Sendo o amor o maior dos valores da alma, o primeiro ponto a ser considerado é a afetividade, caminho que nos leva a ele.
As
manifestações do amor são tão infinitas, desde as mais primárias até às
mais elevadas, que fogem ao nosso entendimento. Na verdade sabemos
teorizá-lo, mas não o conhecemos em sua plenitude.
— Sabemos, no entanto, que nossas:
Ações,
Palavras,
Sentimentos,
E pensamentos...
... São fortemente influenciados pelos nossos estados de espírito, pelo nosso “clima interior”.
Assim, cuidando desse “clima”, estaremos facilitando sobremaneira a
vivência de atitudes mais condizentes com o conhecimento espiritual que
já alcançamos e com o nosso momento evolutivo.
Num seminário sobre perdão e auto-perdão o médium e orador espírita Divaldo Franco disse:
“Dois físicos quânticos de renome estabeleceram que quando nós amamos,
produzimos moléculas, micro-partículas que podem ser semelhantes a
fótons e vitalizam-nos a corrente sanguínea, e quando odiamos:
Nutrimos raiva,
Nutrimos mágoa...
... Geramos micro-partículas semelhantes ao elétron, e elas destroem nosso sistema imunológico, e nós adoecemos”.
Informou ainda Divaldo que o Dr. Mark Cleland, da universidade de
Harvard, diz que os derivados do amor produzem linfócitos que sustentam a
vida, e que o otimismo nos ajuda a viver.
Vemos então que,
desenvolver amor nos sentimentos e vivenciá-lo, não reflete apenas um
ensinamento de natureza religiosa, mas também a própria ciência do bem
viver.
Nos últimos anos inúmeras pesquisas científicas vêm demonstrando a
eficiência de valores como o amor e o perdão na geração de saúde e
bem-estar.
Percebemos então como os ensinamentos de Jesus, sob a
ótica dessas descobertas e constatações científicas, assumem novas
feições.
Já podemos começar a deixar de vê-lo apenas pelas vias do misticismo,
como o mártir da cruz ou o fundador de religiões, pois Ele agora nos
surge na condição de cientista cósmico, de Mestre que veio nos ensinar a
perfeita ciência do bem-viver.
Suas lições já podem deixar de
representar aqueles chavões com cheiro de obrigação religiosa ou caminho
para a colônia espiritual Nosso Lar, surgindo em toda a sua plenitude
como verdades que, obedecidas, promovem o bem-estar da criatura e o seu
crescimento como ser cósmico e eterno.
Amar,
Perdoar,
Ser fraterno,
Ser pacífico...
...
Mais que preceitos religiosos são fatores de saúde física e psíquica,
porque geram energia psíquica positiva, de boa qualidade.
São também fatores de prosperidade material, até o ponto em que a
programação reencarnatória permita, porque a pessoa que se habitua a
desenvolver vibrações de elevado teor gera uma presença agradável, que
lhe abre muitas portas.
Na verdade, há dentro de nós um universo
de conhecimentos a serem buscados, de capacidades, aptidões e
possibilidades infinitas que poderão nos conduzir a patamares evolutivos
mais compatíveis com as características de um mundo de regeneração.
Apresentamos, assim, a afetividade como o primeiro ponto, o primeiro
valor a ser considerado nesta agenda mínima, não só pelos atributos já
identificados, mas também por fornecer conteúdo ou alicerce para os
demais valores crescerem e se firmarem.
Mas como desenvolvê-la, já que isto é tão difícil?
O primeiro passo está em exercitá-la continuamente visando criar
condicionamento. Quando conseguirmos estar sempre atentos para gerar
afetividade, esse valor começará a fazer parte do nosso psiquismo e
emoções.
A grande dificuldade, no entanto, está em nos lembrarmos sempre desse propósito.
Para solucionar essa questão pode-se utilizar alguns recursos, inclusive lançar mão de benefícios da tecnologia, tais como:
1º-) – Programar o celular, o computador, ou um relógio para emitir
algum som a cada meia hora e, sempre que escutá-lo, desenvolver um
estado interior de afetividade.
