Quantas vezes ao dia nos pegamos querendo e não querendo, vivendo conflitos internos? Repetimos dezenas de vezes: eu quero, eu não quero, eu faço, eu não faço, eu gosto, eu não gosto, desejo, eu.... eu...eu.... A que eu nós estamos nos referindo? Quantos eus vivem em nós? É isto mesmo. É um grande erro julgar que somos apenas um “eu”. Pense bem a respeito disto!
Calma! Reconheço que é estranho o que lhe digo. Também eu me assustei quando deparei pela primeira vez com este conceito: há dentro do homem muitos eus, muitas partes do mim mesmo que pensam, sentem, desejam e tudo mais que acontece em mim. Mas, pensando bem, tem lógica. Só assim se explicam tantos conflitos internos. Afinal eu quero algo e no momento seguinte já não quero, eu penso agora de determinada maneira e daqui a alguns minutos, de outra totalmente diferente. Levando em consideração, a coerência e o bom senso que permeiam minhas atitudes e comportamentos, como explicar essas mudanças de opinião e os conflitos que geram?
Parece-me bastante razoável sugerir que você experimente parar por instantes e refletir sobre o que estou dizendo. Pensar sobre a possibilidade da existência em nós de, não apenas um eu, mas muitos eus que sentem e pensam diferente entre si sabendo que levaria alguma luz à questão. Aceitar novas verdades também é questão de humildade. Afinal não sabemos tudo. Melhor dizendo, sabemos muito pouco. Esse pensar crítico faz parte do processo de mudança.
Se nos permitimos estar abertos a idéias novas, mesmo que para contestá-las, vamos rompendo as amarras que nos prenderam durante tanto tempo e libertando nossa mente das verdades alheias e de conceitos arcaicos que nos ensinaram como únicos verdadeiros e, quem sabe criamos espaço para o novo entrar, ainda que, como disse, seja para contestar. Vamos lá, experiencie, neste momento, se permitir uma abertura mental, - apenas o suficiente, não mais que isso, - para ouvir e ver o que a vida tem para lhe dizer.
Dizia acima que somos mais que um “eu”. Não somos unidade, somos pluralidade, na verdade centenas de eus ou partes de nós sem qualquer comando ou liderança. Essa pluralidade de eus como já foi dito, explica a grande confusão de idéias e sentimentos que nos perturbam tantas vezes, gerando aqueles nossos conhecidos conflitos entre o “quero fazer, não quero fazer”, “quero ir, quero ficar”, e tantas situações de dúvida e indecisão. Na verdade cada eu quer uma coisa sem se importar com o desejo do outro eu. Reconheço que tudo isto pode parecer uma grande loucura, mas por outro lado ajuda a entender tantas das nossas incoerências. Algum tempo atrás pensei da mesma maneira, “isto é uma grande loucura”.
Parabéns para você, se está questionando a credibilidade do que está lendo É o melhor a fazer quando ouvimos algo estranho ao nosso conhecimento. Você está demonstrando sabedoria. Não podemos aceitar tudo que dizem ou está escrito nos livros. Só não vale fechar as portas a novas aprendizagens, negando-se radicalmente a oportunidade de ouvir e se renovar. Afinal você tem muito pouco a perder e talvez algo precioso a ganhar.
MCA
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