Na natureza não existe imortalidade pessoal, individual,
mas existe imortalidade racial. Todos os seres infra-humanos se imortalizam na
espécie e não no individuo. Para poder ocorrer a imortalização da espécie se
faz necessário a união dos sexos. Na humanidade ocorrer um processo diferente,
pois o próprio individuo pode imortalizar-se. Isto é um privilégio da raça
humana.
O homem não pode se imortalizar no estado de lagarta, no
estado ego. O ego tem que desaparecer para que o homem possa chegar até as
alturas do Eu, que é o estágio da borboleta. Se a pessoa não chega a plena
consciência do seu Eu, da sua Alma, do seu Espírito, não tem como se
imortalizar.
Pode ser que muitos aqui na terra não cheguem a
consciência do Eu, mas podem se imortalizar mais tarde, por que a vida da
evolução não termina neste espaço-tempo. Nossa individualidade humana continua
mesmo depois da morte física do nosso corpo. Depois, continua a possibilidade
de imortalização. Ninguém sabe quanto tempo temos para nos imortalizarmos.
Talvez milhares de anos… O nosso ciclo evolutivo ninguém pode saber. O certo é
que não está restrito ao curto espaço desta vida terrestre. Como dizia um dos
maiores mestres: “Na casa de meu Pai celeste há muitas moradas…” Há muitos mundos…
Há muitos estágios de existência!
Talvez a terra seja o primeiro estágio da nossa evolução.
A gente vive comendo, comendo, comendo como se fossemos lagartas.
Provavelmente, em outros mundos, seja diferente, não tendo um corpo físico como
a lagarta, talvez um corpo astral, talvez um corpo etérico, talvez um corpo de
uma substância muito mais refinada do que esta grosseira matéria da qual
vivemos diariamente.
Pela meditação, nós podemos acelerar nosso processo de
evolução. Esta é a grande novidade para nós. Não devemos pensar que
necessitamos de milhares de anos para chegarmos a ser borboletas, isto é, uma
entidade espiritual. Isto não é verdade! Se alguém colocar bastante esforço na
sua concentração, na sua meditação ele pode abreviar a sua própria evolução
rumo a espiritualidade definitiva. Isto não depende de uma ação do tempo
externo – isto depende de uma ação interna por parte do individuo, uma ação
voltada para a conscientização da sua realidade espiritual: Eu e o Pai somos um
– o Pai está em mim e eu estou no Pai.
E alguém se conscientizar disto, com toda a sua
intensidade, se focalizar a sua consciência na sua realidade espiritual, é
certo que ele pode abreviar o tempo da sua evolução. Pode chegar a ser
borboleta muito antes dos outros, não precisando passar por tantos anos de
sofrimento através do qual tem que passar as lagartas antes de se tornarem
borboletas. A borboleta vive na espiritualidade do solo do ar. Não sofre com a
horizontalidade imposta à lagarta.
Podemos nos verticalizar ao invés de nos horizontalizar.
Horizontal é para o ego – vertical é para o Eu. Podemos reduzir a nossa
horizontalidade de lagarta e passar para a vertical da borboleta, o que torna a
nossa evolução muito mais rápida.
Todos os grandes mestres da humanidade insistem
fortemente na necessidade do egocidio. “Se o grão de trigo não morrer, ficará
estéril, se morrer, produzirá muitos frutos”- Jesus. “Eu morro todos os dias e
é por isso que eu vivo, não sou eu quem vivo é o Cristo que vive em mim” –
Paulo de Tarso.
Quando a nossa lagarta ego morre para a sua vida ego e
entra na realidade mística do seu eu, esse é o primeiro estágio da evolução
espiritual. A lagarta morreu para dentro da crisálida, mas ela não morreu para
dentro da morte, senão não teria surgido a borboleta. Ela morreu como lagarta e
não como vida. A vida da lagarta foi transferida para a crisálida. Aqui não há
morte, apenas a vida está em outro estado. Deixa da vida extrovertida, para uma
vida introvertida.
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