Maturidade
Rudolf Steiner denomina esta fase de “fase de maturação terrestre”, não simplesmente de maturação sexual, pois esta parte é apenas um lado da puberdade. A puberdade representa um limiar; até então, o ser humano era muito mais cósmico e espontaneamente ligado à natureza. Agora ele se liga profundamente a terra e a gravidade da terra começa a tomar conta do seu corpo; ele se torna um “cidadão terreno”, capaz de atuar na sociedade, na Terra, e de viver o seu destino.
Rudolf Steiner denomina esta fase de “fase de maturação terrestre”, não simplesmente de maturação sexual, pois esta parte é apenas um lado da puberdade. A puberdade representa um limiar; até então, o ser humano era muito mais cósmico e espontaneamente ligado à natureza. Agora ele se liga profundamente a terra e a gravidade da terra começa a tomar conta do seu corpo; ele se torna um “cidadão terreno”, capaz de atuar na sociedade, na Terra, e de viver o seu destino.
Gudrun Burkhard
As modificações corpóreas são intensas e profundas nessa época,
especialmente devido ao crescimento dos membros e à maturação sexual, que são
acompanhadas pelo desenvolvimento anímico, dando muitas vezes aquele aspecto
desengonçado, desajeitado, que se observa nesta época.
Rudolf Steiner denomina esta fase de “fase de maturação terrestre”, não
simplesmente de maturação sexual, pois esta parte é apenas um lado da
puberdade. A puberdade representa um limiar; até então, o ser humano era muito
mais cósmico e espontaneamente ligado à natureza. Agora ele se liga
profundamente a terra e a gravidade da terra começa a tomar conta do seu corpo;
ele se torna um “cidadão terreno”, capaz de atuar na sociedade, na Terra, e de
viver o seu destino. Muitos jovens recuam inconscientemente diante dessa
responsabilidade. O numero de suicídios entre 12 e 14 anos é muito grande.
Outros fogem para as drogas, querendo voltar para aquela situação paradisíaca
em que “eu e o mundo” somos um só. Outros ainda tentam não se alimentar,
especialmente meninas, para manter a forma de criança. Além dessas, muitas
outras formas de fuga se manifestam.
Juntamente com essa descida para a Terra e para dentro de si, vem também
uma sensação de grande isolamento, de incompreensão, e a síntese com o mundo
tem de ser reconquistada de dentro para fora. Com a puberdade, há um vislumbre
da imagem ideal do ser humano. Cada um traz dentro de si essa imagem
arquetípica ideal do ser humano; e é na época da puberdade que ela é sentida de
maneira mais pura, tornando-se a partir daí a força propulsora do
desenvolvimento. O jovem se encontra numa tensão enorme. De um lado ele tem
dentro de si essa imagem ideal, do outro lado, através da maturação sexual, há
uma solicitação dos seus instintos. É essa tensão que o torna tão difícil. O
jovem procura este ideal em si, mas também dentro dosoutros. Daí a atitude
crítica em relação a todos; o jovem se revolta, tornando se um revolucionário,
ou então se apóia em grupos anulando sua personalidade. Não encontrando um
ideal ou um ídolo digno de ser seguido, idolatra qualquer ídolo que encontre ao
seu redor, tais como artistas de televisão ou ases esportivos que podem tomar
uma dimensão exagerada. A leitura de biografias famosas pode contribuir para
que um ídolo seja encontrado.
Nessa fase, onde agora o pensar lógico deverá ser desenvolvido,
especialmente através da ciência, vale a frase: “O mundo é verdadeiro”. Só
consegue transmitir a verdade do mundo ao jovem aquele que é autêntico e
verdadeiro e que acredita no que está ensinando. Nessa época não são mais os
pais nem os professores, mas os amigos e especialmente amigos mais velhos (que
naturalmente também podem ser encontrados entre os professores) que desempenham
um papel importante. É nessa fase que se dá a formação ideológica do jovem.Com
os amigos mais velhos o jovem tem o apoio e compreensão que o fazem sair do
isolamento.
Também aqui três fases podem ser observadas: de 14 a 16, de 16 a 18 e de
18 a 21 anos. A primeira fase é mais voltada para os fenômenos e mudanças
corporais, onde a “organização do pensamento”, o interesse pela ciência e pela
técnica ajuda a própria organização. Na fase dos 16 aos 18, muitos jovens
passam por um período de religiosidade intensa, alguns até querendo tornar-se
padres, freiras ou celibatários. Nessa fase nascem muitas poesias e dramas. A
fase dos 18 aos 21 anos já é mais voltada para a profissão, portanto, para o
encontro do jovem com a sociedade. Uma grande válvula de escape e companheiros
de solidão são os diários que surgem nessa fase.
