Publicado por M. Manuela dos Santos Oliveira em 7 fevereiro 2015 às 17:04 em Omraam Mikhael AïvanhovBack to Omraam Mikhael Aïvanhov Discussions
Está escrito no Livro de Zohar:
«Sete luzes existem no Altíssimo
e é lá que habita o Ancião dos Anciãos,
o Misterioso dos Misteriosos
o Oculto dos Ocultos: Ain Soph».
Estas sete luzes são as luzes vermelha, laranja, amarela, verde, azul, anil e violeta.
São os sete espíritos que permanecem junto do Trono de Deus.
Por conseguinte, as cores produzidas pela luz dissociada pelo prisma têm também um valor simbólico.
Quando se olha a luz do Sol através de um prisma, descobrem-se uma riqueza e um esplendor espantosos.
Como é que a luz, que é 1, atravessa o prisma, que é 3, para se tornar7?
Sim, 1, 3 e 7...
Este fenómeno prendeu-me muito a atenção, desde a minha juventude e foi para mim motivo de grande regozijo verificar que a luz do Sol contém tanta riqueza, tanta beleza e tanta pureza.
Foi aí que vi que o ser humano, tal como o prisma, é uma trindade.
Para que a luz do Sol possa decompor-se perfeitamente em sete cores é preciso que os três lados do prisma sejam transparentes e também iguais.
Do mesmo modo, é necessário que o ser humano tenha desenvolvido harmoniosamente o triângulo formado pelo seu intelecto, o seu coração e a sua vontade, para que a luz que vem de Deus, a luz do Sol, possa passar através dele e manifestar-se no esplendor das sete cores.
Só os discípulos e os Iniciados que trabalharam para desenvolver a sua inteligência, que exercitaram o seu coração para sentir e amar correctamente, e que se tornaram fortes porque lutaram e tiveram a vontade de vencer o que é negativo, conseguem decompor a luz em sete cores, e a sua aura aumenta em grandeza, beleza e pureza.
Aqueles que não desenvolveram correctamente neles, este triângulo formado pelo intelecto, o coração e a vontade, só terão na sua aura duas ou três cores; as outras estarão ausentes.
E se, por infelicidade, deformam este triângulo, o seu intelecto torna-se maligno, manhoso e agressivo, o seu coração enche-se de ódio, de maldade, de crueldade, de desejo de vingança e de sensualidade, e a sua vontade põe-se ao serviço da destruição e da demolição.
Então, a sua aura perde as cores cintilantes e vivas e fica carregada de horrores e monstruosidades.
Na Ciência Iniciática, chama-se à luz vermelha, o Espírito da vida.
Pelas vibrações que produz, a cor vermelha liga os humanos ao Espírito da Vida; graças a esta, eles animam-se, a sua vitalidade aumenta.
Mas o vermelho tem milhares de cambiantes: o amor, a sensualidade, o dinamismo, a embriaguez, a cólera, etc...
A luz laranja é o Espírito da Santidade, o segundo Espírito.
Através da cor laranja, ligais-vos, pois, à santidade.
Mas esta cor tem também muitas outras tonalidades: o individualismo, a soberba, o próprio orgulho; uma outra tonalidade melhora a saúde, uma outra transmite a fé e reforça-a. Mas acima de tudo, o laranja é a cor da santidade e da saúde.
A cor amarelo-dourado é o Espírito da Sabedoria.
Pelas suas vibrações, impele as pessoas a ler, a reflectir, a meditar, a procurar a sabedoria, a mostrarem-se razoáveis e prudentes.
A luz verde é o Espírito da Eternidade e da Evolução.
O verde é a cor do crescimento, do desenvolvimento e também da riqueza.
Está ligada à esperança e dá ao homem a possibilidade de evoluir.
A luz azul é o Espírito da Verdade.
Está ligada à religião, à paz, à música.
O azul desenvolve o sentido musical, acalma o sistema nervoso, cura os pulmões e age também favoravelmente sobre os olhos, que são o símbolo da verdade.
A luz anil é o Espírito da Força, o Espírito da realeza.
Tem quase as mesmas propriedades que o azul.
A luz violeta é o Espírito da Omnipotência divina e do amor espiritual, é o Espírito do Sacrifício.
O violeta é uma cor muito poderosa que protege o homem.
É também uma cor muito mística, muito subtil, que o ajuda a desdobrar-se para visitar outros mundos e permitir-lhe compreender o amor de Deus.
Não é nada favorável à vegetação.
Quando eu tinha quinze ou dezasseis anos, trabalhava com as cores, e não só as imaginava e meditava sobre elas, como as usava para pintar as vidraças do meu quarto a fim de estudar os seus efeitos.