2º-) – Colocar pequenos lembretes em alguns locais. Com um pouco de criatividade consegue-se isto facilmente.
3º-) – Adquirir um bracelete, um colar ou algo semelhante para, ao
percebê-lo ou senti-lo, lembrar-se de exercitar afetividade.
— Pode-se também estabelecer determinados momentos para exercitá-la, tais como durante:
O banho,
As refeições,
À hora de dormir,
E antes de levantar.
São
momentos em que ocorre maior desligamento do corre-corre do cotidiano,
facilitando a introjeção de amorosidade nos sentimentos.
Durante o banho pode-se mentalizar a energia da água a lavar também os
resíduos energéticos negativos aderidos ao corpo espiritual. Em seguida
desenvolver um sentimento de afeto pelos pés, as pernas, os quadris,
lembrando o quanto eles são importantes.
Da mesma forma, visitar
com muito carinho o abdômen e o tórax com seus órgãos internos, e assim
por diante até amar todo o corpo, conscientemente. Depois, sentir amor
pela própria alma, pelo espírito, por todo o ser.
E assim, envolvidos nessas vibrações de luz, direcionar essa sublime
emoção para o ambiente em torno; levá-la mentalmente a se espalhar em
todas as direções, envolvendo nessa vibração tudo e todos, sem qualquer
restrição.
Outra forma muito importante para desenvolver
amorosidade é olhar para alguém e envolvê-lo numa vibração de afeto, de
carinho. Isto podemos fazer sempre, em todos os momentos em que houver
pessoas ao alcance da nossa visão.
Mas não devem ser apenas os seres humanos os objetos da nossa
afetividade e, sim, tudo que vive e até mesmo os inanimados, porque o
amor é um poder que se irradia, sem escolher alvo.
Se prestarmos atenção, podemos perceber quão infinitas vezes em nosso cotidiano podemos desenvolver afetividade.
Por exemplo, quando vemos uma pessoa feia ou desagradável é natural nos colocarmos internamente em posição superior a ela.
Mas
se a olharmos com olhar afetivo, pensando nas imensas dificuldades que
deve enfrentar por causa da sua condição, lhe enviaremos uma vibração de
simpatia, de fortaleza, de soerguimento.
Da mesma forma, ao nos depararmos com um tipo mau, repugnante ou facínora.
Pelo
olhar afetivo veremos que seu espírito é da mesma essência que o nosso,
e que ele apenas está vivenciando fases primárias em suas experiências
evolutivas, em patamares ainda degradantes.
Mas que um dia sua luz interior irá iluminá-lo por completo, assim como
acontecerá também com nós outros. Então lhe enviaremos uma vibração de
afeto e de indução ao bem.
Quando conseguirmos perceber as
profundas implicações no uso da afetividade em nosso cotidiano,
tornando-a atitude predominante, poderemos também observar como o nosso
interior mudou, iluminou-se.
— Sente-se afeto em várias modalidades:
a) Por si mesmo;
b) Por pessoas que correspondem a esse sentimento na mesma medida. Esse é o afeto das trocas, portanto, egoísta;
c) Por pessoas ou alguma comunidade eletiva, como por exemplo, a
religiosa. Esse ainda é um afeto egoísta, porque existe em razão de
trocas;
d) Por tudo e todos de forma indiscriminada, assim como as águas de uma
fonte que jorram, sem pedir nada em troca. Esse é um afeto não egoísta.
É abrir o coração para uma terna vibração, que traz em seu bojo a
alegria. É olhar com carinho para o cachorro “vira-latas”, abandonado,
sarnento, como se estivesse vendo algo muito precioso.
Quando
assumimos um estado de espírito afetivo, nos tornamos pessoas mais
brandas, pacificadoras, propensas à alteridade e com mais facilidade
para desenvolver a humildade.
A afetividade relaxa.
Universo Natural
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