Eles são do mundo.
O problema é que meu coração já é deles.
(escrito por uma jornalista, após a tragédia de Angra dos Reis)
Torná-los autônomos, libertos até de nossas ordens.
A partir de certa idade, só valem conselhos.
Especialistas ensinaram-nos a acreditar que só esta postura torna adulto aquele bebê que um dia levamos na barriga. E a maioria de nós pais acredita e tenta fazer isso.
O que não nos impede de sofrer quando fazem escolhas diferentes daquelas que gostaríamos ou quando eles próprios sofrem pelas escolhas que recomendamos.
Então, filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem.
Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado.
Perder? Como?
Não é nosso, recordam-se?
Foi apenas um empréstimo!
Então, de quem são nossos filhos?
Eu acredito que são de Deus, mas com respeito aos ateus digamos que são deles próprios, donos de suas vidas, porém, um tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem, biológica, sociológica, psicológica e emocionalmente.
E o meu sentimento, a minha dedicação, o meu investimento?
Não deveriam retornar em sorrisos, orgulho, netos e amparo na velhice?
Pensar assim é entender os filhos como nossos e eles (não se esqueçam), são do mundo!
Três dias na cobertura da tragédia na pousada Sankay, olhos grudados em fotos, tevê e internet, vozes chorosas de mães e tios ao telefone me fizeram pensar nessa dor gigantesca que deve ser para um ser humano devolver o que mais amou nessa vida, mas nunca foi seu!
E, principalmente, me fez entender que mais do que corajosos, nós, pais, somos loucos por correr o risco de amar tanto sem garantias.
Volto para casa ao fim do plantão, início de férias, mais tempo para os fllhos, olho meus pequenos e penso como seria bom se não fossem apenas empréstimo!
Mas é. Eles são do mundo.
O problema é que meu coração já é deles.
(escrito por uma jornalista, após a tragédia de Angra dos Reis)
terça-feira, 15 de março de 2011
se eu morrer antes de você
Se eu morrer antes de você, faça-me um favor:
Chore o quanto quiser, mas não brigue com
Deus por Ele haver me levado.
Se não quiser chorar, não chore.
Se não conseguir chorar, não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem algum fato a
meu respeito, ouça e acrescente sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me.
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri,
mostre que eu tinha um pouco de santo, mas
estava longe de ser o santo que me pintam.
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que
eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas
que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo.
Espero estar com Ele o suficiente para continuar
sendo útil a você, lá onde estiver.
E se tiver vontade de escrever alguma coisa
sobre mim, diga apenas uma frase:
"Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis
mais perto de Deus!"
Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la, mas
não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar.
E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de
minha nova tarefa no céu.
Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha
na direção de Deus.
Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz
vendo você olhar para Ele.
E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí,
sem nenhum véu a separar a gente,vamos viver,
em Deus, a amizade que aqui nos preparou
para Ele. Você acredita nessas coisas?
Então ore para que nós vivamos como quem
sabe que vai morrer um dia, e que morramos
como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para
mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo
o seu começo. Mas, se eu morrer antes de
você, acho que não vou estranhar o céu..
Ser seu amigo... já é um pedaço dele..."
(Chico Xavier)
Chore o quanto quiser, mas não brigue com
Deus por Ele haver me levado.
Se não quiser chorar, não chore.
Se não conseguir chorar, não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem algum fato a
meu respeito, ouça e acrescente sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me.
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri,
mostre que eu tinha um pouco de santo, mas
estava longe de ser o santo que me pintam.
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que
eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas
que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo.
Espero estar com Ele o suficiente para continuar
sendo útil a você, lá onde estiver.
E se tiver vontade de escrever alguma coisa
sobre mim, diga apenas uma frase:
"Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis
mais perto de Deus!"
Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la, mas
não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar.
E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de
minha nova tarefa no céu.
Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha
na direção de Deus.
Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz
vendo você olhar para Ele.
E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí,
sem nenhum véu a separar a gente,vamos viver,
em Deus, a amizade que aqui nos preparou
para Ele. Você acredita nessas coisas?
Então ore para que nós vivamos como quem
sabe que vai morrer um dia, e que morramos
como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para
mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo
o seu começo. Mas, se eu morrer antes de
você, acho que não vou estranhar o céu..
Ser seu amigo... já é um pedaço dele..."
(Chico Xavier)
segunda-feira, 14 de março de 2011
você é livre
PENSE NISSO POR ALGUNS SEGUNDOS: VC TEM O DIREITO DE ESCOLHER COM QUEM, E COMO VAI VIVER.
