Mente aberta
Os devas são seres de vários níveis e gradações de energia e consciência. Estão ligados indissoluvelmente à natureza. O filósofo Tales de Mileto afirmou que “todas as coisas estão cheias de deuses”, essa é uma clara referência a presença dos devas na natureza.
Devas são etéricos, situam-se em radiação de uma oitava acima da matéria física, sendo invisíveis aos olhos humanos. Seus corpos possuem uma luminosidade excepcional, por isso são chamados de “seres radiantes” ou “divindades resplandecentes”. Sua missão divina é cuidar da natureza, moldando as formas da matéria e da vida seguindo a orientação dos princípios ou arquétipos estabelecidos desde o princípio dos tempos. Os devas são, na Índia, o equivalente ao termo “anjo” na tradição cristã. Em várias culturas, eles fizeram parte da mitologia dos povos e estiveram presentes do imaginário popular. Os devas e a natureza são expressões de uma mesma coisa. Os devas estão conectados a leis naturais, cada qual dentro de uma tonalidade vibratória. Canalizando esse tônus de energia sutil, eles moldam a matéria, a forma e a vida dos minerais, vegetais, animais e humanos, correspondendo sempre ao fundamento da lei e do arquétipo.
É Possível ao ser humano comungar com os devas?
Sem dúvida, não há limites para a convivência entre o reino humano e o reino dévico. Ambos devem se compreender e trabalhar conjuntamente para a harmonia do Universo visível e invisível. Quando o ser humano conseguir estabelecer um contato íntimo com os devas, sua felicidade se expandirá para muito além do estado atual.
É importante enfatizar que existem graus variados de consciência nos devas, dos inferiores aos superiores, e cada qual canaliza uma qualidade específica de energia, a qual experimenta em si e traduz em vibrações etéreo-físicas que vão se condensando até se tornarem visíveis e palpáveis.
Já que os devas e a natureza são expressões diferentes de uma mesma coisa, a medida que vamos nos ligando a natureza, também comungamos com os devas. Protegendo a natureza e ajudando a preservá-la, estamos trabalhando em conjunto com esses seres.
Por que existe a necessidade de entidades espirituais que aplicam as leis naturais nos diferentes planos? Se é uma lei, ela não deveria se consumar automaticamente?
Toda lei, enquanto princípio supremo, possui gradações sutis elevadíssimas, ao que se faz necessário um agente com inteligência e consciência capaz de cumprir a lei e reduzi-la a níveis cada vez menores de existência e realidade. Podeis observar o mesmo processo na vida humana: o policial não cuida do cumprimento de uma lei dentro de contextos densos e pesados, enfrentando toda sorte de roubos, seqüestros, fazendo a contenção de ações diversas de violência contra a sociedade? Não é ele também um defensor e aplicador da lei humana? O juiz, dentro de um contexto diferente e menos denso e pesado, não executa também a tarefa de julgar casos onde haja necessidade decidir sobre o bom cumprimento da lei? A figura do fiscal, não observa e fiscaliza a aplicação da lei? Um promotor também não tem uma função parecida, sempre preservando a lei do seu desvio? Sem estes agentes, investidos do poder legal, não seria possível controlar , defender e aplicar a lei humana! O mesmo ocorre com a lei cósmica; existem agentes naturais, seres dos mais variados graus de consciência e energia, que funcionam como protetores e executores dos princípios divinos.
Existem devas bons e maus?
Não existem devas bons ou maus. Os devas são seres que cumprem leis e princípios cósmicos, sendo seguidores de ordenamentos cósmicos pré-estabelecidos. Eles não têm moral, bondade ou maldade, não há código de ética a ser seguido, mas apenas um código de execução de leis e princípios. Como não possuem ego ou personalidade, eles encaram como essencial o plano universal, e o fazem acima de seu lado pessoal. O conjunto prevalece sobre a parte. O que para o ser humano é considerado mau, perverso, pecaminoso, para um deva é apenas o fazer cumprir uma lei. Tudo flui sem complexos, traumas, medo, rancor, apegos etc. Desde que sejam criadas as condições, a lei é aplicada e se faz presente, com o concurso dos devas.
Os devas evoluem como os seres humanos?
Não, se não há individualidade nem um sentido de eu, não há perspectiva de evolução tal como o sentido de crescimento e desenvolvimento no ser humano. Porém, há outro tipo de evolução, seguindo outros padrões, a que podemos denominar insuficientemente como evolução. Sua evolução é coletiva e está ligada ao todo, diferente do ser humano que pode se adiantar em desenvolvimento espiritual para frente da média dos seres de seu tempo e tomar-lhes a dianteira, por sua dedicação e disciplina pessoal.
Há algum bom exemplo de cooperação entre humanos e devas?
Observem o que sucedeu na comunidade FRINDHORN na Escócia.
O que se pode dizer da forma dos devas?
