Certamente que a vida não conhece apenas a realidade dos ganhos e dos sucessos. Percebemos, desde cedo, nesse caminhar cotidiano, que nem tudo são flores. As perdas também fazem parte da nossa caminhada. Ocorre que, algumas delas trazem danos profundos à nossa existência, especialmente, num momento de crises acentuadas, como estamos vivendo.
A primeira grande perda no conjunto dessas crises é a perda da esperança. Sem esperança, ninguém vive. Percebemos um desespero generalizado e esta situação vai se agravando, gerando em muitos uma apatia pela vida, um desencanto com as pessoas e um descaso pelo amanhã. Se não sonhamos na temos razões para ter esperança, pois ela é projetada a partir de nossos sonhos. É preciso mudar tal perspectiva e começar a percorrer o caminho inverso, onde nossas visões se libertem do presente caótico e contemplem um amanhã vitorioso.
Uma outra grande perda como conseqüência de tantas crises, tem sido a perda da alegria. Os danos psicológicos e existenciais que este tipo de perda causa são irreparáveis. Perder a alegria é como perder a vontade de viver. A alegria adorna nossa alma e nos torna pessoas mais bonitas. O sorriso nos lábios, a doçura no falar, o brilho nos olhos são expressão de uma beleza muito especial: a beleza interior. Quem perde a alegria, torna-se vulnerável às revoltas, à sólida e às angústias e, até à depressão. Procure buscar a alegria para além das coisas e das circunstâncias. Nossa vida é a maior riqueza que possuímos. Nenhum bem, nenhum valor, pode ser comparado com a preciosidade da vida. Porque então trancá-la nos porões da tristeza? Sem a alegria, a existência torna-se um deserto sem água, sem beleza e sem vida.
Por fim, uma outra perda é aquela que está relacionada com as nossas palavras. Estamos perdendo a prática de uma linguagem que revele entusiasmo, fé, determinação e altruísmo. Palavras são sementes de vida ou de morte; são também sinalizadoras da nossa interioridade. A palavra expande nosso presente, como também pode sepultar nossos futuros sonhos.
Em época de crises agudas, as pessoas tendem a fazer uso de palavras negativas, pessimistas, pejorativas, torpes, enfim, palavras que geram morte e destruição, perpetuadoras da dor e do sofrimento. O mal também é atraído pelas palavras. Proclamemos palavras de vida de esperança, de vitória, de luz, de alegria. Na vida, colhemos não apenas o que plantamos, mas também o que falamos. Há poder nas palavras e poucos se dão conta desta verdade.
Diante das tantas crises que assolam nossa existência, é de vital importância que não percamos a esperança, a alegria e nem a linguagem positiva. Os danos serão menores em função da nossa visão do futuro, nosso estado de espírito e de nossa linguagem altruísta. Afinal de contas, tudo passa, inclusive, as crises, e a vida continua. Tem razão o escritor sagrado ao afirmar: “a tribulação produz a paciência, a paciência a experiência e a experiência a esperança”. E é esta que nos faz começar tudo outra vez, entre perdas e danos.
Navegando na Onda da Emoção
Pr. Estêvam Fernandes de Oliveira
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