VC PODE MUDAR A SUA VIDA. VC PODE ESTRUTURAR A SUA VIDA COMO QUISER.
PORQUE VC É LIVRE! VC É LIVRE PARA SOFRER TUDO O QUE VC QUISER!
PERCEBA QUE SUA LIBERDADE LHE DÁ CONDIÇÕES PARA SOFRER TUDO O QUE VC QUISER.
COM UMA SIMPLES CARA FECHADA DE SEU MARIDO RESFRIADO, VC PODE ACABAR NUMA CRISE CONJUGAL DE UM MÊS.
POR CAUSA DE UMA BUZINADA NO TRÂNSITO, VC PODE SE IRRITAR O DIA INTEIRO.
COM A INFLAÇÃO DO MÊS VC ENTRA EM DEPRESSÃO PROFUNDA.
PORQUE VC É LIVRE!
NADA OU NINGUÉM PODE IMPEDIR VC DE SOFRER TUDO O QUE QUISER.
PERCEBA QUE NEM MESMO MUITO DINHEIRO PODE IMPEDIR VC DE SE SENTIR POBRE.
NEM UM GRANDE AMOR PODE IMPEDIR VC DE SE SENTIR MAL AMADO(a).
NEM MUITOS AMIGOS PODEM IMPEDIR VC DE SE SENTIR SOLITÁRIO(a).
NEM MESMO O SUCESSO PODE IMPEDIR VC DE SE SENTIR FRACASSADO(a)
PORQUE VC É LIVRE!
VC SÓ VAI PARAR DE SOFRER QUANDO VC QUISER!
PERCEBA QUE É SUA A OPÇÃO PELO SOFRIMENTO.
ALGUMAS PESSOAS DECIDEM ESTAR NO MUNDO PARA VIVER, OUTRAS PARA SOFRER.
E PENSAM QUE É SEU DESTINO SOFRER.
ISSO É PURA ILUSÃO! SÓ QUANDO VC DECIDIR, VC PARA DE SOFRER.
PORQUE VC É LIVRE!
A SUA PAZ INTERIOR DEPENDE EXCLUSIVAMENTE DE VC. AS PESSOAS NÃO PODEM LHE TIRAR A CALMA.
SÓ SE VC PERMITIR...........PORQUE VC É LIVRE!
VC PODE MUDAR A SUA VIDA. VC PODE ESTRUTURAR A SUA VIDA COMO QUISER.
PORQUE VC É LIVRE! VC É LIVRE PARA SOFRER TUDO O QUE VC QUISER!
PERCEBA QUE SUA LIBERDADE LHE DÁ CONDIÇÕES PARA SOFRER TUDO O QUE VC QUISER.
COM UMA SIMPLES CARA FECHADA DE SEU MARIDO RESFRIADO, VC PODE ACABAR NUMA CRISE CONJUGAL DE UM MÊS.
POR CAUSA DE UMA BUZINADA NO TRÂNSITO, VC PODE SE IRRITAR O DIA INTEIRO.
COM A INFLAÇÃO DO MÊS VC ENTRA EM DEPRESSÃO PROFUNDA.
PORQUE VC É LIVRE!
NADA OU NINGUÉM PODE IMPEDIR VC DE SOFRER TUDO O QUE QUISER.
PERCEBA QUE NEM MESMO MUITO DINHEIRO PODE IMPEDIR VC DE SE SENTIR POBRE.
NEM UM GRANDE AMOR PODE IMPEDIR VC DE SE SENTIR MAL AMADO(a).
NEM MUITOS AMIGOS PODEM IMPEDIR VC DE SE SENTIR SOLITÁRIO(a).
NEM MESMO O SUCESSO PODE IMPEDIR VC DE SE SENTIR FRACASSADO(a)
PORQUE VC É LIVRE!
VC SÓ VAI PARAR DE SOFRER QUANDO VC QUISER!
PERCEBA QUE É SUA A OPÇÃO PELO SOFRIMENTO.
ALGUMAS PESSOAS DECIDEM ESTAR NO MUNDO PARA VIVER, OUTRAS PARA SOFRER.
E PENSAM QUE É SEU DESTINO SOFRER.
ISSO É PURA ILUSÃO! SÓ QUANDO VC DECIDIR, VC PARA DE SOFRER.
PORQUE VC É LIVRE!
A SUA PAZ INTERIOR DEPENDE EXCLUSIVAMENTE DE VC. AS PESSOAS NÃO PODEM LHE TIRAR A CALMA.
