“Passamos
por inúmeras vidas aprendendo uma única lição: a trilhar pelo caminho
do meio. O caminho do meio é aquele que nos coloca na reta ação do 'dharma', na paz que nos leva pelas mãos divinas de 'shanti', na percepção equânime da não-violência de 'ahimsa', no amor unificante do coração de 'prema', na verdade que aclara a Alma com as idéias de 'satya'. O caminho do meio nos conduz ao discernimento da radiante luz de 'viveka' que nos dá a grande liberação de 'moksha'.
Na vida, encontramos a cada experiência três caminhos. Um deles é o do
confronto – caminho que, apesar de turbulento, é fácil, porque basta
cultuar os apegos do ego tão trivial para nós; basta reagir, bradar e
contestar. O outro caminho é o da fuga, que apesar de apático e
insípido, também é leviano, já que enaltecemos as aversões do ego tão
corriqueiras em nossa jornada e reagimos nos afastando, calando ou
fazendo calar. Finalmente, o último é o do meio, o da aceitação, do
entendimento, do escutar e falar. Mas, esse é difícil, porque requer
amolecer e dissolver a grossa crosta do orgulho do ego – esse nos ensina
a agir pelo não-agir. Quando estivermos na dúvida, que possamos
escolher o caminho mais difícil, porque este é o caminho do meio –
aquele que nos dará a sabedoria da grande liberação.”
(Roberto Nogueira, em “A Graça do Senhor”)
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