sábado, 1 de março de 2014

Viva o agora

postado por Fátima dos Anjos

Carpe Diem é uma expressão latina que significa algo como “viva o agora”. E viver o agora deveria ser a coisa mais simples do mundo, já que não podemos materialmente viver noutro tempo!

Mentalmente, porém, podemos fazer viagens incríveis entre o passado e o futuro. Isso é muito bom, mas algumas vezes pode causar problemas, pois adoecemos quando nos apegamos aos receios, medos e traumas do passado ou, de modo semelhante, ficamos angustiados na expectativa do futuro. DESAPEGO Viver o dia de hoje é desapegar-se e desapego não é simplesmente desfazer-se de objetos ou ater-se ao que é necessário agora. É também isso, mas não apenas isso. Desapego consiste na aceitação da fluidez da vida, da sucessão dos fatos, coisas, sentimentos, emoções, relações etc. É uma espécie de entrega. Entrega ao mundo, do qual se participa. Abdicação de toda forma de controle. Libertação. Nada de medo, de ansiedade. Confiança! Acredito plenamente que possuímos uma tendência natural ao equilíbrio. Como tudo na natureza, nosso organismo procura o equilíbrio e faz isso independente do nosso querer. É função dele. Nosso papel é não atrapalhar o seu processo. E viver o agora é justamente não atrapalhar.

Parar de querer saber tudo, dominar tudo, resguardar, consertar, como se tivéssemos o supremo poder de salvaguardar o mundo! CULTURA DO MEDO Vivemos numa cultura de medo. Agora todo mundo se desespera com as catástrofes naturais. E até isso a gente quer controlar diminuindo a poluição, separando o lixo e comprando papel reciclado.
Claro que devemos fazê-lo, por uma questão de respeito à vida, mas não por medo do tsunami, do terremoto. O mundo há de transformar-se a despeito de nosso desejo de mantê-lo intacto. Cuidar dele é dever para o agora, não para o amanhã. Não para que ele deixe de mudar, mas para que enfrentemos bem as mudanças.

Precisamos ter medo para fazer o que é devido? Quanta gente cuida da saúde pensando em não adoecer? É medo! Saúde é desejável para estar bem a cada dia, independente do que poderá acontecer no momento seguinte. Todos vamos mudar, sempre! Aceitemos este fato e vivamos um dia de cada vez, sem desespero, mas aproveitando cada inspiração e expiração. Cada deglutição. Cada olhar, toque, abraço. O QUE CARREGAMOS NA CABEÇA? Uma amiga chamada Carminha, contou certa vez a história interessante que vou dividir aqui. É um conto zen que fala de dois monges que estavam à beira de um rio. Eles tinham alguns votos e um deles era que não podiam tocar em mulher alguma. Só que uma mulher se aproximou do rio e queria atravessá-lo, sem conseguir. Gentilmente, um dos monges a levou para o outro lado. O outro ficou indignado: “Você não sabe que não podemos tocar em mulher? Como você a carregou até a outra margem?”, ao que foi respondido: “Me admira tu! Eu, quando a carreguei até o outro lado, deixei-a lá; mas tu, até agora, ainda carregas esta mulher!”…

E nós, o que estamos carregando pesadamente em nossas cabeças, que não faz parte do agora?

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