Publicado por M. Manuela dos Santos Oliveira em 12 agosto 2015 às 14:38 em Omraam Mikhael Aïvanhov
"De vez em quando, parai, fechai os olhos, entrai em vós mesmos e tentai encontrar o centro divino que é a fonte pura da vida. Quando os abrirdes de novo, sentir-vos-eis apaziguados.
Abrir e fechar os olhos – não se consegue sequer contar o número de vezes em que, por dia, se faz estes movimentos, mas eles são feitos inconscientemente e é por isso que não se retira deles qualquer benefício. Então, vou explicar-vos um exercício que vos será muito benéfico se aprenderdes a fazê-lo conscientemente. Fechai os olhos lentamente e deixai-os ficar fechados durante uns momentos… Depois, abri-os de novo, lentamente, e estudai as mudanças que ocorrem em vós… Pouco a pouco, conseguireis compreender como esta alternância de abertura e fecho dos olhos tem a sua correspondência na vida psíquica: abrir os olhos é ir para o mundo exterior, para a animação, para ação; fechá-los é voltar ao centro do vosso ser, que é paz e silêncio. Quando tiverdes conseguido tocar esse centro em vós, sentireis afluir correntes que vos trarão o equilíbrio, a harmonia, a luz."
"Vós tendes sempre tendência para considerar as dificuldades como impedimentos. Na realidade, muitas vezes é nas condições difíceis que se tem mais possibilidades de crescer, e isso precisamente porque se está apertado. Observai como as árvores da floresta resolvem este problema. Numa floresta, todas as árvores estão tão apertadas que, se uma quiser expandir-se, as outras impedem-na. Então, a árvore diz para si própria: «Não são boas condições para eu me desenvolver, mas vou arranjar uma solução…» e lança-se para cima. Nesta direção o espaço está livre, ela não encontra obstáculos.
Acontece o mesmo com o ser humano. Quando ele já não pode ir nem para a frente, nem para trás, nem para o lado, só lhe resta dirigir-se para cima, isto é, lançar-se pelo pensamento para o mundo espiritual, pois nessa direção nada pode opor-se às suas aspirações. "
"Há que reconhecer que, para a criatura humana, Deus é inconcebível. Mas como, na sua bondade, na sua generosidade, Ele quer revelar-Se aos humanos, pôs por toda a criação sinais que permitem reconhecê-l’O. Só que os humanos não procuram esses sinais, ou melhor, eles têm-nos diante dos olhos mas não os decifram. O resultado é que, mesmo que os crentes venerem a Divindade e lhe prestem culto, ela continua a ser para eles algo longínquo, vago, abstrato.
Mas, como é impossível para os humanos viverem em abstrações, a maior parte das religiões criaram imensas estátuas, medalhas, cruzes, imagens santas… toda a espécie de representações concretas, materiais, da Divindade, ao ponto de, muitas vezes, isso se tornar pueril, ridículo. É preciso que eles aprendam a descobrir os sinais que o próprio Criador colocou na criação. Entre esses sinais, o que tem maior impacto é o sol. No dia em que os humanos souberem olhar o sol para receber a sua luz, o seu calor e a sua vida até ao mais profundo do seu ser, começarão a sentir o que é realmente a Divindade."
"De manhã, quando abris a janela ou saís de casa, podeis ver o céu, o sol, as árvores… Esforçai-vos por olhar para eles como se os vísseis pela primeira vez: descobrireis toda uma vida subtil que vos escapara até então, porque deixastes interpor-se entre vós e a realidade uma cortina opaca. No dia em que eliminardes essa cortina, tereis a verdadeira visão, a verdadeira inteligência das coisas. A verdadeira inteligência é como uma fonte que jorra, por isso ela apresenta-nos uma visão sempre nova que nos deixa completamente maravilhados.
Ver tudo pela primeira vez: deveis aprender a cultivar esta atitude não só relativamente à natureza, mas também em relação aos humanos. Não só fareis descobertas inimagináveis, como vos tornareis muito mais interessantes e simpáticos para com os outros."
"Só podemos entrar em comunicação com a natureza porque ela é viva e inteligente. Ela é viva e inteligente porque é habitada por criaturas invisíveis aos nossos olhos, sem dúvida, mas que, no entanto, são bem reais. Essas criaturas, a que nós chamamos gnomos, ondinas, sílfides e salamandras, foram mencionadas nas tradições do mundo inteiro, mas com outros nomes.
