sábado, 11 de janeiro de 2014
Solidão, isolamento e tecnologia
post por Miriam Marcia S. Machado
Discute-se atualmente se as novas tecnologias vêm sendo bem utilizadas e, desse modo, contribuindo para o desenvolvimento da sociedade moderna.
É óbvio que ninguém discorda de sua relevância como ferramentas importantes na vida de todos nós. A televisão digital, os aparelhos celulares com suas múltiplas e interessantes funções, os vídeos e filmes de alta definição, os computadores pessoais cada vez mais velozes e potentes, os tablets, a interligação em âmbito mundial proporcionada para internet, o advento das chamadas redes sociais, os jogos eletrônicos virtuais, os sofisticados aparelhos que, por meio dos exames de imagem, facilitam os diagnósticos médicos – eis uma lista resumida do que a tecnologia de ponta nos tem oferecido, alargando os nossos horizontes no macro e no microcosmo.
É imperioso, porém, que a criatura humana, deslumbrada pelas conquistas externas, não se esqueça das conquistas sublimes do seu mundo interior.
Os benefícios que o avanço tecnológico nos oferece devem servir para facilitar a vida, e jamais para complicá-la, visto que o uso irresponsável dos recursos tecnológicos postos à nossa disposição pode trazer-nos grandes dissabores.
Ninguém certamente ignora que podem tais ferramentas servir ao bem ou ao mal, conforme as tendências e o livre-arbítrio de quem as utiliza.
A mesma rede mundial de computadores que veicula uma palestra educativa pode ser usada para divulgar a vulgaridade, a baixeza, a vilania. Em alguns lamentáveis episódios atribuídos ao terrorismo descobriu-se que os agentes que os provocaram colheram subsídios para sua ação na mesma rede de computadores que permite que esta revista chegue aos lares de milhares de pessoas aqui e no estrangeiro.
Outro fato, já mencionado por alguns articulistas desta revista, diz respeito ao isolamento das pessoas, mesmo quando vivem em um meio social repleto de gente.
Num canto, a menina com olhos fixos no seu tablet; no outro, o jovem obcecado pelos jogos eletrônicos; mais adiante, a mulher concentrada nas notas do Facebook ou no seu smartphone de última geração...
Em um texto publicado tempos atrás nesta revista, o confrade José Lucas, de Portugal, referiu-se ao assunto. “Paradoxalmente – disse ele –, nestes tempos que deveriam ser de alegria, face ao incremento da tecnologia, a sociedade sofre de grave doença mortal, a solidão, mesmo quando rodeados de uma imensidão de pessoas.”
E, finalizando seu artigo, ele escreveu: “Foi aí que me apercebi da grave doença, que se vai instalando silenciosamente, que nos afeta nos dias de hoje: a SIT (Solidão, Isolamento e Tecnologia). Se as novas tecnologias são uma bênção para a humanidade, o seu uso deve ser efetuado com parcimônia, de modo a que o rumo orientador de sociabilização apontado em O Livro dos Espíritos (...) não venha a ser posto em causa por esse flagelo que associa a tecnologia ao isolamento e à solidão do ser humano”.
Eis o link que permite ao leitor acessar o artigo:
http://www.oconsolador.com.br/ano6/258/jose_lucas.html
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