terça-feira, 1 de abril de 2014

sobre arquétipos - a criança

A personalidade madura do arquétipo da Criança estimula esta nossa parte que anseia por ser alegre e inocente, esperando os milagres do amanhã, independente da idade. Esta parte de nossa natureza contribui intensamente com a nossa habilidade de sentir a diversão em nossas vidas, equilibrando a seriedade das responsabilidades adultas. A Criança equilibrada é um encanto quando está perto, por causa da energia que flui desta parte de nossa responsabilidade e que é positivamente contagiante e exibe o melhor nos outros, assim como em nós.
A Criança também estabelece as nossas percepções da vida, a segurança, o cuidado, a lealdade e a família. Seus muitos aspectos incluem a Criança Ferida, Abandonada ou Órfã, Dependente, Inocente, da Natureza e Divina. Estas energias podem surgir em resposta a diferentes situações nas quais vocês se encontrem, entretanto, o problema essencial de todos os arquétipos da Criança é a dependência versus responsabilidade: quando assumir a responsabilidade, quando ter uma dependência saudável, quando enfrentar o grupo, e quando aceitar a vida pública. Cada uma das variantes do arquétipo da Criança é caracterizada por determinadas tendências, incluindo as tendências da sombra.

A CRIANÇA FERIDA
O arquétipo da Criança Ferida mantém as memórias do abuso, da negligência, e outros traumas que sofremos durante a infância. Este é o padrão da Criança com que a maior parte das pessoas se relaciona, particularmente desde que ela se tornou o foco da terapia desde os anos 60. Muitas pessoas responsabilizam o relacionamento com os seus pais por ter criado a Criança Ferida, por exemplo, para todos os seus relacionamentos disfuncionais subseqüentes. No lado positivo, as experiências dolorosas da Criança Ferida, freqüentemente despertam um profundo sentimento de compaixão e um desejo de ajudar outras Crianças Feridas. De uma perspectiva espiritual, uma Criança Ferida abre o caminho da aprendizagem do perdão.
O aspecto sombra pode se manifestar como um sentimento permanente de auto-piedade, uma tendência a responsabilizar os nossos pais por nossos defeitos atuais e de resistirmos a mudarmos através do perdão. Ele pode também nos levar a buscar a figura paterna ou materna em todas as situações difíceis, e não a confiarmos em nossa própria desenvoltura.

A CRIANÇA ORFÃ
Desde a Pequena Órfã Annie à Cinderela, a Criança Órfã, conhecida principalmente nas histórias das crianças, reflete as vidas das pessoas que sentem desde o nascimento, como se elas não fossem uma parte da sua família, incluindo a psique da família ou o espírito tribal. Mas porque os órfãos não são permitidos no círculo familiar, eles têm que desenvolver a independência precocemente. A ausência de influências, atitudes e tradições familiares, inspira ou impele a Criança Órfã a construir uma realidade baseada no julgamento e na experiência pessoal.
O aspecto sombra se manifesta quando os Órfãos nunca se recuperam dos sentimentos do abandono, e a cicatriz da rejeição da família reprime o seu amadurecimento, levando-as freqüentemente a buscar estruturas familiares substitutas para experienciarem a união tribal. Os grupos de apoio terapêutico se tornam tribos ou famílias sombra para uma Criança Órfã que sabe em seu âmago que a cura destas feridas requer o avanço para a idade adulta. Por esta razão, estabelecer relacionamentos maduros permanece um desafio.

A CRIANÇA MÁGICA/INOCENTE
A Criança Mágica vê o potencial para a beleza sagrada em todas as coisas e agrega qualidades de sabedoria e coragem diante das circunstâncias difíceis. Um exemplo é Anne Frank, que escreveu em seu diário que apesar de todo o horror que envolvia a sua família, enquanto estava escondida dos Nazistas em um sótão, ela ainda acreditava que a humanidade era basicamente boa. Este arquétipo é também dotado com o poder da imaginação e a crença de que tudo é possível.
A energia sombra da Criança Mágica se manifesta como a ausência da possibilidade de milagres e da transformação do mal em bem. Atitudes de pessimismo e de depressão, particularmente quando explora os sonhos, freqüentemente surgem de uma Criança Mágica prejudicada, cujos sonhos eram o tolo pensamento de “era uma vez” através dos adultos cínicos. A sombra pode também se manifestar como uma crença de que a energia e a ação não são necessárias, permitindo que se retire para a fantasia.

