sexta-feira, 18 de abril de 2014
Ciência- no caminho da evolução, Cérebro, a Mente e a Consciência
Publicado por M. Manuela dos Santos Oliveira em 8 abril 2014 às 10:19 em TOMADA DE CONSCIÊNCIA
Páginas 127 a 133 - 6º. Capítulo - CIÊNCIA - NO CAMINHO DA EVOLUÇÃO - O Cérebro, a Mente e a Consciência
«O que somos hoje vem dos nossos pensamentos passados, e os nossos pensamentos presentes constroem o nosso amanhã, a nossa vida é a criação da nossa mente»
Buddha
Durante uma vida temos a obrigação de evoluir mental e espiritualmente, desenvolvendo o cérebro, que o mesmo é dizer pôr a funcionar áreas que ainda trabalham de forma muito passiva, contribuindo para ligações que permitam à Consciência-Mente avançar no seu progresso espiritual a ser cada vez mais consciente.
O cérebro humano, como organismo vivo funciona de forma ordenada, com capacidade de construir percepções; é uma estrutura mecânica sem sobressaltos e com ligações apropriadas, que desenvolve uma certa consciência, básica, material, como acontece também com o cérebro dos animais.
Obedecendo o cérebro a um certo ritmo, naturalmente, precisa de tempo para correlacionar entre si o funcionamento dos seus mecanismos. Desta forma, quando a mente assume uma direcção mais rápida (uma emoção, um impacto brusco), força o normal funcionamento do cérebro e isto causa sofrimento pela incapacidade do cérebro acompanhar a mente e, forçados os sentidos, há exaltação do cérebro e agitação na respiração: é o descontrolo e a frustração. A mente quando sofre uma descarga emocional força o cérebro a dar instruções para acções (direcções do pensar), antes que as percepções sejam completadas causando desequilíbrios e conflitos, por consequência um mau estar.
O cérebro é portanto uma máquina, e, se a mente tentar acelerar esse funcionamento, o resultado é o caos no Cérebro-Mente. Aprender a pensar e a respeitar o seu próprio ritmo, educando a mente a ser serena são algumas tarefas obrigatórias do ser humano.
Portanto, muitas das doenças mentais e depressivas, derivam de uma forma incorrecta de pensar, que leva o cérebro a fazer ligações para as quais não foi programado. Por exemplo; pensamentos mórbidos, até podem dar prazer a quem neles se compraze, contudo, estão a obrigar o cérebro a uma vibração estranha que vai ocasionar naturalmente, mau resultado na mente. A energia mental que foi criada, vai derivar numa função aleatória, que por sua vez a seu tempo, fará uma distorção mental tal, que se repercutirá como uma aberração ao próprio cérebro e provocará um grave desequilíbrio. Os maus pensamentos prejudicam o cérebro e a mente recolhe os seus frutos; mau estar, sentir incómodo e dor mental que leva à depressão. O cérebro sofre pressões, que bloqueia por consequência o seu correcto funcionamento e não havendo pensamento lúcido nem elevado, obriga o ser a uma forma medíocre de viver e, obviamente, a certo sofrimento.
Infelizmente uma grande parte da humanidade ainda se encontra neste “status” de viver. Na maior parte dos casos, para fugir ao seu próprio confronto, incapaz de compreender o que provocou a sua infelicidade, usa de violência nos outros de muitas formas; seja manipulando, tirando vidas humanas e animais, raiva e egoísmo. Disto advém um ciclo vicioso sem saída, onde de facto, tem de procurar ajuda – fármacos, que não vão às causas mas aos efeitos, e as lesões cerebrais provocadas pelos desacatos mentais, tornam o ser incapaz de governar a sua própria vida.
Quando há equilíbrio entre a mente que retém os sentidos e o cérebro que relaciona os seus instrumentos (memória) há um grande benefício físico, psíquico e espiritual que permite ao cérebro, pela acalmia mental, desbloquear e pôr a funcionar áreas que devido à forma exagerada de actuar da mente, não tinham oportunidade para se manifestarem, estavam passivas. Começa então, a partir daqui a existir uma maior sintonia entre Cérebro-Mente e Consciência-Espírito, num concerto de funcionalidade, que permite, maior lucidez e serenidade, rumo a nova expansão de Consciência.
Na realidade, todos os cérebros dos seres humanos basicamente em sua estrutura física são iguais, a diferença reside na evolução espiritual da Consciência que permite ao cérebro qualificar-se e obter maior expressão do Espírito-Consciência, que por sua vez, esta usa o seu próprio mecanismo de acordo com a evolução espiritual, ou seja; a Consciência-Mente-Espírito, é que usa o cérebro adaptando-o às suas necessidades, e, neste caso, o cérebro vai correspondendo, regenerando-se, e globalmente melhora o seu funcionamento do pensar, ao serviço de si mesmo: Mente-Consciência. Esta diferença distingue os seres, dos animais, pois o cérebro sem a Consciência espiritual funciona de forma rudimentar. Ela define o grau de evolução espiritual do ser, pela capacidade que a Consciência tem para usar o cérebro como resposta à vida.