A personalidade que se forma tem cada vez mais consciência de si mesma e
se questiona: “Quem sou eu?” “Que aptidões e talentos trago que poderão ser
desenvolvidos?”. Muitos jovens necessitam de tempo e de várias experiências
para encontrar resposta a estas perguntas. Para outros a resposta se torna clara
por voltados dezoito anos e meio, quando o “eu” se interioriza ainda mais,
atingindo agora a esfera da ação, época da “realização do eu”.
Como se pode manter a ligação entre pais e filhos nessa idade? Também
agora o pai ou a mãe podem se tornar o amigo, a amiga. Argumentos autoritários
só despertam rebelião. O diálogo de igual para igual torna-se necessário, mas
como não há ainda a maturidade total dos 21 anos, a “liberdade” que os jovens
exigem nessa fase deve entrar gradativamente e ser balanceada pela
“responsabilidade”.
A DIFERENCIAÇÃO SEXUAL
A partir da pré-puberdade, a diferenciação sexual torna-se cada vez mais
visível. A mulher amadurece mais rapidamente que o homem; a forma do seu corpo
denota também as qualidades da alma feminina: mais redonda, mais cósmica, mais
espiritual, menos profundamente ligada à terra. (A tonalidade de voz é mais
alta, ossos mais leves, hemoglobina do sangue em porcentagem menor, útero e
órgãos de reprodução retraídos para dentro do corpo.)
O homem tem seu corpo mais anguloso, ossos pesados, mais terrestre,
cérebro mais pesado, hemoglobina em porcentagem mais elevada (portanto
quantidade de ferro maior), pensamento mais racional, voltado para a luta,
defesa, para a ação. Órgãos sexuais mais baixos e expostos. Os órgãos sexuais
têm os elementos masculino e feminino ao mesmo tempo, uma parte se desenvolve,
outra regride, dando a diferenciação sexual. Também a nível anímico, tanto o
homem como a mulher tem dentro de si a parte feminina da alma (que Jung
denomina de “anima”) e a parte masculina (“animus”). De acordo com a
intensidade do animus, o homem ou a mulher podem ser mais ou menos masculinos.
Se predominar a anima, o homem ou a mulher podem ser mais ou menos femininos.
Na fase dos 14 aos 21 anos começa a busca da complementação da alma cada
Adão busca sua Eva, cada Eva o seu Adão – primeiro em nível de complementação
e, à medida que há o amadurecimento psicológico no decorrer dos três setênios
seguintes (21 a 42), haverá a integração dessas partes dentro de cada um.
Poderíamos dizer que durante a vida passamos por três fases do amor. A
primeira é mais sexual. Na puberdade mais voltada para o próprio sexo para
depois despertar para o sexo oposto. A segunda fase seria ado amor “erótico” ao
nível do afeto. É uma busca que se passa mais ao nível anímico. A terceira
fase, finalmente, é a do amor verdadeiro – de amar a individualidade do outro
como ela é e não como eu gostaria que fosse. Amadurecer nesse sentido seria
ajudar o desenvolvimento da individualidade do outro. Colocado assim, parece
meio esquemático. Naturalmente, muito depende do indivíduo, podendo os três
elementos aparecer concomitantemente.
Entre os 14 e 21 anos estas três etapas do amor se esboçam pela primeira
vez: sexual, erótico-afetivo(companheirismo) e amor verdadeiro (espiritual),
destituído de egoísmo. Reencontramos essas três fases cada uma predominante nas
fases seguintes, respectivamente dos 21 aos 28, dos 28 aos 35 e dos 35 aos 42
anos.
AOS 21 ANOS – UMA CRISE DE
IDENTIDADE
Com o fim do terceiro setênio, atingimos a maturidade ou maioridade.
Em torno do 21º ano de vida, para muitos jovens ocorrem crises violentas
relativas à própria identidade. Muitos jovens têm de se libertar da imagem
forte do pai, para conseguirem ser eles mesmos. O mesmo se dá com a filha
quanto à influencia da mãe. Verdadeiros dramas acontecem em relação a isso.
Muitos jovens só conseguem esta libertação da casa paterna ou materna, saindo
de casa, mudando de lugar ou “quebrando” estas imagens com violência. São
comuns os sonhos de morte dos pais. Só após terem encontrado a sua identidade,
têm a possibilidade de voltar para casa como adultos e iniciar uma nova forma
de relacionamento. Muito depende dos pais, se estes agora conseguem enxergar o
adulto na criança e ter uma relação de igual para igual, base para um bom
relacionamento.
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