Mindful eating é um estado de alimentação consciente. Não é uma dieta, pois não se trata dos alimentos que comemos, mas aborda a forma como os comemos e a forma como encaramos o momento da refeição. Trata-se de experienciar a comida mais intensamente.
Pesquisas “fresquinhas” sugerem que comer mais lentamente, prestando mais atenção ao momento, poderia ajudar com problemas de sobrepeso e talvez deixar algumas pessoas longe de alimentos processados e outras escolhas menos saudáveis.
Esta abordagem alternativa foi apelidada de "comer consciente" (mindful eating). Ela é baseada no conceito budista de consciência, que envolve estar plenamente consciente do que está acontecendo dentro e em torno de você no momento.
Em outras áreas, técnicas de consciência têm sido propostas como forma de aliviar o stress e aliviar problemas como pressão alta e dificuldades crônicas gastrintestinais.
Aplicada ao comer, a atenção plena inclui perceber as cores, cheiros, sabores e texturas de seu alimento; mastigar lentamente, se livrar de distrações como a televisão ou livros, e aprender a lidar com a culpa e a ansiedade sobre o alimento.
A conexão mente-digestão envolve uma série complexa de sinais hormonais entre o intestino e o sistema nervoso, e parece demorar cerca de 20 minutos para o cérebro registar a saciedade (plenitude).
Há também razões para acreditar que comer enquanto estamos distraídos por atividades como dirigir ou digitar pode retardar ou parar a digestão. E se não estamos digerindo bem, podemos estar perdendo o valor integral nutritivo de alguns dos alimentos que estamos consumindo.
Criar intimidade com nossos processos internos é aprender mais sobre como operamos no mundo em que vivemos, descobrindo como esses mesmos processos refletem em todas as ações que praticamos, principalmente na nossa relação com a comida. Comer é uma atividade que está presente na maior parte de nossa existência.
Quando estamos felizes saímos para comer e celebrar. Quando estamos tristes normalmente nos refugiamos em algo que traga conforto. Temos uma conexão profundamente emocional com os alimentos: um bolo quentinho pode ser motivo de lembranças ternas da infância e, para alguns, um simples quiabo é um gatilho que dispara nojo ou repulsa.
Pensando no nível celular, uma alface ou um McDonald´s vai servir como combustível, matéria prima e alimento para milhões de células, glóbulos e tecidos dentro do seu corpo. Pensando assim, você é o que você come, logo o que você comer irá tornar-se parte do seu corpo, da sua mente, de todo esse sistema incrível que te dá suporte.
Refletindo sobre a interdependência entre os seres, uma folha de alface não é (só) uma folha de alface. Ela é o sol, a chuva, pessoas e todos os outros seres que participaram do processo de criação da alface. Alface é só um nome para um aglomerado de fluxos ininterruptos de mudanças, energias e possibilidades onde outros seres participam do processo, dependentes entre si de cada outro ser.
E, como um milagre, você compra uma e leva pra casa, lava e coloca no prato. Quanta coisa a gente consegue ingerir em um simples vegetal! Estamos ligados a todo o sistema de vida e processos naturais da Terra e do Universo através de uma simples folha de alface.
Ter consciência deste milagre é estar presente. E estar presente é um modo natural de meditar.
Comer mais devagar e saborear cada dentada pode ajudá-lo a comer menos e a comer de forma mais saudável.
Experimente sentir mais tempo a comida na boca, mastigar mais vezes e mais devagar, e sentir o verdadeiro sabor do que está comendo. Depois da primeira garfada pouse os talheres e aprecie!
Não espere até que você esteja faminto. Uma das chaves para uma alimentação consciente é manter seu corpo adequadamente alimentado para evitar tornar-se excessivamente faminto, o que aumenta a chance de que você comer demais.
Escolha alimentos que irão satisfazer tanto o seu corpo como a sua mente.
De acordo com alguns especialistas, o que parece ser o mais simples dos atos – comer devagar e realmente saborear cada mordida – pode ser o remédio para uma nação que vive bombardeada por novas dietas que nunca parecem solucionar o problema da obesidade.
Comer consciente não é uma dieta, e tampouco se trata de deixar de comer algo. É sobre experimentar a comida de uma maneira mais intensa – focando especialmente no prazer que ela proporciona. Você pode comer um cheeseburger conscientemente, se desejar. Você pode apreciá-lo muito mais. Ou você pode decidir, no meio, que seu corpo já obteve o que precisava. Ou que ele realmente precisa de uma salada.
"Isso é uma antidieta", diz Jan Chozen Bays, um pediatra e professor de meditação de Oregon e autor do livro "Mindful Eating: A Guide to Rediscovering a Healthy and Joyful Relationship with Food" (Comer consciente: um guia para redescobrir uma relação saudável e prazerosa com a comida, em tradução livre).