SÓ SE VC PERMITIR...........PORQUE VC É LIVRE!
sábado, 12 de março de 2011
passeio socrático (Frei Betto)
"Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos, e em paz nos seus mantos cor de açafrão...
Em outro dia, eu observava o movimento do Aeroporto de São Paulo: a sala de espera estava cheia de Executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado o seu café da manhã em casa; mas, como a companhia aérea oferecia outro café, todos comiam vorazmente.
Aquilo me fez refletir: "Qual dos dois modelos vistos por mim, até aqui, realmente produz felicidade?".
Passados alguns dias, encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: "Não foi à aula?". E ela me respondeu: "Não. Eu só tenho aula à tarde". Comemorei: "Que bom! Isto significa, então, que, de manhã, você pode brincar, ou dormir até mais tarde!...". "Não;", retrucou-me ela, "tenho tanta coisa a fazer, de manhã...". "Que tanta coisa?", perguntei. "Aulas de inglês; de balé; de pintura; piscina", e começou a elencar seu programa de garota robotizada... Fiquei pensando: "Que pena! A Daniela não me disse: "Tenho aula de meditação".
Vê-se que estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas, emocionalmente infantilizados.
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias!
Não tenho nada contra malhar o corpo... Mas, preocupo-me com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos. Alguns perguntaram "Como estava o defunto?". E outros responderão: "Olha..., uma maravilha, não tinha uma celulite!"...
Mas, como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa? Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação, porém, de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...
A palavra hoje é "entretenimento". Domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil, o apresentador; imbecil, quem vai lá e se apresenta no palco; imbecil, quem perde a tarde diante da telinha...
E como a publicidade não consegue vender felicidade, ela nos passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: "Se tomar este refrigerante, calçar este tênis, usar esta camisa, comprar este carro..., você chega lá!".
O problema é que, em geral, "não se chega"! Pois, quem cede a tantas propagandas desenvolve, de tal maneira, o seu desejo, que acaba precisando de um analista, ou de remédios. E quem, ao contrário, resiste, aumenta a sua neurose.
O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: a amizade, a auto-estima, e a ausência de estresse.
Mas, há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um Shopping Center. É curioso: a maioria dos Shoppings Centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles, não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de "missa de domingo". E ali dentro se sente uma sensação paradisíaca: não há mendigos, não há crianças de rua, não se vê sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno: aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se vários nichos: capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Mas, aquele que só pode comprar passando cheque pré-datado, ou a crédito, ou, ainda, entrando no "cheque especial", se sente no purgatório.
E pior: aquele que não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno...
Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald...
Por tudo isto, costumo dizer aos balconistas que me cercam à porta das lojas, que estou, apenas, fazendo um "passeio socrático". E, diante de seus olhares espantados, explico: "Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou, apenas, observando quantas coisas existem e das quais não preciso para ser feliz!" "
Em outro dia, eu observava o movimento do Aeroporto de São Paulo: a sala de espera estava cheia de Executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado o seu café da manhã em casa; mas, como a companhia aérea oferecia outro café, todos comiam vorazmente.
Aquilo me fez refletir: "Qual dos dois modelos vistos por mim, até aqui, realmente produz felicidade?".
Passados alguns dias, encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: "Não foi à aula?". E ela me respondeu: "Não. Eu só tenho aula à tarde". Comemorei: "Que bom! Isto significa, então, que, de manhã, você pode brincar, ou dormir até mais tarde!...". "Não;", retrucou-me ela, "tenho tanta coisa a fazer, de manhã...". "Que tanta coisa?", perguntei. "Aulas de inglês; de balé; de pintura; piscina", e começou a elencar seu programa de garota robotizada... Fiquei pensando: "Que pena! A Daniela não me disse: "Tenho aula de meditação".
Vê-se que estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas, emocionalmente infantilizados.
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias!
Não tenho nada contra malhar o corpo... Mas, preocupo-me com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos. Alguns perguntaram "Como estava o defunto?". E outros responderão: "Olha..., uma maravilha, não tinha uma celulite!"...
Mas, como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa? Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação, porém, de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...
A palavra hoje é "entretenimento". Domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil, o apresentador; imbecil, quem vai lá e se apresenta no palco; imbecil, quem perde a tarde diante da telinha...
E como a publicidade não consegue vender felicidade, ela nos passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: "Se tomar este refrigerante, calçar este tênis, usar esta camisa, comprar este carro..., você chega lá!".
O problema é que, em geral, "não se chega"! Pois, quem cede a tantas propagandas desenvolve, de tal maneira, o seu desejo, que acaba precisando de um analista, ou de remédios. E quem, ao contrário, resiste, aumenta a sua neurose.
O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: a amizade, a auto-estima, e a ausência de estresse.
Mas, há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um Shopping Center. É curioso: a maioria dos Shoppings Centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles, não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de "missa de domingo". E ali dentro se sente uma sensação paradisíaca: não há mendigos, não há crianças de rua, não se vê sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno: aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se vários nichos: capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Mas, aquele que só pode comprar passando cheque pré-datado, ou a crédito, ou, ainda, entrando no "cheque especial", se sente no purgatório.
E pior: aquele que não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno...
Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald...
Por tudo isto, costumo dizer aos balconistas que me cercam à porta das lojas, que estou, apenas, fazendo um "passeio socrático". E, diante de seus olhares espantados, explico: "Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou, apenas, observando quantas coisas existem e das quais não preciso para ser feliz!" "
Faça hoje, não amanhã
Diz o preguiçoso: "Amanhã farei."
Exclama o fraco: "Amanhã terei forças."
Assevera o delinqüente: "Amanhã regenero-me."
É imperioso reconhecer, porém, que a criatura,
adiando o esforço pessoal, não alcançou, ainda,
a noção real do tempo. Quem não aproveita a bênção do dia vive distante da glória do século.
A alma sem coragem de avançar cem passos não caminhará vinte mil.
O lavrador que perde a hora de semear
não consegue prever as conseqüências da procrastinação do serviço a que se devota, porque,
entre uma hora e outra,podem surgir impedimentos e lutas de indefinível duração.
Muita gente aguarda a morte para entrar numa boa vida.
Contudo a lei é clara quanto à destinação de cada um de nós.
Alcançaremos sempre os resultados a que nos propomos.
Se todas as aves possuem asas, nem todas
se ajustam à mesma tarefa nem planam no mesmo nível.
A andorinha voa na direção do clima primaveril,mas o corvo, de modo geral, se consagra,em qualquer tempo, aos detritos do chão.
Aquilo que o homem procura agora surpreenderá amanhã,à frente dos olhos e em torno do coração.
Cuida, pois, de fazer, sem delonga,quanto deve ser feito em benefício de tua própria felicidade,porque o Amanhã será muito agradávele benéfico somente paraaquele que trabalha no bem,que cresce no ideal superior e que aperfeiçoa nas abençoadas horas de Hoje.
(Anônimo)
Exclama o fraco: "Amanhã terei forças."
Assevera o delinqüente: "Amanhã regenero-me."
É imperioso reconhecer, porém, que a criatura,
adiando o esforço pessoal, não alcançou, ainda,
a noção real do tempo. Quem não aproveita a bênção do dia vive distante da glória do século.
A alma sem coragem de avançar cem passos não caminhará vinte mil.
O lavrador que perde a hora de semear
não consegue prever as conseqüências da procrastinação do serviço a que se devota, porque,
entre uma hora e outra,podem surgir impedimentos e lutas de indefinível duração.
Muita gente aguarda a morte para entrar numa boa vida.
Contudo a lei é clara quanto à destinação de cada um de nós.
Alcançaremos sempre os resultados a que nos propomos.
Se todas as aves possuem asas, nem todas
se ajustam à mesma tarefa nem planam no mesmo nível.
A andorinha voa na direção do clima primaveril,mas o corvo, de modo geral, se consagra,em qualquer tempo, aos detritos do chão.
Aquilo que o homem procura agora surpreenderá amanhã,à frente dos olhos e em torno do coração.
Cuida, pois, de fazer, sem delonga,quanto deve ser feito em benefício de tua própria felicidade,porque o Amanhã será muito agradávele benéfico somente paraaquele que trabalha no bem,que cresce no ideal superior e que aperfeiçoa nas abençoadas horas de Hoje.
(Anônimo)
terça-feira, 1 de março de 2011
Minimamente feliz por Leila Ferreira
A felicidade é mesmo um estado mágico e duradouro?
A felicidade é a soma das pequenas felicidades. Li essa frase num outdoor em Paris e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar. Eu já suspeitava que a felicidade com letras maiúsculas não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida. Afinal, desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa felicidade no superlativo. Mas ali, vendo aquele outdoor estrategicamente colocado no meio do meu caminho (que de certa forma coincidia com o meio da minha trajetória de vida), tive certeza de que a felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.
Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas. Um pôr-do-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, um homem que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir. São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.
'Eu contabilizo tudo de bom que me aparece', diz Fabiana, também adepta da felicidade homeopática. 'Se o zíper daquele vestido que eu adoro volta a fechar (ufa!) ou se pego um congestionamento muito menor do que eu esperava, tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo.
Elis conta que cresceu esperando a felicidade com maiúsculas e na primeira pessoa do plural: 'Eu me imaginava sempre com um homem lindo do lado, dizendo que me amava e me levando pra lugares mágicos Agora, viajando com frequência por causa de seu trabalho, ela descobriu que dá pra ser feliz no singular: 'Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar indescritível'.
Uma empresária que conheci recentemente me contou que estava falando e rindo sozinha quando o marido chegou em casa. Assustado, ele perguntou com quem ela estava conversando: 'Comigo mesma', respondeu. 'Adoro conversar com pessoas inteligentes' Criada para viver grandes momentos, grandes amores e aquela felicidade dos filmes, a empresária trocou os roteiros fantasiosos por prazeres mais simples e aprendeu duas lições básicas: que podemos viver momentos ótimos mesmo não estando acompanhadas e que não tem sentido esperar até que um fato mágico nos faça felizes.
Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos. E faz parte da minha 'dieta de felicidade' o uso moderadíssimo da palavra 'quando'. Aquela história de 'quando eu ganhar na Mega Sena', 'quando eu me casar', 'quando tiver filhos', 'quando meus filhos crescerem', 'quando eu tiver um emprego fabuloso' ou 'quando encontrar um homem que me mereça', tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje. Esperar o príncipe encantado, por exemplo, tem coisa mais sem sentido? Mesmo porque quase sempre os súditos são mais interessantes do que os príncipes; ou você acha que a Camilla Parker-Bowles está mais bem servida do que a Victoria Beckham?
Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigos. E quem for ruim de contas recorra à calculadora para ir somando as pequenas felicidades. Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas alegrias é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos. Que digam. Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera.
A felicidade é a soma das pequenas felicidades. Li essa frase num outdoor em Paris e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar. Eu já suspeitava que a felicidade com letras maiúsculas não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida. Afinal, desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa felicidade no superlativo. Mas ali, vendo aquele outdoor estrategicamente colocado no meio do meu caminho (que de certa forma coincidia com o meio da minha trajetória de vida), tive certeza de que a felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.
Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas. Um pôr-do-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, um homem que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir. São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.
'Eu contabilizo tudo de bom que me aparece', diz Fabiana, também adepta da felicidade homeopática. 'Se o zíper daquele vestido que eu adoro volta a fechar (ufa!) ou se pego um congestionamento muito menor do que eu esperava, tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo.
Elis conta que cresceu esperando a felicidade com maiúsculas e na primeira pessoa do plural: 'Eu me imaginava sempre com um homem lindo do lado, dizendo que me amava e me levando pra lugares mágicos Agora, viajando com frequência por causa de seu trabalho, ela descobriu que dá pra ser feliz no singular: 'Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar indescritível'.
Uma empresária que conheci recentemente me contou que estava falando e rindo sozinha quando o marido chegou em casa. Assustado, ele perguntou com quem ela estava conversando: 'Comigo mesma', respondeu. 'Adoro conversar com pessoas inteligentes' Criada para viver grandes momentos, grandes amores e aquela felicidade dos filmes, a empresária trocou os roteiros fantasiosos por prazeres mais simples e aprendeu duas lições básicas: que podemos viver momentos ótimos mesmo não estando acompanhadas e que não tem sentido esperar até que um fato mágico nos faça felizes.
Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos. E faz parte da minha 'dieta de felicidade' o uso moderadíssimo da palavra 'quando'. Aquela história de 'quando eu ganhar na Mega Sena', 'quando eu me casar', 'quando tiver filhos', 'quando meus filhos crescerem', 'quando eu tiver um emprego fabuloso' ou 'quando encontrar um homem que me mereça', tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje. Esperar o príncipe encantado, por exemplo, tem coisa mais sem sentido? Mesmo porque quase sempre os súditos são mais interessantes do que os príncipes; ou você acha que a Camilla Parker-Bowles está mais bem servida do que a Victoria Beckham?
Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigos. E quem for ruim de contas recorra à calculadora para ir somando as pequenas felicidades. Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas alegrias é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos. Que digam. Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera.
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