Publicado por AlessandraSanan em A SENDA MÍSTICA DA ASCENSÃO
LIMPANDO AS LENTES DO TELESCÓPIO
O filósofo eclético francês Victor Cousin (1792-1867) escreveu sobre a necessidade de conhecer a si mesmo antes de pretender conhecer o mundo.
Na verdade, estes dois níveis da busca de conhecimento estão ligados. Eles influenciam um ao outro. Mas uma auto-observação eficiente é fundamental para que se possa observar a realidade ao nosso redor.
Comentando o diálogo platônico “Primeiro Alcibíade”, Cousin escreveu sobre a necessidade da autoconstrução e da auto-preparação. Ele disse: “Ignorar a si mesmo é ignorar o único instrumento que se pode usar; é ignorar a medida de suas forças, e por consequência, condenar a si mesmo a empregá-las cegamente e expor-se a inúmeros erros de orientação. O conhecimento de nós mesmos é, portanto, a base de todo conhecimento estável. Isto não é tudo: nós tampouco podemos ter ideia alguma da causa primeira ou da substância infinita, se não tivermos uma ideia clara do que é uma causa e uma substância; e esta ideia é algo que ninguém nos pode dar, exceto nós mesmos.” Em seguida, Cousin acrescentou: “Assim, seja quando observamos as coisas em profundidade, seja quando nos detemos na questão preliminar de toda filosofia sábia, a questão do método, reconhecemos que o estudo da natureza humana é a preparação necessária a todo conhecimento legítimo, e que a psicologia serve de base à ontologia e à própria teologia.”
Este enfoque coincide com a visão teosófica. A filosofia esotérica de Helena Blavatsky ensina que a chave do conhecimento do cosmos está na relação direta que existe entre cada indivíduo e o universo. O homem é um resumo do sistema solar. Cada um de nós é a única luneta, e o único telescópio ou microscópio pelo qual podemos olhar para o mundo e compreendê-lo. A tarefa do estudante de filosofia inclui, portanto, inevitavelmente, a necessidade de observar e compreender como funciona este instrumento de busca da verdade, o seu próprio eu inferior. É preciso regular as lentes desta luneta. É um dever fundamental limpá-las de lixo e pó, para que elas possam refletir a verdade. 000
Reproduzido do texto "Limpando as Lentes do Telescópio", de Carlos Cardoso Aveline:http://filosofiaesoterica.com/ler.php?id=1178#.Um-9Jvn7rH1 .
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