quinta-feira, 21 de março de 2013
Eu vos deixo a Paz
Após o drama do Calvário, consumada Sua desencarnação, Jesus logo principiou a manter contato com os Apóstolos.
Por algum tempo, dedicou-Se a orientá-los e a encorajá-los.
Em uma dessas aparições, afirmou: A paz seja convosco.
Essa singela frase, no contexto em que foi proferida, enseja interessantes reflexões.
Muita gente se interroga a respeito do auxílio que pode obter do plano espiritual.
Sob diferentes roupagens religiosas e, ao abrigo das mais diversas crenças, há o hábito de muito pedir e esperar.
Há até quem seja adepto da prática de estabelecer mecanismo de trocas, a título de votos e promessas.
Por vezes, a ausência da resposta almejada provoca inquietação.
Há quem indague a razão pela qual as almas redimidas não proporcionam descobertas sensacionais ao mundo.
Afirma-se que elas bem poderiam revelar o processo de cura de moléstias que desafiam a ciência.
Também poderiam interferir nos choques existentes entre as nações, a fim de pacificá-las.
Imagina-se que alguns espetáculos espirituais muito contundentes lograriam produzir maravilhas no palco terrestre.
Entretanto, essa linha de raciocínio queda distante de noções mínimas de justiça.
Seria terrível furtar ao homem os elementos de trabalho, resgate e elevação.
Quem deseja o maravilhoso implantado já, com estrépito, costuma se aborrecer com algumas orientações que vêm do plano espiritual.
Dele, habitualmente, chegam reiteradas e afetuosas recomendações de paz na luta.
Quem se agasta com esse tipo de resposta manifesta ausência de harmonia com a mensagem do Cristo.
O Mestre efetivamente retornou do plano espiritual para confortar Seus discípulos.
Mas O fez de forma reservada e não em plena praça pública, com tumulto e escândalo.
Não lhes deu soluções fáceis para os problemas que vivenciavam e vivenciariam.
Não fez revelações bombásticas de ordem supernatural.
Jesus apenas demonstrou a sobrevivência da alma após a morte do corpo e lhes desejou paz.
Contudo, isso deve bastar para a alma sincera que procura a integração com a vida mais alta.
Envolve grande responsabilidade reconhecer a continuação da existência, para além da morte física.
Como o ser continua, individualizado e consciente, ele deve se submeter a exame quanto aos seus compromissos individuais.
Trabalhar e sofrer constituem processos lógicos do aperfeiçoamento e da ascensão, no atual estágio humano.
Que os homens atendam a esses imperativos da lei, com bastante paz, é o desejo amoroso e puro de Jesus Cristo.
Convém esforçar-se por entender semelhante verdade, para não desperdiçar valiosas oportunidades.
Muitos aguardam grandes sinais para começar a agir.
Esses se assemelham a preguiçosos, que muito esperam sem nada fazer para atingir seus objetivos.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 53, do livro
Caminho, verdade e vida, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
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