terça-feira, 18 de setembro de 2012

Exercitando a auto-observação


O método mais indicado para o conhecimento dos eus, das partes que compõem nosso ser é a auto-observação. Conhecer as divisões e funções do nosso sistema e estar atento para perceber os eus atuando.
Alguns autores e teóricos dizem que o homem é uma máquina.
Somente para facilitar a compreensão, vamos partir desse conceito. Imaginemos que o homem é uma máquina, como muitos asseguram ser. Desse modo podemos dividi-lo em partes. Isso facilita a compreensão.

Este sistema de estudo divide o homem em cinco partes:
a) Intelectual – se alimenta de energia mental e é responsável pelo pensar, avaliar,
inventar, comparar, conceituar, planejar, processar as idéias e pensamentos...
b) Emocional – se alimenta de energia emocional e sentimental Através dele manifestamos as
emoções e sentimentos como amor, ódio, medo, culpa, raiva, apego, alegria....
c) Instinto – se alimenta da energia instintiva e é responsável por inúmeras funções inatas,
que não dependem do nosso controle como respiração, digestão e outras do organismo; os
sentidos físicos e as sensações de temperatura, frio e calor, instinto de conservação e
preservação....
d) Motor – se alimenta da energia matriz, responsável por funções não inatas, mas aprendidas
como andar, escrever e outras funções mecânicas
e) Sexual - se alimenta da energia sexual e atua nas atividades relacionadas com o sexo
como o prazer e a procriação.

Se partir desses conceitos, a observação de si mesmo vai se tornar muito mais fácil. E de repente você pode parar e se perguntar: O que está ocorrendo agora em mim? Qual função está sendo ativada? Começa a perceber sinais e compreender todo movimento interno. “Isto é função intelectual, isto é função motora, isto é função emocional”...
Desta maneira pode saber qual emoção está relacionada a determinado pensamento, percebe detalhes interessantes, sejam positivos ou negativos; construtivos ou não. Até poder concluir que na verdade, passamos o dia adormecidos mesmo quando em vigília, permitindo que o ego atue em nós sem nos dar conta, quase todo tempo autômatos e inconscientes de nós mesmos. É desta maneira que, naturalmente, somos vítimas das circunstâncias, como já disse anteriormente,
Esta é a maior dificuldade encontrada para entrar em estado de concentração., a falta de consciência e de vontade dirigida. Veja: você quer algo, mas logo se distrai, dispersa a atenção e esquece a vontade. Nesse momento é que o conjunto de eus começa a atuar em nós. De que forma? Sentindo, gostando, querendo, levando-nos a fazer coisas que juramos jamais fazer...Estamos tão distraídos que nem percebemos!
Por isto digo que não dá mais para ignorar a hora da mudança. Vamos começar a exercitar a auto-observação, o trabalho sobre si mesmo. Dedicar atenção ao nosso mundo interior e perceber quando estamos dormindo e quando estamos acordados. Realmente acordados! Não confundir este “estar acordado” .
Posso estar lendo, conversando ou caminhando, mas distante, disperso, como que adormecido. Diferente de estar acordado, atento, estar presente no aqui e agora. Há uma grande diferença. Essa é a diferença que faz a diferença.
É com a prática da observação de si mesmo que alcançamos este estado de consciência de si, de estar presente no aqui e agora. Só assim podemos atingir o que chamamos de consciência objetiva, um estado ainda inacessível para a maioria dos homens. Quando nos observamos tentando estar conscientes de nós, podemos ter a sensação de estar aqui (lendo, escrevendo, cozinhando) , mas isto ainda não é a consciência de si. Este estado é atingido com o tempo, determinação e muito esforço para vencer as dificuldades que são muitas. A maior de todas é, sem dúvida, a dispersão de atenção que os nossos eus nos impõem para se tornar donos do pedaço. Para alcançar o equilíbrio tão necessário para o desenvolvimento que buscamos, faz-se necessário antes de qualquer coisa, corrigir as diversas funções da máquina humana. Este é caminho mais fácil e direto para a consciência do si.

MCA

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