terça-feira, 19 de março de 2013

Do ego ao coração

Jeshua canalizado por Pamela Kribbe

QUATRO ESTÁGIOS NA TRANSFORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA
Nas mensagens anteriores, descrevemos a base histórica da jornada dos Trabalhadores da Luz, desde a consciência baseada no ego até a consciência baseada no coração. Esta parte será totalmente dedicada às características psicológicas desta transformação. Nós havíamos dividido este processo em quatro passos ou estágios, que vamos recapitular aqui, para maior clareza:
1.
Estar insatisfeito com o que a consciência baseada no ego tem para lhe oferecer, desejar “algo mais”: o começo do final.
2.
Começar a se conscientizar da sua dependência à consciência baseada no ego, reconhecendo e liberando as emoções e pensamentos que a acompanham: a metade do final.
3.
Permitir que as velhas energias baseadas no ego morram dentro de você, jogando fora o casulo, sendo seu novo ser: o final do final.
4.
O despertar de uma consciência baseada no coração, dentro de você, motivada por amor e liberdade; ajudar outros a fazerem a transição.
ESTÁGIO UM: O EGO JÁ NÃO SATISFAZ
A transição da consciência apoiada no ego para a apoiada no coração começa com a experiência de um vazio interno. Coisas que antes lhe chamavam a atenção ou situações que o perturbavam completamente, agora deixam-no vazio ou sem inspiração. De algum modo, as coisas parecem ter perdido seu significado e propósito usuais. Antes de experimentar esse vazio, a consciência está nas garras do medo e conseqüentemente precisa reafirmar-se constantemente, procurando validação externa, porque não está disposta a enfrentar o medo subjacente da rejeição e da solidão. Esse medo profundo e a necessidade de validação externa podem ficar muito tempo escondidos como o verdadeiro motivo de muitas de suas ações. Toda sua vida pode ser construída em cima disto, sem que você tenha consciência disso. Talvez você esteja consciente de uma vaga intranqüilidade ou tensão interior. Mas, freqüentemente, um acontecimento mais importante, como a ruptura de um relacionamento, o falecimento de um ser amado ou a perda de um emprego, convida-o a realmente examinar a natureza desta tensão ou intranqüilidade.
Quando o ego é o centro de seu ser, sua consciência e sua vida emocional estão em “estado de cãibra”. Você está encolhido de medo e por causa disso está constantemente na defensiva. Quando você está no estágio do ego, você sempre experimenta um estado de carência, uma necessidade de algo mais. A base de seus pensamentos, sentimentos e ações é um buraco negro, um vazio que nunca pode ser preenchido completamente. É um buraco de medo, um lugar coberto por sombras, já que você desvia a sua consciência daí. Nas sombras, há um vazio, do qual você é vagamente consciente, mas você não quer ir lá. Neste estagio, suas relações com Deus, ou Tudo O Que É, estão marcadas por sentimentos de separação. No mais profundo do seu ser, você se sente sozinho e abandonado. Você se sente como um fragmento quebrado, insignificante, sem propósito. E como você oculta o medo que você tem disto, você somente o experimenta indiretamente, como uma sombra.
As pessoas têm horror de enfrentar o vazio interno com plena consciência. Têm horror de encontrar sua escuridão interior e investigá-la. Entretanto, se você não a enfrentar, ela continuará ali e você precisará desenvolver “estratégias para lidar com ela”, para tornar sua vida suportável. A estratégia do ego sempre é tratar o problema na periferia, em lugar de fazê-lo no centro. O ego procura resolver o problema voltando a consciência para o exterior, para fora. Ele tenta aliviar a dor interna, alimentando você com energias externas. As energias das quais ele gosta mais são reconhecimento, admiração, poder, atenção, etc. Desse modo, o ego aparentemente cria uma resposta ao desejo profundo da alma por unidade, segurança e amor.
Este desejo, em si mesmo, é inteiramente válido e genuíno. É Deus chamando você. É a sua própria natureza chamando-o. Você é Deus! Deus é a energia da unidade, segurança e amor. Todos anseiam pelo amor incondicional e o abraço da Energia que vocês chamam Deus. Na essência, este anseio é o desejo de estar totalmente consciente do seu próprio Ser Divino e, portanto, ser um com Ele. Sua própria divindade é sua entrada para o amor incondicional. Você só pode encontrá-lo enfrentando o medo e a escuridão que o rodeia, e isso você faz voltando-se para o interior, em vez de para o exterior. Isso você faz empregando sua consciência como uma luz que afugenta as sombras. A consciência é luz. Portanto, ela não precisa lutar com a escuridão; sua simples presença a dissolve. Voltando sua consciência para o interior, os milagres realmente acontecerão para você.
