Publicado por Fatima dos Anjos em 3 julho 2015 às 23:34 em ECOLOGIA INTERIOR
A maior parte das pessoas não vive plenamente por medo de si próprios. Devido a esse medo, retraem-se e vivem uma vida medíocre, chata, morna, etc. E queixam-se por tudo e por nada… Nunca estão bem com nada. Não são gratas pelo que têm ou pelo que recebem. Vivem com medo de fazer o que quer que seja, pela dor de poder fracassar ou sentir-se frustrado(a). Reprimir a experiência é cravar um espinho de ansiedade no corpo que perdura tal como uma pedra no sapato. Auto negar-se ao longo do tempo é uma boa forma de chegar ao fim da vida e dizer-se “era só isto que havia?”
Oscar Wilde, em ‘O Retrato de Dorian Gray’ diz:
“…o mais corajoso homem entre nós tem medo de si próprio. A mutilação do selvagem sobrevive tragicamente na auto negação que nos corrompe a vida. Somos castigados pelas nossas renúncias. Cada impulso que tentamos estrangular germina no cérebro e envenena-nos. O corpo peca uma vez, e acaba com o pecado, porque a ação é um modo de expurgação. Nada mais permanece do que a lembrança de um prazer, ou o luxo de um remorso. A única maneira de nos livrarmos de uma tentação é cedermos-lhe. Se lhe resistirmos, a nossa alma adoece com o anseio das coisas que se proibiu…”
Esta auto negação que se fala surge-me a mim como uma forma de desresponsabilização pela nossa própria vida, pelos nossos atos, decisões, escolhas, impulsos, desejos, palavras… É um alienar das rédeas do nosso destino que, francamente, é escrito por nós, com a nossa caneta, no nosso papel. Quem vive plena e verdadeiramente não deixa ninguém sequer pegar na sua caneta. Quem deixa, o seu futuro está irremediavelmente nas mãos de terceiros… E se perdemos o rumo, perdemos o tempo também…
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