quinta-feira, 9 de março de 2017

Da lagarta à borboleta 3

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Na natureza não existe imortalidade pessoal, individual, mas existe imortalidade racial. Todos os seres infra-humanos se imortalizam na espécie e não no individuo. Para poder ocorrer a imortalização da espécie se faz necessário a união dos sexos. Na humanidade ocorrer um processo diferente, pois o próprio individuo pode imortalizar-se. Isto é um privilégio da raça humana.

O homem não pode se imortalizar no estado de lagarta, no estado ego. O ego tem que desaparecer para que o homem possa chegar até as alturas do Eu, que é o estágio da borboleta. Se a pessoa não chega a plena consciência do seu Eu, da sua Alma, do seu Espírito, não tem como se imortalizar.

Pode ser que muitos aqui na terra não cheguem a consciência do Eu, mas podem se imortalizar mais tarde, por que a vida da evolução não termina neste espaço-tempo. Nossa individualidade humana continua mesmo depois da morte física do nosso corpo. Depois, continua a possibilidade de imortalização. Ninguém sabe quanto tempo temos para nos imortalizarmos. Talvez milhares de anos… O nosso ciclo evolutivo ninguém pode saber. O certo é que não está restrito ao curto espaço desta vida terrestre. Como dizia um dos maiores mestres: “Na casa de meu Pai celeste há muitas moradas…” Há muitos mundos… Há muitos estágios de existência!

Talvez a terra seja o primeiro estágio da nossa evolução. A gente vive comendo, comendo, comendo como se fossemos lagartas. Provavelmente, em outros mundos, seja diferente, não tendo um corpo físico como a lagarta, talvez um corpo astral, talvez um corpo etérico, talvez um corpo de uma substância muito mais refinada do que esta grosseira matéria da qual vivemos diariamente.

Pela meditação, nós podemos acelerar nosso processo de evolução. Esta é a grande novidade para nós. Não devemos pensar que necessitamos de milhares de anos para chegarmos a ser borboletas, isto é, uma entidade espiritual. Isto não é verdade! Se alguém colocar bastante esforço na sua concentração, na sua meditação ele pode abreviar a sua própria evolução rumo a espiritualidade definitiva. Isto não depende de uma ação do tempo externo – isto depende de uma ação interna por parte do individuo, uma ação voltada para a conscientização da sua realidade espiritual: Eu e o Pai somos um – o Pai está em mim e eu estou no Pai.

E alguém se conscientizar disto, com toda a sua intensidade, se focalizar a sua consciência na sua realidade espiritual, é certo que ele pode abreviar o tempo da sua evolução. Pode chegar a ser borboleta muito antes dos outros, não precisando passar por tantos anos de sofrimento através do qual tem que passar as lagartas antes de se tornarem borboletas. A borboleta vive na espiritualidade do solo do ar. Não sofre com a horizontalidade imposta à lagarta.

Podemos nos verticalizar ao invés de nos horizontalizar. Horizontal é para o ego – vertical é para o Eu. Podemos reduzir a nossa horizontalidade de lagarta e passar para a vertical da borboleta, o que torna a nossa evolução muito mais rápida.

Todos os grandes mestres da humanidade insistem fortemente na necessidade do egocidio. “Se o grão de trigo não morrer, ficará estéril, se morrer, produzirá muitos frutos”- Jesus. “Eu morro todos os dias e é por isso que eu vivo, não sou eu quem vivo é o Cristo que vive em mim” – Paulo de Tarso.

Quando a nossa lagarta ego morre para a sua vida ego e entra na realidade mística do seu eu, esse é o primeiro estágio da evolução espiritual. A lagarta morreu para dentro da crisálida, mas ela não morreu para dentro da morte, senão não teria surgido a borboleta. Ela morreu como lagarta e não como vida. A vida da lagarta foi transferida para a crisálida. Aqui não há morte, apenas a vida está em outro estado. Deixa da vida extrovertida, para uma vida introvertida.


cont. .....

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