A CRIANÇA DA NATUREZA
Este arquétipo inspira um profundo e íntimo vínculo com as forças naturais, e tem uma particular afinidade pelas amizades com os animais. Embora a Criança da Natureza tenha qualidades emocionais, sensíveis, ela pode ter também uma obstinação e uma habilidade interior para a sobrevivência – o poder de recuperação da própria Natureza. As Crianças da Natureza podem desenvolver habilidades avançadas de comunicação com os animais. Nas histórias que refletem este arquétipo, um animal vem freqüentemente ao resgate de sua criança companheira. Muitos veterinários e ativistas dos direitos dos animais ressoam com este arquétipo porque eles sentiram uma harmonia consciente com os animais desde a infância. Outros adultos descrevem que estão em comunicação com os espíritos da natureza e aprendendo a trabalhar em harmonia com eles, mantendo a ordem da natureza.
O aspecto sombra da Criança da Natureza se manifesta em uma tendência para abusar dos animais, das pessoas e do meio ambiente.
Entretanto, um amor pelos animais não é suficiente para qualificar este arquétipo. Um padrão vitalício de se relacionar com os animais de um modo íntimo e carinhoso, até o ponto que a sua psique e seu espírito precisam destes laços como uma parte crucial de seu bem-estar, é o seu melhor indício.

PUERI/PUELLA ETERNIS (O MENINO/MENINA ETERNO)
Este arquétipo nos leva a permanecer eternamente jovens no corpo, mente e espírito, e a não deixar que a idade nos impeça de curtir a vida. A sombra da Criança Eterna se manifesta freqüentemente como uma inabilidade de crescer e aceitar a vida responsável de um adulto. Como Peter Pan, o Eterno Menino que resiste a terminar um ciclo da vida no qual ele é livre para viver fora dos limites do adulto convencional. A sombra da Criança Eterna pode se manifestar nas mulheres com extrema dependência em relação àqueles que se encarregaram de sua segurança física. Ela não pode aceitar o processo do envelhecimento. Embora poucas pessoas se encantem no término de sua juventude, a Criança Eterna é algumas vezes deixada debatendo-se e sem ancoragem entre os estágios da vida, por não ter preparado um alicerce para um adulto atuante.
A CRIANÇA DEPENDENTE
A Criança Necessitada ou Dependente mantém um opressivo sentimento de que nada é satisfatório, e está sempre procurando substituir algo perdido na infância.- embora exatamente o que nunca é claro. Como com a Criança Ferida, isto leva a surtos de depressão, somente que mais graves. A Criança Dependente tende a ficar focalizada em suas próprias necessidades, freqüentemente incapaz de ver a necessidade dos outros. Como com todos os arquétipos aparentemente negativos, vocês podem aprender a reconhecer o seu aparecimento e usá-lo como um guia para alertá-los quando estiverem em perigo de entrarem em atitudes e comportamento de necessidade e de introspecção.

A CRIANÇA DIVINA
A Criança Divina está intimamente relacionada tanto com a Criança Inocente como com a Criança Mágica, mas é distinguida delas pela sua missão redentora. Ela está associada com a inocência, com a pureza, com a redenção, qualidades divinas que sugerem que a Criança aprecia uma união especial com o Divino. Poucas pessoas estão inclinadas a escolher a Criança Divina como o seu arquétipo dominante de Criança, entretanto, porque elas têm dificuldade em reconhecer isto, elas poderiam viver continuamente na inocência divina. E, entretanto, a divindade é também um ponto de referência de seu espírito interior a que vocês podem se dirigir quando estiverem em um processo consciente de escolha. Vocês também podem supor que algo divino não pode ter um aspecto sombra, mas isto não é realista. A sombra deste arquétipo se manifesta como uma inabilidade de se defender contra forças negativas. Até os deuses míticos e os mestres mais espiritualizados – incluindo Jesus, que é o padrão da Criança Divina para a tradição Cristã – expressou simultaneamente a raiva e a força espiritual ao se confrontar com aqueles que reivindicavam representar o céu enquanto manifestavam a injustiça, a arrogância, ou outras qualidades negativas (pensem na ira de Jesus diante dos mercadores do Templo). Avaliem o seu envolvimento com este arquétipo, perguntando se vocês percebem a vida através dos olhos de um Deus/Deusa benevolente, confiante, ou se vocês tendem a responder inicialmente com medo de ser ferido ou com um desejo de ferir os outros primeiro.

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