sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Transforme a Raiva em compaixão

em Budo Virtual

”Reminar a raiva é como pegar uma brasa para atirá-la em alguém, é você que se queima” – Buda

Se não gozamos de paz individual, como esperar que o mundo seja pacifico? De que modo cultivaremos o senso de paz para transformar a raiva em compaixão?

A paz é o estado normal de nossa mente, de nossa natureza. Porém, enquanto estivermos nos debatendo sob o julgo do ego ou dos apegos, não conseguiremos experimenta-la. É como um homem muito pobre que, sem saber, tem um grande tesouro escondido sob a cama. Vem então outro mais esperto e meostra-lhe o tesouro tesouro, ao descobrir que possui tamanha riqueza, ele se sentirá tremendamente feliz e agradecido. Assim, também, temos muita paz na mente, mas não nos damos conta disso. Eis o motivo de lutarmos tanto na vida, eis o motivo de as coisas se tornarem destrutivas.

Há certos incidentes, no dia a dia, que parecem estar sempre apertando nossos botões da raiva. Mas o melhor é investigar a raiva em vez de obedecer a ela cegamente. Assim, poderemos descobrir com o coração se ela é parte de um processo terapêutico cujo objetivo seja perdoar ou se não acarreta bem algum, apenas nos faz sentir incomodados.

A meu ver, o ritmo frenético que as pessoas atualmente imprimem a sua vida pode muitas vezes provocar pânico. Desse modo, perante os obstáculos que surgem (e sempre vão surgir), elas reagem com cabeça quente e não com calma. Fato curioso, a despeito dos progressos da tecnologia que, aparentemente, facilitam nossa comunicação uns com os ouros 24 horas por dia, estamos tendo cada vez menos oportunidades de fazer contato com nossos semelhantes. Grande parte da raiva que hoje existe no mundo resulta do fato de os seres humanos não saberem se comunicar entre si. É como se nos considerássemos criaturas totalmente estranhas, sem nada em comum, embora sejamos absolutamente iguais. Em vez de nos conectarmos, tendemos a proferir julgamento baseados em provas insignificantes, quando não sentimos medo do próximo. Não nos ”aproximamos” uns dos outros e , nessa brecha que vai se alargando entre as pessoas, emoções como a raiva encontram um fértil terreno de caça. Esquecemo-nos de nossa capacidade para inspirar e convencer pelo exemplo, podendo acabar envolvidos em transações e emoções violentas que não levam a lugar nenhum.

Depois de investigar nossa raiva, podemos pensar nela de maneira mais construtiva, pô-la de lado, respirar lenta e profundamente e perguntar a nós mesmos qual o melhor caminho para resolver o problema. Talvez esse caminho seja dizer exatamente as mesmas coisas, mas com calma e não com rancor e descontrole.

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