Os devas possuem uma composição bem fluida e maleável, com possibilidade de expandir incrivelmente seus corpos de energia, assim como de compactá-los. Muitos videntes ao longo da História conhecida e desconhecida da humanidade já puderam visualizá-los diretamente. Porém, devemos alertar que muitos sensitivos sentiram-se perturbados com a imensa irradiação da luminosidade que se desprende da aura desses seres. Um bom preparo é fundamental nesse campo.
A visualização dos devas se constitui como a melhor forma de contato com os devas?
Não, como dissemos, os devas são parte integrante da natureza; eles e a natureza são Um. Portanto, a melhor forma de sintonizar um deva é o amor incondicional pela natureza. Devemos lembrar que o amor é o principal laço que une todos os seres do universo. Com amor, todas as portas se abrem e o contato se faz natural e espontaneamente. “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” permanece sendo o grande pilar da missão cósmica dos seres humanos, e isso inclui seus irmãos humanos e seus irmãos do reino dévico.
Existe um número determinado de devas na natureza?
Esse número ainda não é perfeitamente conhecido de vós e nem há uma utilidade em se desvendar isso. Porém, na Teosofia costuma-se afirmar que esse número chega a 330 milhões.
Como os devas percebem a vida e as coisas?
A percepção dévica difere da humana, posto que são seres compostos de vibrações sutis, e dessa forma, são sensíveis a freqüências que são ainda inacessíveis, e por isso as desconheceis. Um bom exemplo dessa diferença se refere detecção das cores. Os devas são muito sensíveis as cores e aos sons, mas para eles as cores se apresentam como sons, e os sons como cores, ao contrário do reino humano. Em estados superiores de consciência, o ser humano também pode captar sons e suas respectivas cores e vice versa. Da mesma forma que alguns tipos de matéria emitem um cheiro que corresponde a sua constituição, ocorre algo similar com as cores e os sons. Cada som emite uma cor e cada cor emite um som. Isso já é conhecido há milênios pela tradição espiritual e as Ordens iniciáticas. Para os devas, não existem esses limites entre cor, som e vibrações diversas, tudo se interpenetra e vibra revelando uma natureza mais geral. Além disso, sua visão das coisas não se atenta aos detalhes; eles possuem uma visão de conjunto, uma consciência mais unificada da existência, ao contrário dos humanos que se atém ferrenhamente aos detalhes. O deva vê as partes em função do todo, o ser humano enxerga mais as partes, e por isso perde a noção do todo. O deva nunca toma a parte pelo todo, como é comum no reino humano.
Tendo em vista que os sons são captados com facilidade pelos devas, existem mantras que servem para comungar com eles?
Sim, há uma significativa quantidade de sons místicos específicos que servem para se estabelecer esse contato mais íntimo e direto. Nesse campo, o valor está na vibração do som e de sua capacidade de criar uma ressonância com a qualidade da energia em que o deva vibra regularmente.
É possível a comunicação com os devas através da telepatia?
Sem dúvida. Muitos indivíduos já o fizeram, desde épocas remotíssimas até os tempos atuais.
Podeis nos dar um exemplo de como os devas fazem a ponte de união entre as idéias arquetípicas e a formação do mundo físico juntamente com o veículo corpóreo dos seres vivos?
O conhecimento mais completo sobre a atuação dos devas na formação da matéria deve ainda permanecer oculto, sob o perigo de grandes catástrofes se abaterem sobre a humanidade, tal como dizia o mestre tibetano. Apenas os Mestres de mais alto grau podem ter acesso a esse conhecimento, e seus discípulos podem receber apenas algumas “pistas” gerais.
Dentro do processo gerador da vida humana no útero materno,por exemplo, há devas agindo e cumprindo a lei. Eles realizam a síntese entre a ideia-modelo arquetípica e o karma individual originário das vidas passadas do nascituro. Tanto o padrão cósmico humano será consagrado quanto o karma pessoal será incluído. Se o nascituro possui uma necessidade kármica de, por exemplo, nascer com o corpo físico defeituoso, em virtude das tarefas que precisa realizar, o deva lhe infunde a carga parcial do seu karma obedecendo também ao seu programa de vida, elaborado no plano sutil pré-nascimento.
O deva ativa a criação de um campo magnético em torno do nascituro, que servirá como esfera isolante contra influências estranhas. Aqui se realiza a harmonia entre a matéria do corpo físico e o seu meio externo. Logo após o deva inicia a construção da forma. Essa forma será o modelo organizador do crescimento do organismo, sempre obedecendo ao padrão etérico previamente estabelecido. Em linhas gerais, essas são as principais ações do devas nas construções das formas humanas na fase pré-natal.
Existe alguma classe de seres acima dos devas?
Sim, os avatares, as chamadas encarnações divinas dentro do Hinduísmo, são superiores aos devas, que lhe são subordinados. Os devas, por sua vez, são superiores aos elementais, que lhe são subordinados. Os avatares, seres humanos de altíssimo despertar espiritual, situam-se num nível de consciência acima do mais elevado reino dévico.
Podem os devas transferir-se ao reino humano e vice versa?
Sim, isso pode ocorrer, mas é raro. Os devas podem transferir-se para o reino humano e os homens podem renascer nos planos sutis como devas.
Autor: Hugo Lapa
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