Comecei pelo vermelho, depois foi o laranja, etc...
Eu meditava naquele quarto banhado pela luz colorida que atravessava os vidros e durante alguns dias observava como esta cor agia em mim; depois lavava tudo e passava a outra cor.
Escusado será dizer-vos o que é que os meus pais e os meus vizinhos pensavam a meu respeito!
Pensavam que eu enlouquecera, mas eu continuava, imperturbavelmente, a estudar as cores.
Com o violeta, partia para o outro mundo.
Também convidava os meus amigos para ver o efeito que esta cor produzia sobre eles: adormeciam!
As flores, essas, murchavam!...
Contudo, o violeta é uma cor de que gosto muito.
Quando o vermelho da sua aura não está puro nem límpido, é porque o homem se deixou arrastar pela cólera, a embriaguez ou a sensualidade; a cada um destes vícios corresponde uma tonalidade diferente do vermelho, e os clarividentes podem vê-las.
Aliás, o vermelho sempre esteve ligado ao sangue, à guerra.
É uma bela cor mas é preciso que a tonalidade seja tão pura que, misturada com o branco, dê um cor-de-rosa luminoso.
O rosa exprime também uma "nuance" do amor: o branco traz ao vermelho a pureza, a harmonia, algo que é apaziguador, sem violência nem egoísmo, e assim o amor torna-se sensato, torna-se ternura.
Eis porque o rosa é o símbolo da ternura, da delicadeza.
Aconselho aqueles que têm demasiada vitalidade e sensualidade a ligar-se à cor branca ou a dar-se com seres que tenham muito branco, isto é, que sejam puros e honestos; pelo menos haverá uma mistura e o vermelho tornar-se-á cor-de-rosa.
Desse modo, eles já não serão importunados e atormentados pela força do vermelho que neles existe.
O rosa também age beneficamente sobre a inteligência.
É costume dizer-se: «Ver a vida cor-de-rosa», quer dizer, ser optimista.
Aquele que vê a vida cor-de-rosa não tem o espírito entravado por inquietações ou pensamentos sombrios e tristes, vê a existência sob um aspecto agradável e é feliz.
Podem fazer-se as mesmas observações para as outras cores.
Há azuis que revelam que um homem perdeu a fé ou que se afastou da verdade, ou que já não vive em paz.
Se o amarelo é impuro ou descorado, isso mostra que ele não está na sua razão nem é capaz de aprofundar e de compreender; não se pode ter confiança nas suas faculdades intelectuais.
Mas, hoje não quero deter-me sobre este assunto, pois tenho outras coisas a dizer-vos.
Fixai somente que os Sete Espíritos que permanecem diante do Eterno são: o Espírito da Vida, o vermelho; o Espírito da Santidade, o cor de laranja; o Espírito da Sabedoria, o amarelo; o Espírito da Eternidade, o verde; o Espírito da Verdade, o azul; o Espírito da Força, o anil; o Espírito do Sacríficio, o violeta.
Quando quiserdes obter uma cor, podereis obtê-la sempre a partir de outras duas: o violeta e o laranja dão o vermelho; o vermelho e o amarelo dão o laranja; o laranja e o verde dão o amarelo, etc...
Cada cor é filha de duas outras que são como que o seu pai e a sua mãe; mas se não souberdes quais as que deveis misturar, não obtereis bom resultado.
Porquê?
Porque entre as cores há tantas oposições como afinidades, e estas oposições e estas afinidades encontram-se igualmente entre os planetas que correspondem a estas cores.
A cor vermelha corresponde a Marte.
Marte é impetuoso, violento, destrutivo; é o princípio masculino por excelência, mas num domínio determinado, visto que o Sol (se bem que o Sol não seja um planeta) e Júpiter têm também um carácter masculino, mas num domínio diferente.
A cor verde corresponde a Vénus.
As pessoas nas quais o vermelho domina são atraídas por aquelas em que predomina o verde, pois valorizam-se mutuamente, e isso é maravilhoso; porém, se se ligam e se fundem, farão nascer um monstro.
Que passeiem juntas, que se falem, que se olhem, que se exaltem, mas que não se fundam, pois o verde e o vermelho misturados dão origem a uma cor feia.
Acontece o mesmo com o azul e o laranja: a sua mistura é horrorosa, mas colocados lado a lado são mais expressivos e exaltam-se.
À cor branca corresponde o planeta Júpiter, e ao laranja, o Sol; estes dois planetas são positivos e por essa razão não devem casar-se.
Tomemos agora o amarelo e o violeta, que também não devem ser misturados.