Por onde quer que andeis, tomai consciência da presença de todas essas entidades, que existiam muito antes do aparecimento dos humanos. Ligai-vos a elas, falai-lhes, maravilhai-vos com o trabalho que elas realizam debaixo da terra e sobre a terra, na água, no ar, no fogo, no sol. Então, elas ficarão tão felizes que se tornarão vossas amigas e oferecer-vos-ão presentes: a energia, a alegria, a inspiração poética e até a clarividência."
"Eu sei que muitos de vós, quando eu vos falo – e faço-o frequentemente – do Reino de Deus, da fraternidade universal, como um ideal, consideram que isso não passa de uma utopia: pensam que, nas circunstâncias atuais, é impossível realizar esse ideal. É difícil, porque a maior parte dos humanos não estão dispostos a abandonar a satisfação dos seus desejos egoístas para se dedicarem à realização de um ideal divino, mas não é impossível: bastará que, em vez de terem sempre como referência a ordem terrestre, eles estudem a ordem celeste e se inspirem nela para assentarem as bases de uma nova sociedade.
Quando os cristãos começarem a levar a sério as palavras de Jesus no Pai-nosso: «Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu», já será um grande progresso. «Como no céu» significa que existe uma ordem celeste que deve ser respeitada. Há dois mil anos que eles murmuram esta prece, mas continuam a obedecer à sua própria vontade egoísta e pouco esclarecida. Não é o Reino de Deus que é irrealizável; os humanos, a começar pelos cristãos, é que não se decidem a fazer esforços para o realizar."
"O objetivo da vida espiritual é levar-nos a conhecer o estado de consciência superior a que se chama “amor divino”, pois o verdadeiro amor, aquele que nos aproxima de Deus, é um estado de consciência. É impossível descrevê-lo e também não se pode explicá-lo a seres que não estão preparados para o viver; tudo o que se pode fazer é tentar conduzi-los até lá, pouco a pouco.
Aqueles que atingem esse estado de consciência sentem-se interiormente ligados a todo o universo; eles são, então, como instrumentos cujas cordas vibram em uníssono com tudo o que existe. Habita neles uma paz profunda e, sobretudo, eles sentem uma imensa benevolência para com todos os seres. Nem sabem de onde lhes vem esse bem-estar, sentem simplesmente que ele invadiu o seu coração e a sua alma, que ele os impele a manifestarem-se com bondade, com compreensão, e entram em contacto com a essência profunda da criação."
"A vigilância é uma condição essencial para o progresso espiritual. A cada instante do dia, analisai os pensamentos, os desejos e os sentimentos que vos atravessam, mas também as energias que emanam de vós. É no vosso laboratório interior que deveis estudar a realidade das coisas e observar se continuais a caminhar na boa via ou se estais a transviar-vos.
Por vezes, pergunto a alguém: «Em que é que está a pensar?», e a pessoa responde: «Não sei.» Pois é, ela não sabe! Há correntes e entidades que entram nela e saem dela, e ela não se apercebe de nada. Como é que um ser assim poderá fazer face às situações difíceis com que, necessariamente, irá deparar-se? Será sempre fraco, sem referências, incerto, hesitante! Quaisquer que sejam as correntes que vos atravessam, esforçai-vos por reconhecer a sua natureza, as regiões de onde elas vêm; será assim que progredireis. Numa Escola Iniciática, só há lugar para os seres que aprendem a tornar-se conscientes."
"O Mestre Peter Deunov dizia: «Coloca a bondade como base da tua vida, a justiça como medida, a sabedoria como limite, o amor como deleite e a verdade como luz.» A bondade, a justiça, a sabedoria, o amor e a verdade… Praticando estas cinco virtudes, desenvolver-nos-emos harmoniosamente no plano moral e espiritual.
E também é necessário conhecer as relações que essas virtudes têm com o nosso corpo físico e também com os nossos corpos psíquicos. A bondade está ligada às pernas, a justiça às mãos, o amor à boca, a sabedoria aos ouvidos e a verdade aos olhos. E a verdade pertence ao espírito, o amor à alma, a sabedoria ao intelecto, a bondade ao coração e a justiça à vontade."
Diz-se que a fé faz milagres. Porquê?... Porque ter fé é abrir em si uma porta às forças espirituais. Aquilo que vós empreendeis graças só às vossas capacidades, só à vossa vontade, obedece a um mecanismo natural e, por isso, está sujeito à lei das causas e das consequências. Mas, a partir do momento em que fazeis intervir a fé, abris uma porta às forças celestes; essas forças penetram em vós e reparam, purificam, curam, mesmo sem merecerdes inteiramente isso.