O ego, entretanto, procede exatamente de modo contrário. Registra a necessidade de amor e segurança, mas visa responder a esta necessidade sem enfrentar a escuridão e o medo interiores. Para conseguir isto, ele usa um certo “truque”: transforma a necessidade de amor em necessidade de aprovação ou reconhecimento por parte de outras pessoas; transforma a necessidade de unidade e harmonia em necessidade de se sobressair e ser melhor do que os outros. Uma vez que você pense que ser amado é ser admirado por seus feitos, você não precisa mais ir ao seu interior em busca de amor; você simplesmente tem que trabalhar mais duro! Desse modo, o ego se esforça por manter a panela do medo tampada.
Seu desejo original por amor e ditosa unidade se apresenta, então, de forma distorcida, como o desejo por reconhecimento. E você está constantemente procurando validação externa, a qual lhe provê, temporariamente, um pouco de segurança. Sua consciência está totalmente focalizada no mundo externo. Você confia no julgamento de outras pessoas e vive muito preocupado com o que os outros pensam de você. Isto é muito importante para você, já que sua auto-estima depende disto. Na realidade, a sua auto-estima abaixa cada vez mais, já que você está entregando seu poder a forças externas, que o julgam por seus desempenhos externos e não por seu verdadeiro ser. Enquanto isso, o sentimento profundamente arraigado de abandono e solidão não é aliviado. Na realidade, ele piora, já que você se recusa a olhar para ele. Isso que você não quer olhar torna-se o seu “lado sombrio”. O medo, a irritação e a negatividade podem ronda-lo e influenciá-lo, intensificados pela sua recusa de ir para dentro de si.
O ego pode ser muito teimoso, quando se trata de suprimir certas dúvidas, suspeitas e sentimentos; ele não deixa o controle facilmente. O que você percebe como “mau” em seu mundo sempre é o resultado do apego ao poder pessoal. É a recusa a entregar o controle e aceitar o medo e a escuridão internos. O primeiro passo para a iluminação é render-se a “o que é”. Iluminação significa permitir que todos os aspectos de seu ser sejam levados à luz da sua consciência. Iluminação não significa que você é completamente consciente de tudo que há dentro de você, mas que você está desejando enfrentar cada aspecto conscientemente. Iluminação é igual a amor. Amor significa: aceite você mesmo tal como você é.
A escuridão interior – essa sensação de abandono no mais profundo de sua alma, que todos vocês temem tanto – é temporária. O estágio do ego é apenas um passo no longo desenvolvimento e desdobramento da consciência. Neste estágio, é dado o primeiro salto em direção a uma consciência divina individualizada. O nascimento de uma consciência individual, o seu nascimento como uma “alma separada”, caminha junto com a experiência de ser deixado sozinho, de estar separado de seu Pai/Mãe. É comparável ao trauma do nascimento em seu mundo físico. No útero, o bebê experimenta um sentimento oceânico de unidade com sua mãe. Quando nasce, ele se torna uma unidade em si mesmo.
Por causa desse trauma de nascimento – falando agora do nascimento da alma – a alma leva consigo um sentimento de ter sido despedaçada, pois ela teve que se desprender de tudo em que ela confiava. (Em um capítulo posterior, voltaremos à noção do nascimento da alma; só queremos chamar a atenção aqui para o fato de que também há um aspecto da alma que é eterno e atemporal, portanto não sujeito a nascimento e morte). A alma recém-nascida anseia por um retorno ao estado de semiconsciência de unidade, de onde ela vem e que ela considera o seu Lar. Como isto é impossível, ela experimenta grande temor e sentimentos de desolação e dúvida. Este temor interno e desorientação gradualmente formarão a terra fértil para a tomada de poder por parte do ego. A alma tem que lidar com o medo e a dor, e o ego promete providenciar uma solução. O ego exibe a perspectiva de poder e controle à consciência da alma. A alma, sentindo-se impotente e perdida, entrega-se e coloca o ego no comando.
O ego é essa parte da alma que está voltada para o material, para o mundo externo. Em essência, o ego é o instrumento da alma para se manifestar como um ser físico, dentro do tempo e do espaço. O ego provê a consciência com foco. Ele faz com que a consciência seja específica em vez de oceânica, “aqui e agora” em vez de “em todo lugar”. O ego traduz impulsos internos em formas materiais específicas. É essa parte de você que faz a ponte sobre o vazio entre a sua parte não física (espiritual) e a parte física.
