Às vezes fico pensando sobre a dureza da vida. Nosso mundo tem muitas coisas bonitas, mas há também muita dor… Vira e mexe temos acesso a uma dessas dores da vida, seja no vizinho, no noticiário da televisão, seja em nossa própria história. É terrível. Ficamos desolados, sem entender a razão de tudo isso, assustados com nossa fragilidade, nossa impotência.
DEUS CRIOU O HOMEM?
Então surge a ideia de Deus, que é no fundo uma esperança de que nada seja por acaso, de que no fim de tudo exista um por quê. Assim, viver torna-se menos duro por causa da expectativa de um porvir, de uma vida após a morte, associada à crença num Princípio Inteligente, que nada faz por acaso. Só Deus oferece significado à fragilidade humana, através da promessa de uma recompensa futura que dá sentido às dores do presente.
Acreditar em Deus é, então, um alento e uma necessidade. Mas justamente o fato de ser tão consoladora a sua existência nos leva paradoxalmente a questionar se nós o criamos, ao invés d’Ele nos ter criado.
CRER OU DESCRER É UMA QUESTÃO DE FÉ… E DE ESPERTEZA
Muitos duvidam de sua existência e têm suas razões, pois não há como saber se há verdadeiramente um Deus. Ninguém pode prová-lo, exceto através de conjecturas. Analogamente, é impossível provar que não existe. Significa que, no fim das contas, crer ou não em um Deus é sempre uma questão de fé. Ateus e deístas estão apostando ambos em convicções, por mais que usem argumentos justificando seus posicionamentos.
Quanto à minha opinião, fico aqui refletindo que crer em Deus é também uma questão de esperteza, e eu quero ser esperta. Que vale mais à pena?
Se acredito em Deus, vivo minha vidinha com seus altos e baixos sustentada na esperança d’Ele. Até mesmo a morte, drama inevitável que se impõe a todos nós, é minimizada pela convicção de que existe uma vida além dela, onde Deus me espera. Se eu morrer e estiver certa, olharei para vida deixada na Terra e me felicitarei por ter acreditado, por ter estado certa. Mas se eu morrer e nada mais existir, não saberei, porque não mais serei. Nem para dizer: “Eu acreditei numa tolice!”, estarei ali. Terei morrido feliz, crendo.
Se eu em nada acreditar, ao morrer, estando certa, não viverei para experimentar a grata satisfação de constatar a autenticidade de minha descrença. E se estiver errada e a vida continuar, só poderei lamentar ter vivido na secura da descrença durante tanto tempo. Terei enfim vivido infeliz, descrendo.
Conclusão: Se crer em Deus e na Vida Eterna é uma questão de fé, tanto quanto não crer, penso que é preferível, mais sábio, mais tranquilo, CRER. Afinal, me parece que ao contrário do que se pensa, o homem de fé é muito mais esperto!… Como disse que quero ser esperta, logo creio em Deus.
Caroline Treigher
tribunadoceara.uol.com.br/blogs
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