O medo é um dos grandes obstáculos que impedem o fluxo da vida. Dos
obstáculos que encontramos ao longo da vida, esse é o mais sério. O medo
paralisa, obscurece a mente, anula os esforços e tira a confiança
interior que leva o homem a agir. Sobrepujar o medo é uma tarefa de
gigante. Alguns de nós já fizemos este trabalho em vidas passadas e, na
vida presente, não temos mais que realizá-lo. No entanto, o mais comum é
que quem deseja evoluir espiritualmente se defronte com a luta para
vencer o medo muitas e muitas vezes, até que seja vitorioso.
O medo
nasce da falta de conhecimentos, da ilusão e do desejo, aliados ao apego
à matéria. Vencendo esses primeiros obstáculos, o medo existente já
fica sem muitas das formas em que ele se alimenta. A partir do estudo,
do treino do desapego e da compreensão da ilusão, o medo ainda
remanescente pode ser percebido com mais clareza.
O medo de que
falamos não é aquele que o nosso corpo animal sente quando reage
fisicamente às pressões do ambiente. O medo que buscamos eliminar é
oriundo das modificações nocivas da mente, que usa a memória e a
imaginação, aliadas à faculdade de projetar situações, antecipando-as e
visualizando-as tão fortemente que se envolve por completo com o medo
daquilo que criou de negativo.
Há algumas verdades de que temos que nos lembrar sempre, quando o medo nos ronda ou quando queremos fugir à sua influência:
1. O medo é uma ilusão da mente.
2. Aquilo que mais precisamos temer está sempre ao nosso lado e nem nos damos conta.
3. Nossa mente, assim como criou, pode anular o medo.
4. Nunca estamos sozinhos diante do perigo.
5. A luta contra o medo não deve ultrapassar os limites da capacidade física.
6. Nosso medo só é forte quando o alimentamos.
O maior dos obstáculos às modificações, sua eliminação depende do nível
de ilusão no qual vivemos e dos apegos que mantemos, além da capacidade
para a luta ainda existente na alma pois, se deixado por muito tempo à
vontade para agir, pode ter abatido o espírito.
O homem cujo
espírito foi abatido pelo medo, que desistiu de conhecê-lo, será incapaz
de reagir, adotando posturas de fraqueza e comportamentos inseguros.
Essa pessoa se refugia na rotina, temendo tentar modificar.
Os fatores básicos mais comuns do medo são:
1. O temor à submissão ao karma em seus aspectos negativos;
2. O medo do desconhecido;
3. As dúvidas sobre as razões kármicas do sofrimento;
4. A tristeza e a solidão;
5. Antigas reações inconscientes a situações passadas em outras vidas;
6. Apego à vida na matéria;
7. Conceitos mal assimilados sobre karma e morte.
O medo está presente em nosso espírito em diversos níveis. Todos os
medos são projetados pelo pensamento, que cria um estado de ansiedade ao
qual a pessoa passa a reagir. Pensamos no futuro, no presente, até
mesmo no passado com tensão e insegurança, e isso pode gerar medo. Ao
experimentar sensações que nos assustam, como a tristeza ou a pobreza, e
isso também causa medo.
Já que o medo se aloja na mente, é dela que
teremos que partir, entendendo que a presença do medo é um estado
mental e não uma realidade concreta.
Como a compreensão do medo
requer autoconhecimento, sugerimos que se analise na estrutura pessoal, o
que representam a autoridade, o desejo de felicidade e ânsia de poder,
pois esses fatores também são causadores de medo. Ninguém é mais medroso
do que aquele que sente sua autoridade ou poder ameaçados, bem como é
tremendamente medroso quem teme perder a ilusória felicidade
conquistada.
Libertar-se do medo não significa usar uma escora para
sentir segurança, mas é, antes de tudo, conhecê-lo sem paixão, usando a
plenitude da inteligência. E depois de conhecer o medo, no seu inteiro
conteúdo, verifica-se que ele pouco contém de real e é mais uma das
ilusões criadas pela mente.
postado por Fátima dos anjos
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