quarta-feira, 12 de abril de 2017

Emancipação

Quando um casal se “separa”, independentemente do qual tenha sido a forma e a situação em que a separação ocorreu, no esfera espiritual é sempre observada a mesma imagem e leitura: na realidade não é uma “separação”, mas uma emancipação.

Na consciência diurna de vigília, essas duas pessoas não sabem que inconscientemente decidiram no mundo espiritual tomar um caminho independente do outro para que cada um possa desenvolver o que juntos não seria possível. Essencialmente, se trata de uma renúncia do ideal materialista, ou seja, a obrigação de continuar juntos, presos pelas regras culturais quando em verdade e na realidade, a relação não é mais espaço fértil apropriado para o desenvolvimento pessoal.

A relação ofereceu, em sua união original, todas os frutos possíveis, e agora deve morrer para que, em cada um, possa nascer algo novo para o bem do futuro:

“Eu me emancipo de você para que possa continuar a sua evolução pessoal, já que juntos não será possível.”

Se tivéssemos ciência deste fato espiritual, as “separações” teriam um caráter mais civilizado, cordial e respeitoso; desapareceriam as reprovações e culpa. A raiva, que muitas vezes inunda a relação social, contaminando-a, estaria apagada, dando lugar a cordialidade, respeito e desejo que o outro possa continuar a seguir crescendo em sua nova experiência de vida.

Não podemos separar-nos daquilo que nos uniu por amor. Essa ligação será eterna. Quando caminhos individuais se divergem ou se separam, eles se emancipam para uma nova vida. A emancipação conjugal é um verdadeiro ato de amor em si próprio, uma renúncia para o bem do destino do outro.

(Vivendo a Antroposofia)

Marcos Acosta Soler

Tradução: Leonardo Maia

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