Podemos dizer, pois, que a fé força a graça. Ela abre uma porta pela qual a graça é obrigada a entrar, mas desde que, evidentemente, a tenhais convidado antes. Como o doente que pedia a Jesus que o curasse. Pelo seu pedido, ele atraiu a atenção de Jesus, e pela sua fé permitiu ao poder divino que se manifestasse nele. É esse o sentido da resposta de Jesus àqueles que lhe pediam ajuda: «Que te seja concedido consoante a tua fé» ou «A tua fé te salvou»."
"Na maior parte das vezes, os humanos associam a felicidade ao amor. Mas muitos acabam também por reconhecer que essa felicidade foi de curta duração! Porquê? Porque eles não souberam preservar o seu amor.
Para encontrardes a felicidade no amor, deveis compreender que ele não depende da posse física de um ser, nem sequer do laço afetivo que vos une um ao outro. Só podereis sentir o amor verdadeiro nesse elemento subtil que, através de um homem ou de uma mulher, vos liga a todo o universo, à beleza das flores, das florestas, das fontes, do sol, das constelações. Não vos apresseis a suprimir a distância física que vos separa daquele ou daquela que amais, senão perdereis, pouco a pouco, todo o mundo subtil em que sentíeis viver e palpitar a natureza inteira; só vos restará o lado físico, prosaico, e não será nele que encontrareis a felicidade."
"Aprendei a trabalhar com a luz e compreendereis que ela é que vos dará as verdadeiras riquezas. Graças a ela, mesmo as vossas relações com aqueles que vos rodeiam melhorarão. Porquê? Porque quem vive na abundância torna-se generoso, abre-se aos outros, sente a necessidade de os compreender e de os ajudar, é muito menos exigente e severo para com eles.
Descobrireis todo o poder, toda a clareza, toda a pureza e toda a inteligência que há na luz quando tiverdes aprendido a trabalhar com as sete cores que compõem a luz branca. Cada cor exprime um poder ou uma virtude: o vermelho, a vida, o amor; o laranja, a saúde, a santidade; o verde, a evolução, a eternidade; o azul, a verdade, a paz; o anil, a força; o violeta, o amor espiritual e a omnipotência divina. Trabalhai com as virtudes das sete cores e sentir-vos-eis enriquecidos por todas as suas bênçãos. "
"Estudemos o simbolismo do cavaleiro montado no seu cavalo. O cavaleiro representa a nossa parte psíquica e o cavalo o nosso corpo físico. Cada um de nós é, portanto, simultaneamente o cavaleiro e o seu cavalo. E, do mesmo modo que o cavaleiro deve ocupar-se do cavalo, é preciso atender às necessidades do corpo físico. Só que nem sempre é fácil discernir se as necessidades que se sente são do cavalo ou do cavaleiro.
Vós estais fatigados: essa fadiga é física ou psíquica?... Comestes bem, contudo continuais com fome; mas quem é que tem fome, o vosso corpo ou vós?... Ou então não sentis fome apesar de não terdes comido nada e de o vosso corpo ter, certamente, necessidade de alimento… Esta contradição pode também ocorrer no domínio da sexualidade: o vosso corpo já não quer nada, mas vós ainda pedis; ou o contrário: vós já não desejais nada e é o vosso corpo que reclama mais. Por vezes, apesar dos golpes de esporas, a vossa montada leva-vos para caminhos perigosos onde não queríeis aventurar-vos. Ou então é o cavalo que encontra maneira de vos pôr a salvo, pois farejou um perigo que o cavaleiro (vós, o seu dono) não tinha sentido. Esta imagem do cavaleiro com o seu cavalo é muito rica em ensinamentos. "
"Cada um de nós deve estar comprometido, mobilizado para um determinado trabalho. A Inteligência Cósmica não aceita que uma criatura esteja desocupada, ela tem de se tornar útil integrando-se num conjunto, num sistema onde encontra o seu lugar. Porquê? Porque aqueles que vivem errantes, sem objetivo, acabam por ser presa de forças obscuras e depressa chega para eles a desagregação e a morte, primeiro no plano psíquico e, por fim, também no plano físico. Cada um deve, pois, escolher uma determinada via, comprometer-se com ela e decidir pôr-se a trabalhar, seja de que maneira for.
