A
FASE DA ALMA RACIONAL E AFETIVA
Dra. Gudrun Burkhard
A pergunta básica nesta fase é: qual a ordem do mundo e como organizar a
si mesmo? A experiência é interiorizada, aos poucos vou sentindo o que é aplicável
do aprendido, ou o que não é; como o ambiente me responde ou me aceita, ou se
reage contra mim e minhas atitudes. A experiência interna vai crescendo,
elaboramos esquemas de trabalho, de organização e até de vida. Planejamos e
executamos. Desenvolvemos maior responsabilidade e seriedade no cumprimento do
dever. Começamos a liderar cada vez melhor.
Nesta fase, existe a maior rentabilidade no trabalho. Trabalhamos muitas
horas sem cansar, rendemos o máximo. Estamos psiquicamente e fisicamente no equilíbrio
de nossas forças. a bem-estar nos apóia.
O homem nessa fase se ocupa com carreira, promoção, prestígio, não só na
própria organização, mas na sociedade (clubes, sociedades filantrópicas, etc.).
A mulher, quando casada, está mais envolvida com a organização do lar, tarefas
dos filhos, etc., e conquista a posição social ao lado do homem. Cada um vai se
integrando mais em si mesmo, e se não há um bom diálogo e o desenvolvimento de
um companheirismo, o perigo da dissociação de interesses nesta fase é muito
grande. Ao nível de relacionamento poderemos desenvolver um verdadeiro
companheirismo
A desafio para o desenvolvimento nesta fase é a atitude positiva em
relação ao outro, tolerância, refreamento de sua opinião: a opinião do outro
também pode ser certa. Escutar, ouvir, não só falar, mas criar o espaço para
diálogos. A couraça das normas, colocada no segundo setênio, tem que ser
reavaliada. Quais as normas que me servem? Quais as que me impedem de atuar
como ser humano livre?
Para o homem, a tarefa principal será de integrar afeto e sentimento na
sua alma, pois estes foram muitas vezes totalmente abafados na infância:
“Menino não chora”. Para a mulher a tarefa principal é de desenvolver, ao lado
de sua índole e afeto que o ser mãe e mulher já proporcionam, também a parte
racional, raciocínio lógico, para a devida compreensão do homem. Desenvolver a
força do pensar.
O perigo nesta fase é de que a vida se torne uma rotina (tudo está
organizado até o fim da vida!), o perigo de se impor demais (“só eu tenho
razão”), portanto de se tornar impositor, orgulhoso e criticar todos os outros.
Para o homem há o perigo de se tornar um estranho para a família; para a mulher
de se envolver demais com a casa e com os filhos. Só o diálogo sobre as várias
tarefas e um companheirismo verdadeiro ajudam a integração familiar.
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