Assim, muitos sintomas atribuídos a doenças não passam de verdadeiras distorções da mente, resultante da forma desequilibrada de viver. A função, Corpo-Mente, manifesta-se na vida do homem como uma unidade existencial, da qual, ninguém está separado e avançaríamos muito mais seguros, se dentro das investigações científicas estivessem englobadas todas as partes constituintes do ser humano como um Todo: Corpo-Mente, Consciência-Espírito. A grande cura consiste (se de facto não há já uma doença física, mas apenas psíquica), na tomada de consciência de cada um, a viver positivamente, a criar beleza e altruísmo, bem como encontrar um ponto devocional como referência para o justo viver.
Estudos científicos dizem-nos, que as pessoas que fazem alguma prática espiritual ou estão ligadas à religião são mais positivas, remetendo este facto para o nível psicológico, como um preenchimento da vida ou das carências afectivas.
Porém, não chegaram ainda ao conhecimento do verdadeiro motivo, pois não é disso que se trata, mas de um problema físico ao nível dos movimentos do próprio cérebro. O cérebro vem já com a capacidade de fazer funcionar determinadas células ligadas ao pensamento criativo, altruísta e à Inteligência Divina, e se tal não for realizado, o Cérebro-Mente-Consciência ressente-se. A Meditação é um dos meios de se cumprir a própria programação cerebral, bem como ajuda a atingir o objectivo da Alma.
Se os investigadores da área da Neurociência, observassem alguém no acto de meditar, ou se conhecessem a vida dentro de um mosteiro onde se pratica a Meditação, ou ainda se meditassem eles próprios, poderiam observar os seus próprios movimentos cerebrais e chegariam a conclusões muito interessantes. Com a Meditação ocorrem mutações visíveis que podem ser observadas até por aparelhos científicos. Também, se observassem o cérebro dos músicos ou dos seres mais sensíveis que escutam música harmoniosa, obteriam muitas respostas.
O cérebro, nos seus biliões de células e biliões de conexões por filamentos apresenta-se bastante complexo. Um cérebro tem cerca de 100 mil milhões de neurónios. Cada neurónio pode fazer cerca de mil a cem mil conexões sinápticas.
Uma sinapse é a junção entre dois neurónios tendo o cérebro no seu conjunto cerca de 1.000 biliões de conexões ao todo. Cada ligação tem o seu propósito e significado, nada está ao acaso. Mas os neurónios e as sinapses não são tudo no cérebro, há outros constituintes para que o cérebro realize as suas funções, que não cabe aqui enumerar. O Cérebro-Mente é uma central neuronal muito complexa e complicada para que o Ser seja consciente.
O reducionismo, tudo reduzido ao científico (testado) descura a parte holística, falha grave, pois o Cérebro-Mente é um todo. O cérebro, matéria física é o suporte mecânico da mente (esta a parte holística) e a mente faz parte da Consciência ou Alma. Portanto, é a mente que molda os pensamentos, as percepções e os sentimentos, que não podem ser observados em laboratório como uma máquina, mas como um todo orgânico-anatómico.
O cérebro serve para agir, a mente para conduzir a acção. Quando um indivíduo nasce, o cérebro não vem já completo nas suas ligações, mas com a capacidade para as fazer e depende depois do meio ambiente, educação e adaptação à vida, onde começa a aprender por si mesmo (fomenta operações no cérebro) fazendo as suas ligações, circuitos internos, de acordo com os seus propósitos de vida e propensões. Aqui entra em consideração o que a ciência recusa, que é de facto, o objectivo ou o propósito de vida que cada Ser traz à nascença, numa aprendizagem (memória do passado) trazendo o cérebro já determinadas características e finalidades a cumprir nesta vida.
O cérebro como órgão biológico, cresce e evolui; as suas redes de conexões, trajectos nervosos, dependem das decisões certas para que o cérebro evolua em harmonia e haja uma vida saudável mental. Quem toma a decisão de fazer essas ligações? A Ciência dirá que é o próprio cérebro que cria a consciência por um longo processo de evolução natural. Mas tal seria uma consciência rudimentar, e todos os cérebros tenderiam a realizar na vida as mesmas experiências e na realidade, cada ser é único no seu pensar e agir.
Algo está para além dessa consciência rudimentar do cérebro. Tal como os músicos vêm preparados cerebralmente, os tenistas também são outro exemplo. Se reparamos os grandes jogadores de ténis (os que preservam nessa modalidade), têm o formato dos olhos muito juntos. Eis um bom estudo para a ciência.
