O
pequeno eu adora a diferença, apesar de saber que todos são iguais –
com as mesmas dores e limitações. Esse senso de igualdade corrompe a
ordem daquilo que você pensa que é. Definitivamente, seria o fim do
pequeno eu aceitar a igualdade, a unicidade.
A
mente prega a diferença entre todos – raça, idade, nacionalidade,
religião, classe social – mas proponho que experimentem uma conversa
aberta com os aparentemente diferentes e descubra que esta é uma noção
mal investigada. Aproxime-se e veja que todos têm as mesmas dores e os
mesmos prazeres, não tem diferença nenhuma; muda o idioma mas a mente
continua a mesma.
Aliás, a mente é universal.
É
por isso que estamos nos dedicando a olhar para dentro, porque
voltar-se para dentro aniquila todas as ideias, ficando simplesmente
você.
Mas
você se perde querendo ser reconhecido como alguém que fez algo
grandioso, enquanto só consegue fazer as mesmas pequenas coisas,
passageiras e insatisfatórias, absolutamente igual a todos.
Note
que é a mente que projeta os grandes acontecimentos, é o pequeno eu que
quer mais e mais, e é exatamente isso que te impossibilita de realizar
aquilo que realmente importa. Esteja alerta e veja que, pousado no
agora, não é possível encontrar o pequeno eu. Mas fique atento,
vigilância é necessária, porque ele fica à espreita de um mínimo
movimento seu em direção ao lado de fora, para tomar seu lugar no palco.
Vivendo
com os pés plantados no agora, chegará o momento em que todas as suas
tristezas e infelicidade serão vistas como uma ingratidão abismal. Em
algum momento você terá que se dar conta de que nada lhe falta. Esse é o
incansável convite do agora: olhe para dentro e veja o que é que está
lhe faltando.
Qualquer
coisa que apareça como um desejo para este momento retrata uma briga
com o agora. Aceite tudo aquilo que você tem e veja o mistério que você
é.
Se
existe em algum lugar a ideia de que o acúmulo o fará feliz, temo dizer
que você não é capaz de ser feliz consigo mesmo. Reconheça a mágica de
ver, ouvir e sentir e acesse essa possibilidade como uma graça, como uma
dádiva. Definitivamente não há uma prece para isso.
Ser você é muito mais simples do que você pensa.
Satyaprem
José Batista de Carvalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário