quinta-feira, 11 de agosto de 2011
O Amor por companheiro
O amor por companheiro
Adotarei o amor por companheiro e o escutarei cantando, e o beberei como vinho, e o usarei como vestimenta. Na aurora, o amor me acordará e me conduzirá aos prados distantes. Ao meio dia, conduzir-me-á à sombra das árvores onde me protegerei do sol como os pássaros. Ao entardecer conduzir-me-á ao poente, onde ouvirei a melodia da natureza despedindo-se da luz, e contemplarei as sombras da quietude adejando no espaço.
À noite, o amor abraçar-me-á, e sonharei com os mundos superiores onde moram as almas dos enamorados e dos poetas. Na primavera, andarei com o amor, lado a lado, e cantaremos juntos entre as colinas; e seguiremos as pegadas da vida, que são as violetas e as margaridas; e beberemos a água da chuva, acumulada nos poços, em taças feitas de narciso e lírios. No verão, deitar-me-ei ao lado do amor sobre camas feitas com feixes de espigas, tendo o firmamento por cobertor e a lua e as estrelas por companheiras.
No outono, irei com o amor aos vinhedos e nos sentaremos no lagar, e contemplaremos as árvores se despindo das suas vestimentas douradas E os bandos de aves migratórias voando para as costas do mar. No inverno, sentar-me-ei com o amor diante da lareira e conversaremos sobre os acontecimentos dos séculos e os anais das nações e povos.
O amor será meu tutor na juventude, meu apoio na maturidade, e meu consolo na velhice. O amor permanecerá comigo até o fim da vida, até que a morte chegue, e a mão de Deus nos reúna de novo.
Khalil Gibran.
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