A pessoa-problema que renteia contigo, no
processo evolutivo, não te é desconhecida. O filhinho-dificuldade que te
exige doação integral, não se encontra
ao teu lado por primeira vez. O ancião-renitente que te parece um
pesadelo contínuo, exaurindo-te as forças, não é encontro fortuito na
tua marcha. O familiar de qualquer vinculação que te constitui provação,
não é resultado do acaso que te leva a desfrutar da convivência
dolorosa.
Todos eles provêm do teu passado espiritual. Eles
caíram, sim, e ainda se ressentem do tombo moral, estando, hoje, a
resgatar injunção penosa. Mas tu também. Quando alguém cai, sempre há
fatores preponderantes e outros predisponentes, que induzem e levam ao
abismo.
Normalmente, oculto, o causador do infortúnio permanece
desconhecido do mundo. Não, porém, da consciência, nem das Soberanas
Leis.
Renascem em circunstâncias e tempos diferentes, todavia,
volvem a se encontrar, seja na consanguinidade, por meio da parentela
corporal, ou mediante a espiritual, na grande família humana, tornando o
caminho das reparações e compensações indispensáveis. Não te rebeles
contra o impositivo da dor, seja como se te apresente.
Aqui, é o
companheiro que se transforma em áspero adversário. Ali, é o filhinho
rebelde, ora portador de enfermidade desgastante. Acolá, é o familiar
vitimado pela arteriosclerose tormentosa. Mais adiante, é alguém
dominado pela loucura, e que chegam à economia da tua vida depauperando
os teus cofres de recursos múltiplos.
Surgem momentos em que desejas que eles partam da Terra, a fim de que repouses.
Horas soam em que um sentimento de surda animosidade contra eles te
cicia o anelo de ver-te libertado. Ledo engano. Só há liberdade real,
quando se resgata o débito. Distância física não constitui impedimento
psíquico. Ausência material não expressa impossibilidade de intercâmbio.
O Espírito é a vida, e enquanto o amor não lene as dores e não lima as
arestas das dificuldades, o problema prossegue inalterado.
Arrima-te ao amor e sofre com paciência. Suporta a alma-problema que se
junge a ti e não depereças nos ideais de amparar e prosseguir. Ama,
socorrendo.
Dia nascerá, luminoso, em que, superadas as sombras que
impedem a clara visão da vida, compreenderás a grandeza do teu gesto e a
felicidade da tua afeição a todos. O problema toma a dimensão que lhe
proporcionas. Mas o amor, que cobre a multidão dos pecados voltado para o
bem, resolve todos os problemas e dificuldades, fazendo que vibre,
duradoura, a paz por que te afadigas.
Joanna de Angelis
Médium: Divaldo Pereira Franco
Obra "Alerta"
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