Para a alma, como um ser espiritual não físico, é totalmente anti-natural estar fixada em tempo e espaço. A alma é essencialmente independente de qualquer forma (material). Quando você sonha que está voando por aí, você está contatando essa parte de você mesmo, que é independente e livre. O ego, por outro lado, prende e fixa. Ele o capacita a funcionar na realidade física. Como tal, o ego tem um papel muito valioso, que não tem nada que ver com “bom” ou “mau”. Quando funciona em uma situação equilibrada, ele é uma ferramenta neutra e indispensável para a alma que habita um corpo físico na Terra.
Entretanto, quando o ego começa a governar a consciência da alma, em lugar de funcionar como sua ferramenta, a alma se desequilibra. Quando o ego se impõe sobre a alma (característica típica da consciência baseada no ego), ele não traduz simplesmente os impulsos internos para a forma material, mas controla e suprime seletivamente esses impulsos. O ego então lhe apresenta uma imagem distorcida da realidade. O ego desequilibrado sempre está perseguindo o poder e o controle e, sob este prisma, interpreta todos os fatos como positivos ou negativos.
É bastante instrutivo descobrir suas próprias motivações baseadas em poder e controle, no seu dia a dia. Tente observar quão freqüentemente você quer que as coisas ou as pessoas se dobrem à sua vontade, mesmo que seja por uma causa nobre. Quão freqüentemente você se chateia porque as coisas não caminham como você quer? É importante perceber que, sob a necessidade de controlar, sempre existe o medo de perder o controle. Portanto, pergunte a si mesmo: “Qual é o risco de liberar o controle, de deixar ir a necessidade da previsibilidade? Qual é o meu medo mais profundo?”
O preço que você está pagando agora por manter as coisas “sob controle” é que suas atitudes em relação à vida são tensas e reprimidas. Quando se atrever a viver sob a inspiração interna e só fizer o que lhe trouxer alegria, será criada uma ordem natural e verdadeira em sua vida. Você se sentirá relaxado e feliz, sem a necessidade de moldar o fluxo da vida. Isto é viver sem medo, é viver com plena confiança no que a vida lhe trará. Você pode fazer isso?
Para uma alma jovem, a armadilha da consciência baseada no ego é quase inevitável. O ego oferece uma saída para o problema (de medo e abandono); ele desvia sua atenção daquilo “que está no interior” para aquilo “que você pode obter do mundo externo”. Esta não é a solução real para o problema, mas parece trazer alívio por um tempo. Exercer poder e controle sobre as coisas ao seu redor pode lhe dar uma satisfação temporária ou “estímulo”. Há um breve sentimento de ser amado, admirado e respeitado. Alivia sua dor por um tempo. Mas isso dura pouco e você tem que se esforçar outra vez para se destacar, para ser melhor ainda, mais atraente ou mais útil. Por favor, observe que, sob a bandeira do ego, você pode ser tanto meigo quanto maldoso, tanto doador quanto recebedor, tanto dominador quanto servil. Muito daquilo que se dá aparentemente com generosidade é um chamado inconsciente de atenção, amor e reconhecimento em direção a quem recebe o presente. Quando você está sempre cuidando e doando aos outros, você está simplesmente se escondendo de si mesmo. Portanto, para entender o que significa a dominação do ego, você não tem necessariamente que pensar em tiranos cruéis, tais como Hitler ou Saddam Hussein. Simplifique: observe-se em sua vida diária.
A presença da dominação do ego pode ser reconhecida pela necessidade de controlar as coisas – querer que certa pessoa se comporte de um modo determinado, por exemplo. Para conseguir que isto aconteça, você exibe certos tipos de comportamento. É condescendente e meigo, por exemplo, e trata de jamais ferir os sentimentos de outra pessoa. Há uma necessidade de controle por trás deste comportamento. “Porque quero que você me ame, eu nunca estarei contra você”. Esta linha de pensamento é baseada no medo – o medo de depender de si mesmo, o medo de ser rejeitado ou abandonado. O que parece ser doçura e simpatia, na realidade é uma forma de auto-negação. Isto é o ego trabalhando.
Enquanto o ego governar sua alma, você precisará se alimentar da energia de outras pessoas, para se sentir bem. Sentirá como se tivesse que merecer a aceitação de outras pessoas, de uma autoridade exterior a você. Entretanto, o mundo que o rodeia não é fixo nem estável. Você nunca pode confiar na fidelidade permanente daquele em quem confia, seja ele o cônjuge, o chefe ou os pais. É por isto que você tem que “trabalhar” o tempo todo, estando sempre atento às “porções de aprovação” que vêm para você. Isto explica porque a mente de quem está no estágio do ego se encontra em permanente estado de tensão e nervosismo.