O amarelo corresponde a Mercúrio e, segundo a cabala, o violeta corresponde à Lua, se bem que muitas vezes se atribua à Lua, a cor branca.
Se deixarmos, então à Lua, a cor branca, atribuiremos a Neptuno a cor violeta, uma vez que Neptuno é idêntico à Lua, mas num registo superior.
Urano é idêntico a Mercúrio.
Compreendereis melhor as relações entre as cores se as situardes na Árvore Sefirótica.
Mercúrio (Hod) opõe-se a Urano (Hokmah) e, num outro eixo, Vénus (Netzach) opõe-se a Saturno (Binah).
No pilar central, a Lua (Iésod) opõe-se a Neptuno (Kéther).
No plano horizontal, Marte (Gébourah), no pilar do rigor, opõe-se a Júpiter (Hésed), no pilar da clemência.
Um dia explicar-vos-ei todas estas relações, e então vereis como Vénus e Saturno representam quase a mesma realidade manifestada nas diferentes regiões.
Isso contradirá, talvez, tudo o que haveis aprendido até agora, mas vereis, por exemplo, como na mesma linha - a do amor -, o amor de Vénus se torna a inteligência de Saturno e, como na outra linha, a inteligência concreta de Mercúrio - a dos raciocínios, da palavra e dos negócios - se torna, mais acima, a sabedoria de Urano.
Ainda não se encontram nos livros muitas ezplicações acerca destas correspondências, mas, graças ao Céu, muitas ideias foram-me reveladas.
As séfiras não foram colocadas ao acaso.
Existem entre elas relações geométricas que são significativas...
Porém, isso é demasiado avançado para vós e de momento nem sequer é necessário que abordeis estas questões filosóficas e abstractas; hoje fixai somente estas poucas palavras acerca das cores a fim de poderdes trabalhar eficazmente para a vossa evolução.
Trabalhai, mudando de cor em cada dia.
Podeis começar pelo vermelho, que é o mais próximo da terra, e continuar com o laranja, o amarelo, o verde... Ou, inversamente, começar pelo violeta.
Dessa maneira, descereis ou subireis, conforme quiserdes.
A cor vermelha é a mais próxima da terra, e é por esta razão que o chão da nossa sala de refeições e da maior parte das nossas construções está pintado de vermelho, ao passo que a parte superior está pintada de azul.
O céu é azul e a terra é vermelha.
Reparai na relação existente entre as seguintes palavras da língua hebraica: Adam, o primeiro homem; Éden, o lugar onde ele habitava; Adamah, a Terra, e Adom, a cor vermelha.
Portanto, em hebraico, a cor vermelha, a Terra, o homem e o Éden são palavras formadas a partir da mesma raíz.
Eis porque na cabala se dá a Adão o nome de homem vermelho.
Mas o velho Adão deve morrer e ceder o lugar ao homem novo, o Cristo, simbolizado pela cor azul.
Transformar o vermelho em azul, era precisamente esse o trabalho dos alquimistas.
Isso significa que tudo o que no homem é grosseiro, violento e animal, deve ser transformado, sublimado.
O vermelho e o azul são dois polos opostos e, se quiserdes passar de um para outro, perguntai aos alquimistas e eles responder-vos-ão que é preciso trabalhar com o ácido e a base.
Se souberdes trabalhar com estes dois princípios, o masculino e o feminino, podereis mudar as cores, isto é, fazer o azul mudar para vermelho e o vermelho para azul, pondo algumas gotas de ácido ou de base...
A química esclarece, pois, os preceitos da religião, mas os religiosos não o sabem.
E os químicos também não.
Para eles, são fenómenos puramente materiais que não tentam interpretar.
A ciência limita-se a constactar os factos, não procurando nem a sua razão de ser nem o seu significado.
Mas a mim agrada-me interpretar-vo-los.
Somos, portanto, o Adão vermelho que deve dar lugar ao Cristo.
Esta transformação é possível, é o objectivo da religião.
O velho homem, Adão, submetido às paixões (o vermelho), deve dar lugar ao Cristo, ao homem novo (o azul), que vive em verdade, na paz e na harmonia.
Bem-aventurados os que compreendem!
Bem-aventurados os que seguem a luz!
Vou terminar citando-vos de novo estas palavras do Zohar de que gosto muito.
Pronuncio-as muitas vezes interiormente:
«Sete luzes existem no Altíssimo,
e é lá que habita o Ancião dos Anciãos,
o Misterioso dos Misteriosos,
o Oculto dos Ocultos: Ain Soph»...
É magnífico!
Também vós podeis repetir para vós próprios estas palavras, e que se faça luz!
Que todos trabalhem agora sobre a luz, com a luz e para a luz!
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
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