O sentido da vida está no trabalho. Alguns dizem que ele está no amor, outros no poder, ou no estudo, ou no prazer. Eles não deixam de ter razão, mas desde que se mantenha em vista a ideia de trabalho, que consiste em orientar cada atividade para um objetivo benéfico para todos, um objetivo divino. Desconfiai de tudo o que não está orientado para um objetivo divino, pois, por toda a parte onde a ordem e a harmonia não entram, é o caos que entra."
"É inútil censurardes o Senhor por não atender às vossas preces enquanto Lhe pedirdes que Ele venha visitar-vos no lugar onde insistis em permanecer. Se não mudais nada no vosso comportamento, na vossa maneira de pensar, como podeis imaginar que Ele virá tirar-vos do inferno em que vos atolastes? É exatamente como, se descerdes a uma gruta ou a uma cave, ficardes surpreendidos por não encontrar lá o sol, o seu calor, a sua luz.
O que representam a gruta ou a cave? Todas as manifestações do intelecto ou do coração, todos os maus hábitos. Enquanto não renunciardes a eles, permanecereis na escuridão e ao frio. Aqueles que se recusam a abandonar as suas velhas maneiras de viver ao mesmo tempo que oram ao Senhor para que venha salvá-los não são mais atendidos nas suas preces do que se pedissem ao sol para vir aquecê-los e iluminá-los no fundo de uma gruta; e perdem o seu tempo. Eles é que têm de se deslocar e ir até Ele melhorando a sua conduta."
"Mesmo quando têm família, vizinhos, relacionamentos, muitas pessoas queixam-se de solidão. Qua ingratidão para com a Inteligência Cósmica, que povoou a terra com tantas criaturas! Mesmo quando estão sós fisicamente, elas deveriam sentir que, na realidade, têm uma família imensa, a sua família espiritual. Mas a sua consciência é tão limitada, está tão obscurecida, que elas não sentem isso. Acontece com milhões de seres no mundo: eles sentem-se sós! No entanto…
O verdadeiro remédio para a solidão está no alargamento da consciência. Mesmo que não tenhais pai, nem mãe, nem irmãos ou irmãs, nem qualquer família de sangue, nem ninguém perto de vós com quem possais comunicar, isso ainda não seria uma razão para pensardes que estais sós. Quando souberdes, quando compreenderdes que os seres humanos são irmãos e irmãs, filhos e filhas do mesmo Pai, o Espírito Cósmico, e da mesma Mãe, a Natureza Universal, já não vos sentireis abandonados nem tristes."
"Nascer significa entrar sob a lei da bênção. Com efeito, nascer é a possibilidade dada ao ser humano de reparar os seus erros do passado para desenvolver os poderes luminosos que ainda estão
adormecidos nele.
Uma criança só vem ao mundo porque um homem e uma mulher se uniram para manifestar o seu amor; é o amor que a faz vir à vida. Todo o ser humano recebe a visita de Deus ao nascer. Eu sei bem que muitas crianças não são realmente filhas do amor, mas estou a falar em geral, refiro-me a princípios: quando homens e mulheres se encontram e projetam tornar-se, um dia, pais e mães, não têm a ideia de que o seu filho será fruto do acaso ou o resultado de uma violência, ou que irão recorrer a meios artificiais de procriação. No fundo do seu coração e da sua alma, cada um compreende o nascimento como um fruto natural do amor."
"Os humanos chamam Providência a um poder que, pensam eles, deve protegê-los dos perigos e das provações. De modo nenhum! A Providência nunca se opõe a que eles recebam as lições de que necessitam para se melhorarem. Por vezes, essas lições começam por sucessos e eles ficam todos contentes… até ao dia em que descobrem que, nesses sucessos, se escondiam também algumas armadilhas.
Obter um posto importante, ser reconhecido no seu trabalho, qualquer que seja o domínio, aparece como uma vantagem. Mas, muitas vezes, aqueles que são bem-sucedidos têm tendência para esquecer essas qualidades essenciais que são a bondade, a generosidade, a humildade, a abnegação. Por isso, começam para eles as oposições, as provações, para aprenderem a praticar essas virtudes. O Céu não se preocupa em os proteger: ele vigia e espera que eles tenham aprendido a lição. Quando ela estiver aprendida, eles recuperarão o seu prestígio, nesta vida ou numa outra, mas deverão tê-la presente."