O ego não pode supri-lo com verdadeiro amor e auto-estima. A solução que ele oferece para o trauma do abandono é, na verdade, um poço sem fundo. A verdadeira missão da consciência da alma jovem é tornar-se os pais que ela perdeu. Por favor, observe que a estrutura da vida na Terra – considerando o processo de começar como um bebê desamparado e crescer até se transformar num adulto independente – freqüentemente o convida a fazer exatamente isso. Muito freqüentemente, a chave para a verdadeira felicidade em sua vida consiste nisto: que você transforme-se nos seus próprios pai e mãe e dê a si mesmo o amor e a compreensão que você perdeu e que está sentindo falta nos outros. No nível mais amplo e metafísico, no qual estamos falando, isto significa: entenda que você é Deus, não uma de suas pequenas ovelhas perdidas. Esta é a compreensão que o levará de volta ao lar. Esta é a compreensão que o levará ao âmago de quem você é – que é amor e poder divino.
O final do estágio do ego surge quando a alma se dá conta de que está sempre repetindo o mesmo ciclo de ações e pensamentos. O ego perde seu domínio quando a alma se sente esgotada e aborrecida por se esforçar o tempo todo por um tesouro eternamente fugaz. A alma começa então a suspeitar que as promessas do jogo do qual participa são falsas e que, na realidade, não há nada ali para ela ganhar. Quando a alma se cansa de tentar e de estar em cima disso o tempo todo, ela deixa ir um pouco o controle. Com menos energia sendo gasta no controle dos pensamentos e do comportamento, abre-se um espaço energético que permite experiências novas e diferentes.
No começo, quando você entra neste estágio, pode sentir-se muito cansado e vazio por dentro. As coisas que antes você considerava importantes, agora podem lhe parecer totalmente sem sentido. Inclusive, podem vir à tona medos que não tenham nenhuma causa clara ou imediata. Podem ser vagos temores de morrer ou de perder seus entes queridos. Também pode aflorar uma raiva, relacionada com situações em seu trabalhos ou em seu casamento. Tudo o que parecia ser óbvio, agora está sob dúvida.
Aquilo que a consciência apoiada no ego tentava prevenir, finalmente acontece. Gradualmente, a tampa da panela se levanta e todo tipo de emoções incontroláveis e medos aparecem e entram na sua consciência, semeando dúvida e confusão em sua vida. Até aquele momento, você estava funcionando quase sempre no piloto automático. Muitos padrões de pensamentos e de sentimentos dentro de você aconteciam automaticamente; você permitia que eles acontecessem sem questionar. Isto deu unidade e estabilidade à sua consciência. Entretanto, quando sua consciência cresce e se expande, sua personalidade se divide em duas. Uma parte de você quer manter-se nos velhos padrões, a outra parte questiona esses padrões, e você se confronta com sentimentos desagradáveis como raiva, medo e dúvida.
Por isso, a expansão da consciência que ocorre no final do estágio do ego é freqüentemente experimentada como um desmancha-prazeres, um intruso mal recebido, que estraga o jogo. Esta nova consciência desacomoda tudo o que antes parecia óbvio e desperta emoções dentro de você, com as quais você não sabe lidar. Quando você começa a duvidar dos padrões de pensamento e ação baseados no ego, uma nova parte de você penetra sua consciência. É a parte de você que ama a verdade ao invés do poder.
Viver de acordo com as imposições do ego é muito repressivo. Você está servindo a um pequeno – medroso – ditador, que aspira ao poder e ao controle, não só sobre o seu ambiente, mas especialmente sobre você. Seus fluxos espontâneos de sentimento e intuição são reprimidos por ele. O ego não gosta muito da espontaneidade. Ele o impede de expressar livremente seus sentimentos, já que os sentimentos e as emoções são incontroláveis e imprevisíveis, o que é perigoso para o ego.
O ego trabalha com máscaras. Se seu ego lhe ordenar: “seja doce e gentil, para ganhar a simpatia das pessoas”, você sistematicamente suprimirá os sentimentos de desagrado e raiva de dentro si. Se começar a duvidar da viabilidade desta ordem, as emoções suprimidas aparecerão imediatamente. Os sentimentos não se eliminam ao serem suprimidos. Eles continuam vivendo e ganham intensidade quanto mais são suprimidos.
Uma vez que a alma experimenta o vazio e a dúvida, tão característicos do final do estágio do ego, é possível encontrar e enfrentar todos os sentimentos e emoções que antes estavam escondidos na escuridão. Estes sentimentos e emoções contidos são a porta de entrada para o seu Eu Superior. Ao explorar o que você realmente sente, em vez daquilo que se supõe que deva sentir, você recupera sua espontaneidade e integridade, essa parte de você que freqüentemente é chamada de sua “criança interior”. Entrar em contato com seus verdadeiros sentimentos e emoções, faz com que você se coloque no caminho da liberação. E assim começa a transição para a consciência baseada no coração.
© Pamela Kribbe

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