by José Batista de Carvalho |
A
compulsão de querer controlar a vida alheia, é fruto do nosso orgulho. O
ser amadurecido não controla, mas sim coopera com o amor e com a
liberdade das leis naturais.
Para
ser bom mestre não é preciso fazer seguidores ou discípulos, nem mesmo
possuir cortejos ou comitivas, mas simplesmente fazer com que cada ser
descubra em si mesmo o seu próprio guia. Não devemos ditar nossas regras
aos indivíduos, mas fazer com que eles tomem consciência de seus
valores internos (senso, emoções e sentimentos) e passem a usá-los
sempre que necessário. Essa a função dos que querem ajudar o progresso
espiritual dos outros.
Os
indivíduos portadores de uma personalidade orgulhosa se apoiam em um
princípio de total submissão às regras e costumes sociais, bem como o
defendem energicamente. Utilizam-se de um impetuoso interesse por tudo
aquilo que se convencionou chamar de certo ou errado, porque isso lhes
proporciona uma fictícia “cartilha do bem”, em que, ao manuseá-la,
possam encontrar os instrumentos para manipular e dominar e, assim, se
sintam ocupando uma posição de inquestionável autoridade. Quase sempre
se autodenominam “bem intencionados” e sustentam uma aura de pessoas
delicadas, evoluídas e desprendidas, distraindo os indivíduos para que
não percebam as expressões sintomáticas que denunciariam suas posturas
de severos críticos, policiais e disciplinadores de consciências.
A compulsão de querer controlar a vida alheia é fruto do nosso orgulho.
O
ser amadurecido tem a habilidade perceptiva de diagnosticar os
processos pelos quais a evolução age em nós; portanto, não controla, mas
sim coopera com o amor e com a liberdade das leis naturais. Muitos de
nós convivemos com criaturas que tentam cuidar do nosso desenvolvimento
espiritual, impondo controle excessivo e disciplina perfeccionista, não
respeitando, porém, os limites de nossa compreensão e percepção da vida.
São
“censuradores morais”, incapazes de compreender as dificuldades
alheias, pois não entendem que cada alma apenas pode amadurecer de
acordo com seu potencial interno. Não julguemos, com nossos conceitos
apressados, as pessoas e os acontecimentos à nossa volta; antes,
aguardemos com calma e façamos uma análise mais profunda de cada
situação. Assim agindo, poderemos avaliar melhor todo o contexto
vivencial.
Nosso
orgulho quer transformar-nos em super-homens, fazendo-nos sentir
heroicamente estressados, induzindo-nos a ser cuidadores e juízes dos
métodos de evolução da vida excelsa e, com arrogância, nomear os outros
como desprezíveis, ociosos, improdutivos e inúteis. Poderemos “agir no
processo” de formação e progresso das criaturas, nunca “forçar o
processo” ou criticar seu andamento.
Comportamentos
como a crítica moralista, o desejo de reformar os outros e o controle
do que se deve ou não fazer, revelam os traços de caráter dos indivíduos
orgulhosos e ainda distanciados da autêntica cooperação no processo de
evolução, que não os deixam perceber o que ocorre na intimidade das
criaturas.
Nada é inútil no universo. A divindade age sem cessar em solicitude e consideração a cada uma de suas criaturas e criações.
O
progresso da humanidade é inevitável. Todos estamos progredindo e
crescendo, ainda que, algumas vezes, não nos apercebamos disso.
Hammed
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