A nutricionista de Harvard, Lilian Cheung, tem se dedicado a estudar os seus benefícios e incentivado empresas e prestadores de serviços de saúde a experimentarem a prática.
"Comer consciente” ou mindful eating, é uma prática bem fácil de incorporar na rotina a fim de nos familiarizarmos sobre nossa relação com a comida, é uma técnica que está presente em todos os programas de mindfulness.
Jan Chozen Bays diz que: “Mindfulness é consciência sem julgamento ou crítica. Feita de uma forma simples, não de uma forma sem sentido, aquecida com bondade e temperada com curiosidade”.
O estado mental de “Mindfulness” pode ser induzido ao focarmos nossa atenção intencionalmente na experiência direta do momento presente, numa atitude aberta e não-julgadora.
Segundo Jon Kabat-Zinn, um dos responsáveis pela “ocidentalização” das práticas de mindfulness com foco na saúde, “Mindfulness é a simplicidade em si mesmo. Trata-se de parar e estar presente. Isso é tudo”.
O mindful eating é uma prática que vem crescendo ao redor do mundo, entrando na rotina de gigantes como o Google, que instaurou um dia da semana de seus funcionários reservado para o comer consciente e em silêncio. E é muito simples.
Para começar, escolha com atenção e consciência cada alimento que será colocado no seu prato e sente-se confortavelmente, com a coluna ereta e relaxada na cadeira.
Pegue seus talheres e corte o que for necessário cortar, repouse garfo e faca após cortar os pedaços.
Faça três respirações conscientes e pegue a primeira garfada, antes de colocar na boca olhe, cheire, passe um pouco nos lábios para sentir a temperatura, percebendo todos os impulsos no estômago, pensamentos que surgirem, emoções, percebendo e permanecendo presente para a experiência.
Com o alimento dentro da boca, ainda sem mastigar, gentilmente, repouse as mãos no colo permitindo que um relaxamento inato surja.
Mastigue uma vez, e depois mais uma bem devagar, percebendo mudanças na textura, sabor e os impulsos de engolir que podem surgir. E somente engula quando não existir nada mais para mastigar.
Faça novamente, e novamente. Abrindo-se para a gama de fenômenos que podem surgir na experiência.
No fim da sua refeição perceba como sente seu estômago. E como se sente num todo, isso pode ser feito com qualquer alimento, desde uma fruta, até um vegetal, até aquele hambúrguer delicioso do fim de semana.
Pelo paladar temos a oportunidade de nos conectar com nós mesmos, com nosso corpo e com o alimento que estamos saboreando, simplesmente e naturalmente.
Nossa sociedade está tão obcecada com o comer correto que nós as vezes comemos coisas que nem gostamos. Porém, a satisfação não vem apenas da plenitude, mas de apreciar o sabor dos alimentos - sem culpa.
Sentindo-se culpado por comer certos alimentos você pode acabar comendo demais outros. Aprecie a ocasião. Apreciar o ambiente, a companhia, ou simplesmente o fato de que você está dando a si mesmo a oportunidade de sentar e desfrutar da sua refeição.
Apreciar o aroma e o aspecto de seu alimento. Observe as cores, texturas e cheiros da comida e imaginar qual o sabor que ele terá. Coma o que você gosta e não o que está na "moda".
Esteja certo, seu corpo sabe o que lhe faz bem. Cada pessoas tem uma fisiologia diferente, um metabolismo diferente. O ato de alimentar-se deve ser um exercício de prazer sensorial. Se a cada garfada ou mordida, você se enche de culpa, você está simplesmente tornando a refeição um martírio.
Empurre seu prato para a frente ou levante-se da mesa assim que você se sentir satisfeito. O desejo de continuar comendo vai passar rapidamente. Tenha em mente que você vai comer de novo quando você está com fome.
Especialistas sugerem começar gradualmente com uma alimentação consciente: comer uma refeição por dia ou por semana de forma mais lenta, mais atentamente.
O mindful eating (comer consciente) vem sendo muito pesquisado numa tentativa de resgatar os sinais básicos do nosso corpo, trazendo consciência e atenção ao ato INDIVIDUAL de comer e aos sinais diários que o corpo nos manda e nós ignoramos.
Dessa maneira você começa a se reconectar com as suas necessidades e não ao que os outros te impõe, melhora muito sua relação com a comida e com seu corpo e têm mostrado eficácia na diminuição da compulsão alimentar e de outros transtornos alimentares.
Fonte:http://www.esmeraldazul.com/pt/sugestoes/livros-mindful-eating/
http://www.cozinhaconsciente.com.br/mindful-eating-comer-consciente/
http://gentabrasil.blogspot.com.br/2012/08/mindful-eating-comer-consciente.html
http://nutrieconsult.blogspot.com.br/2012/06/mindful-eating-comendo-com-consciencia.html
http://muitoalem2013.blogspot.pt/2016/01/mindful-eating-comer-consc...
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