"O véu de Ísis, que a tradição iniciática menciona, representa os mistérios da Natureza viva em que só o Iniciado pode penetrar. E o ser humano, que faz parte da natureza, está também envolvido por um véu. É por isso que ele sente tantas dificuldades em se conhecer. Para chegar ao verdadeiro conhecimento de si mesmo, ele não deve ver-se através do vidro deformador que são os seus corpos opacos, mas elevar-se até às regiões sublimes do espírito.
Coberta por camadas de matéria, há uma centelha que habita no espírito do homem, essa entidade de uma beleza indescritível, omnisciente, omnipotente. E aqueles que, pela ascese, pela oração, pela renúncia, são capazes de obedecer às exigências do espírito, veem surgir diante deles Ísis, a Natureza, despida de todos os seus véus."
"Onde quer que se faça investigações na natureza, não se vê em parte nenhuma o espírito a tentar desembaraçar-se da matéria. Pelo contrário, desde a origem da criação, o espírito mostra que necessita da matéria. Para quê? Para a transformar, para a purificar, para a tornar tão vibrante como a luz. Se ele se desembaraçasse dela, ficaria improdutivo, pois só pode manifestar-se e criar através da matéria, que é a sua esposa amada. Os humanos ignorantes é que querem fazer com que eles se divorciem.
Então, desconfiai de todas as filosofias que procuram separar o espírito da matéria, umas para se limitarem à matéria, outras para se limitarem ao espírito. A única filosofia verdadeira é a que nos ensina que o espírito desce à matéria para a dominar, a vivificar e se manifestar através dela. É, evidentemente, um trabalho sem fim, mas o espírito nunca perde o ânimo e vem incessantemente celebrar a sua união com a matéria."
"O centro e a periferia, tal como o cume e a base, são os dois polos entre os quais nós oscilamos continuamente. A periferia e a base representam todas as solicitações da nossa natureza inferior, que nos fazem abandonar o nosso lugar no centro, ou no cume, pois é a partir do centro, ou do cume, que nós não só dominamos a nossa própria existência, mas também podemos assumir corretamente as nossas responsabilidades para com os seres.
Cada homem e cada mulher que tem deveres enquanto pai, professor, educador, chefe de empresa, magistrado, responsável político, etc., deve procurar esse centro, ou esse cume, de onde será capaz de manifestar uma igual atenção, uma igual benevolência em relação a todos. Para contribuir para o bem daqueles que nos rodeiam e de toda a humanidade, há que conseguir encontrar esse ponto de vista que nos coloca acima dos preconceitos e dos juízos a priori. Meditando sobre o sol, nós aproximamo-nos desse ponto de vista. Porque está no centro e permanece no centro, o sol mantém todo um mundo em equilíbrio e os planetas gravitam harmoniosamente à sua volta."
"Vós penetrais numa floresta: procurai tomar consciência de que essa floresta é habitada. Há nela uma multidão de criaturas invisíveis que vão e vêm, ocupadas com diferentes atividades, e elas notam a vossa presença. Então, por que não tentais entrar em relação com elas?
Podeis também aproximar-vos de uma árvore e encarregá-la de fazer chegar mensagens a todas as outras árvores da floresta. Que ela lhes diga que as achais magníficas, que as amais. E abraçais a árvore pedindo-lhe que transmita o vosso abraço. Então, as entidades que habitam nela levarão o vosso amor a toda a floresta. E, enquanto continuais a passear, as entidades que receberam essa mensagem saem das árvores para vos observar. Elas ficam maravilhadas, dançam enquanto vós passais e, quando regressais a casa, sentis-vos felizes, sentis que saboreastes um pouco da verdadeira vida."
"É com a sabedoria e o amor que construís a vossa verdadeira morada. Os materiais da sabedoria são sólidos, mas, para resistirem durante muito tempo, têm de ser sustidos por uma alma viva, senão depressa vereis aparecer fissuras nas paredes. E essa alma viva é o amor.
Quando uma casa está habitada, não se estraga tanto como se estivesse vazia. A presença do homem, a sua atividade, a sua respiração, vivificam-na. Ela diz: «Uma vez que alguém se abrigou em mim, devo permanecer de pé.» Mas, se a abandonarem, ela começa a desconjuntar-se. Construí, pois, a vossa morada tendo a sabedoria como estrutura, mas enchei-a de amor para a conservar, para a consolidar. Se não existir amor, se não houver vida a circular no interior, ela desmoronar-se-á. A prova disso é que, quando a alma deixa o corpo do homem, este decompõe-se pouco a pouco. Quem é que mantinha aquela morada em bom estado? A vida que circulava nela."
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