sábado, 6 de junho de 2015
Perdão
Publicado por Fatima dos Anjos em 15 maio 2015 às 20:07 em PURNA YOGA
(verso retirado de Dhamapada o livro sagrado budista)
É difícil perdoar e é necessário muita força e capacidade de amar para conseguir perdoar. Não se pode forçar o perdão.
Contudo, o perdão é imprescindível nas nossas vidas se queremos viver em paz, todos estamos feridos de uma maneira ou de outra, seja por frustrações, decepções, desgostos de amor, traições...
Quando nos magoam e não conseguimos perdoar, ficamos dominados pelos seguintes sentimentos:
a) perpetuar em nós e nos outros o mal que nos fizeram
b) viver com um ressentimento permanente
c) permanecer preso ao passado
d) vontade de vingança
a) perpetuar em nós e nos outros o mal que nos fizeram
Quando nos magoam, qualquer que seja o aspecto em que nos sentimos afetados, há um movimento interior no sentido de
imitarmos quem nos ofendeu como se um vírus nos tivesse contaminado. Há uma tendência para reagirmos mal não só com o agressor mas também conosco próprios e com os outros.
É o mecanismo defensivo de imitação do agressor, como que por instinto de sobrevivência a vítima identifica-se com o seu agressor. Como se tivessem permanecido no inconsciente essas tendências destrutivas.
b) viver com um ressentimento permanente
O ressentimento não é um sentimento de raiva saudável que se manifeste quando alguém nos magoa, o ressentimento instala-se de forma permanente e deixa-nos sempre alerta contra qualquer ataque real ou imaginário.
O ressentimento traduz sempre a existência de uma ferida mal curada e, muitas vezes, leva a doenças psicossomáticas. Muitas vezes o ressentimento provo ca stress, chegando a afetar o
sistema imunitário que, estando em permanente alerta, pode não reconhecer elementos patológicos e, deste modo, permitir a deterioração de órgãos sãos. Há estudos que mostram existir uma relação entre viver com ressentimentos e o
surgimento de doenças imunodeficientes como a esclerose ou o cancro.
c) permanecer preso ao passado
A pessoa que não sabe perdoar, dificilmente consegue viver o momento presente.
Agarra-se obstinadamente ao passado condenando assim o seu presente e bloqueando o seu futuro. A sua vida está presa ao
passado.
d) vontade de vingança
Esta é uma das respostas mais instintivas e espontâneas na tentativa de compensar o próprio sofrimento, infligindo-o ao agressor. A imagem do agressor humilhado e em sofrimento proporciona ao vingador um gozo narcisista, constituindo um bálsamo temporário para a dor, mas não o liberta do sofrimento e, esse alívio efêmero, a longo prazo transforma-se numa prisão. O instinto de vingança cega quem se deixa envolver por ele e, muitas vezes, agressor e ofendido entram num circulo de violência sem fim. A famosa lei de “olho por olho e dente por dente”
lei de Talião não resolve nada, antes pelo contrário, aumenta a violência. Na dinâmica da vingança, a pessoa é levada por um impulso que depois se torna incontrolável. A obsessão pela vingança insere-se nessa espiral de violência e em vez de ajudar a curar a ferida, agrava-a. Decidir não se vingar é, assim, o primeiro passo para poder perdoar. Só o perdão rompe a espiral de violência e o desejo de vingança e pode conduzir a uma renovação das relações humanas.
A SABEDORIA DE PERDOAR E PERDOAR-SE
Emma Martínez Ocaña
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