Pré-ocupação
Capítulo 25, item 6
"... Observai os pássaros do céu: eles não semeiam nem colhem..."
"... Observai como crescem os lírios dos campos: eles não trabalham nem fiam..."
"... não estejais inquietos pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. A cada dia basta o seu mal."
(Capítulo 25, item 6.)
A estratégia da preocupação é nos manter distantes do momento presente, imobilizando as realizações do agora em função de coisas que poderão ou não acontecer.
Desperdiçamos, por consequência, tempo e energias preciosas, obcecados com os eventos do porvir, sobre os quais não temos qualquer tipo de comando, pois olvidamos que tudo que podemos e devemos dirigir é somente nossas próprias vidas.
São realmente diversas as preocupações sobre as quais não temos nenhum controle: a doença dos outros, a alegria dos filhos, o amor das pessoas, o julgamento alheio sobre nós, a morte de familiares e outras tantas. Podemos, porém, nos ―pré-ocupar‖ o quanto quisermos com essas questões, que não traremos a saúde, a felicidade, o amor, a consideração ou mesmo o retorno à vida, porque todas elas são coisas que fogem às nossas possibilidades.
Outra questão é quando passamos por enormes desequilíbrios causados pelo desgaste emocional de nos ocuparmos antes do tempo certo com coisas e pessoas, o que ocasiona insônias, decepções e angústias pelo temor antecipado do que poderá vir a acontecer no amanhã.
Não confundamos ―pré-ocupação‖ com ―previdência‖, porque se preparar ou ser precavido para realizar planos para dias vindouros é tino de bom senso e lógica; mas prudência não é preocupação, porque enquanto uma é sensata e moderada, a outra é irracional e tolhe o indivíduo, prejudicando-o nos seus projetos e empreendimentos do hoje.
Nossa educação social estimula o vício do ―pensamento preocupante‖, principalmente no convívio familiar, onde teve início o fato de relacionarmos preocupação com ―dar proteção‖.
Passamos a nos comportar afirmando: ―Lógico que eu me preocupo com você, eu o amo‖, ―Você tem que se preocupar com seus pais‖, ―Quem tem filhos vive em constante preocupação‖.
Pensamos que estamos defendendo e auxiliando os entes queridos, quando na verdade estamos confinando-os e prejudicando-os por transmitir-lhes, às vezes, de modo imperceptível, medo, insegurança e pensamentos catastróficos.
―Não estejais inquietos pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo.
A cada dia basta seu mal‖.
O Criador provê suas criaturas como necessário, porquanto seria impossível a Natureza criar em nós uma necessidade sem nos dar meios para supri-la. ―Vede os pássaros do céu, vede os lírios dos campos‖.
Além do mais, pedia-nos que fizéssemos observações de como a vida se comporta e que deixássemos de nos ―pré-ocupar‖, convidando-nos a olhar para nossa criação divina que a todos acolhe.
O Mestre queria dizer com essas afirmativas que tudo o que vemos tem ligação conosco e com todas as partes do Universo e que somos, em realidade, participantes de uma Natureza comum.
As mesmas causas que cooperam para o benefício de uns cooperam da mesma forma para o de outros. Quando há confiança, existe fé; e é essa fé que abre o fluxo divino para a manutenção e prosperidade de nossa existência, dando-nos juntamente a proteção que buscamos em todos os níveis de nossa vida.
Hammed- Renovando Atidudes
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