A grande precisão de colocar a raquete na posição correcta em milésimos de segundos, quando vê a bola atirada pelo adversário numa velocidade, que pode atingir, 200 a 220 kh é devido a um grande poder de concentração que advém da conjuntura biológica cerebral, trazendo a formação dos olhos preparados para tal. Ou seja, a concentração deriva da formação e posição dos olhos. Dirá a ciência, que as pessoas que preferem o ténis ou outro jogo, o fazem porque têm determinadas tendências que os leva para esse desporto. Contudo, deve haver uma razão biológica muito pessoal. Diríamos nós, que o êxito de um tenista está no seu poder de concentração que deriva da posição dos seus olhos, já nascendo com essa possibilidade. Deve ter havido uma aprendizagem (vida anterior), de treino no poder de concentração como uma prática espiritual ou alguma profissão que continha uma prática de observação muito minuciosa, e que desenvolveu grande poder de concentração, que nesta vida o seu cérebro já foi “construído” sobre determinado padrão genético, obedecendo à mutação que tinha feito anteriormente.
Um Ser com grande poder de concentração, é um sinal de evolução mental e espiritual. Ele pode realizar na vida, tarefas com segurança em si mesmo e grande precisão (menos erros), ter objectivos bem definidos, ideias e acções concisas. A determinação espiritual e a força para a vida são o fruto de aprendizagem, realização e de elevação noutras oportunidades (vidas anteriores), trazendo maior equilíbrio psíquico e mental, e deste modo, poder impulsionar com a sua capacidade de inteligência, o ambiente em que vive e até grande parte da humanidade.
Como dissemos no princípio do texto, a Meditação desenvolve a possibilidade de criar transformações ao nível das ligações neuronais, ocasionando desta forma mutações no sentido da evolução ou melhoramento do cérebro.
«Há doze anos que a Universidade de Madison, em Wisconsin estuda as mentes de oito monges a pedido do próprio Dalai-Lama. Chegaram à conclusão que a meditação regenera grandes quantidades de ondas gama e uma inusitada actividade no córtex pré-frontal esquerdo, uma zona que funciona mais em indivíduos optimistas e pouco ansiosos. A magnitude na emissão dessas ondas explica porque os monges conseguem pôr a funcionar simultaneamente um número de neurónios muito elevado. Até agora pensava-se que os seres humanos deixavam de produzir conexões neuronais quando terminava a infância, o que já foi negado recentemente, pela capacidade de o cérebro humano gerar novas conecções neuronais ao longo da vida».
No livro “O Silêncio”, escrito já há alguns anos e publicado em 2003, contrariando a Ciência escrevi que os neurónios se “multiplicavam” (conexões neuronais) durante toda a vida dos seres humanos. Hoje, a conclusão científica vem confirmar a minha teoria.
Ainda bem que hoje, se procura cada vez mais o conhecimento sobre o cérebro e seus mecanismos, como uma necessidade intuitiva de auto-conhecimento. Na realidade, o conhecimento sobre o cérebro e a sua funcionalidade será de grande utilidade e ajuda para uma vida saudável. Viver com a mente lúcida, é por si só, uma felicidade.
Desta forma conhecer o cérebro é poder conhecer-se a si mesmo, já que o cérebro é o instrumento de percepção que nos torna conscientes da vida. Os conflitos da mente (causadores de doenças) originam-se de certas percepções, tais como sentimentos frustrantes, medos e inseguranças, que poderiam ser evitados, evitando assim o sofrimento. Usar correctamente o cérebro (pensamentos e emoções), beneficia o viver a cada instante, já que a maior parte das doenças advêm dos conflitos da mente, que por uma exaltação emocional, obriga o cérebro a alterar o seu calmo funcionamento, acelerando o trabalhar mecânico, o ritmo e ordenação.
Assim, Consciência-Mente-Corpo, ou Espírito-Alma-Corpo; combinam-se para formar o suporte à vida. Quando há um alinhamento equilibrado destes três “corpos”, o indivíduo desfruta de um estado global saudável.
Justo viver, que o mesmo é dizer, vida regrada e consciente, constitui uma forma harmoniosa para que o cérebro receba novas memórias, como também é um meio para remover os obstáculos (conflitos), que a Mente-Consciência impregnou no cérebro, no passado.
Quando há remoção de obstáculos da mente (emoções exageradas, medos, dor, ansiedade), quer através de uma tomada de consciência dessas memórias, quer por alguma ajuda externa de terapia, quer ainda por uma prática de Meditação, ocorre uma grande libertação da energia da mente e permite uma enorme revitalização do cérebro. Quando isso acontece, quando o cérebro se liberta de obstáculos, as suas ligações e transmissões flúem e permitem um desanuviamento mental e naturalmente maior lucidez, maior capacidade intelectual, que vai permitir usar inteligentemente a energia de vida.
Livro " Folhas de Luz-Antologia" de Maria
http://www.publicacoesmaitreya.pt/
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