sábado, 21 de setembro de 2013

Os Contos de Fadas e nós


Os Contos de Fadas e nós
por Ana Lúcia de Mattos Santa Isabel
Sabemos que o nosso trabalho busca interior, de compreensão de nós mesmos é
fundamental para o conhecimento e a eliminação dos nossos defeitos, para
chegar a cristalizar todas e cada uma das virtudes latentes em nosso
interior e alcançar o estado de pureza e de bem-aventuranç a última e
imperecedoura, ideal de todo ser humano.

Este nobre trabalho tem que ser consciente e com retos esforços. Supõe um
grande sacrifício de nossa parte conservar esse constante estado de
recordação e controle de si mesmo, de instante em instante. Mas como fazer
para que cada um de nós compreenda o que muitas vezes nos custa tanto e
parece tão árduo?

Existe um maravilhoso mundo cheio de simbolismos que ajuda o ser humano em
qualquer idade a compreender a necessidade de ser melhor a cada dia e como
consegui-lo. Dizemos a nós mesmos: "Você tem que ser bom". E, quase sempre
nos perguntamos repletos de perplexidades: "E como faço para ser bom?" E às
vezes nos encontramos diante de perguntas que nos deixam perplexos: "E o que
tem de mau em não ser bom?"

Nosso mundo materialista ensina que os maus conseguem o que querem com o
poder da violência. Como fazer o Ser compreender que existe uma força
superior chamada AMOR, que consegue tudo o que propõe sem violência? Como
fazer o Ser compreender o que é que realmente devemos anelar e conseguir?

Os contos de fadas são o caminho mais simples e completo para fazer chegar a
elas esse conhecimento. Isto é dito por grandes mestres como Jung, Campbell e
outros mais.

Eles nos falam de Alquimia e de Simbolismo de uma forma tão simples, que
quase não nos damos conta.

Através de contos como "Cinderela" ou "Branca de Neve" fala-se, uma e outra
vez, da necessidade de transmutar o nosso CHUMBO-MATÉRIA em puro
OURO-ESPIRITUAL, através de uma série de provas cotidianas que os
protagonistas dos contos suportam com doçura, sem nunca perder a boa-vontade
para com aqueles que os ofendem.Aprendizado muito útil no mundo profano do
dia a dia.

Assim, Cinderela ajuda com afeto, embora com tristeza, as suas “irmãs” que
vão para o baile, e sentada no lar, entre as cinzas, próxima à chaminé, que
é o símbolo da comunicação entre o Céu e a Terra, não se queixa nem se
vinga. Do mesmo modo, Branca de Neve, que apesar da maldade da sua madrasta
e das tentativas desta de acabar com a sua vida, não organiza uma luta para
assaltar o castelo.

Desta maneira, com doçura, os personagens dos contos de fadas nos dão uma
lição de paciência, perseverança e bondade e nos ensinam como conseguir a
nossa alquimia espiritual.

O verdadeiro alquimista não só transmuta as suas energias criadoras, mas
também todas as situações que a vida lhe oferece, sejam estas agradáveis ou
desagradáveis.

As provas que têm que superar os personagens dos contos de fadas são
símbolos profundos do Caminho Iniciático, como ocorre no conto "Os Feijões
Mágicos" , que simboliza a ascensão espiritual e a vitória sobre o ogro
(paradigma do mais primitivo em nosso interior: inveja, ira, luxúria,
avareza, orgulho, etc).

Bem, como podem ver temos muito em que pensar. Contos de fadas,assim como
seus irmãos os Mitos, de pueril, não têm nadinha mesmo.Transformaçã o é a
palavra chave.E não é isto que devemos buscar a cada dia? 

Beijos fraternos, 

Aninha, fada peregrina

“Os contos de fadas são assim.
Uma manhã, a agente acorda
E diz: "era só um conto de fadas..."
E a gente sorri de si mesma.
Mas,no fundo,não estamos sorrindo.
sabemos muito bem que os contos de fadas
São a única verdade da vida."

(Antoine de Saint-Exupéry)

Ana Lúcia de Mattos Santa Isabel
post em Portal Arco Iris

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