quarta-feira, 15 de março de 2017

O Trabalho e o Amor

“E todo conhecimento é vão; exceto quando há trabalho; e todo trabalho é vazio; exceto quando há amor; e quando vocês trabalham com amor vocês se unem a si próprios, e uns aos outros, e a Deus.”

Vocês trabalham para manter-se em contato com o ritmo da terra e a alma da terra.

Porque ser preguiçoso é estar afastado das quatro estações e separar-se da marcha da vida, que avança com orgulhosa submissão, majestosamente, no rumo do infinito.

Quando vocês trabalham, são como uma flauta através de cujo interior o murmúrio das horas é transformado em música.

Vocês sempre ouviram dizer que o trabalho é uma maldição, e o esforço, uma infelicidade.

Mas eu digo que quando trabalham vocês cumprem uma parte do sonho mais elevado da terra, destinada a vocês quando aquele sonho nasceu.

E, sustentando-se graças ao esforço, vocês estão, na verdade, amando a vida.

E amar a vida através do trabalho é estar interiormente ligado ao mais íntimo dos segredos da terra.

E eu digo que a vida é, de fato, escuridão, exceto quando há um impulso, e que todo impulso é cego; exceto quando há conhecimento.

E o que é trabalhar com amor?

É fazer o tecido a partir de fios que saem do seu coração, como se a pessoa que vocês mais amam fosse usar aquela roupa.

É construir cada casa com afeto, como se o ser amado fosse viver ali.

É plantar sementes com ternura, e fazer a colheita com alegria, como se a pessoa mais amada fosse comer os frutos.

É colocar em todas as coisas que vocês produzem o alento do seu próprio espírito.

O trabalho é amor feito visível.

E se vocês não puderem trabalhar com amor, mas somente com desgosto, será melhor que abandonem seu trabalho e se sentem à porta do templo, e que peçam esmolas daqueles que trabalham com um sentimento de felicidade.

Khalil Gibran


Biblioteca de Antrosofia

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