“E todo conhecimento é vão; exceto quando há trabalho; e todo trabalho é vazio; exceto quando há amor; e quando vocês trabalham com amor vocês se unem a si próprios, e uns aos outros, e a Deus.”
Vocês trabalham para manter-se em contato com o ritmo da terra e a alma da terra.
Porque ser preguiçoso é estar afastado das quatro estações e separar-se da marcha da vida, que avança com orgulhosa submissão, majestosamente, no rumo do infinito.
Quando vocês trabalham, são como uma flauta através de cujo interior o murmúrio das horas é transformado em música.
Vocês sempre ouviram dizer que o trabalho é uma maldição, e o esforço, uma infelicidade.
Mas eu digo que quando trabalham vocês cumprem uma parte do sonho mais elevado da terra, destinada a vocês quando aquele sonho nasceu.
E, sustentando-se graças ao esforço, vocês estão, na verdade, amando a vida.
E amar a vida através do trabalho é estar interiormente ligado ao mais íntimo dos segredos da terra.
E eu digo que a vida é, de fato, escuridão, exceto quando há um impulso, e que todo impulso é cego; exceto quando há conhecimento.
E o que é trabalhar com amor?
É fazer o tecido a partir de fios que saem do seu coração, como se a pessoa que vocês mais amam fosse usar aquela roupa.
É construir cada casa com afeto, como se o ser amado fosse viver ali.
É plantar sementes com ternura, e fazer a colheita com alegria, como se a pessoa mais amada fosse comer os frutos.
É colocar em todas as coisas que vocês produzem o alento do seu próprio espírito.
O trabalho é amor feito visível.
E se vocês não puderem trabalhar com amor, mas somente com desgosto, será melhor que abandonem seu trabalho e se sentem à porta do templo, e que peçam esmolas daqueles que trabalham com um sentimento de felicidade.
Khalil Gibran
Biblioteca de Antrosofia
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