Almir Sater revela que a música Tocando em Frente foi psicografada
Todo mundo ama um dia todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz.
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso à chuva para florir.
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
de ser feliz.
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
(Tocando em frente – Almir Sater)
A magia desta letra parece ser algo que encanta pela leveza da poesia, muito mais pelas paisagens descritas de forma simbólica, tais como o andar devagar, diante da pressa que nos consome, contrastando com as paisagens do rosto em forma de sorriso e lágrima, talvez porque, o sofrimento e a dor nos ensinam a ser fortes em meio à fraqueza.
Gosto do sabor das manhãs do amor que pulsa forte, do sorriso largo, da chuva a cair no telhado.
Certamente cada um de nós, tem uma sina, um caminhar, à semelhança da boiada que segue seu rumo, seguimos na estrada da vida, como andantes, viajantes, nômades personagens em busca de uma estrada que nos indique o caminho a seguir.
Somos estrada, caminho, como os dias que nascem, sejam eles ensolarados ou não, imersos em vestes de nuvens fechadas, carregadas de uma escuridão tamanha a destilar sobre a terra o hálito frio da chuva, assim somos, como as estações da vida, feitos de tempo, de idades, de cronometrias visíveis e invisíveis, de estações… Sabemos que o tempo é a argila da vida. Somos modelados e lavrados, instante a instante, pelos instrumentos do tempo.
A vida está cheia de tempos. Não é a quantidade de tempo o mais determinante. Importa entender o que fazemos do tempo e investir aí a matéria dos nossos sonhos.
A vida cumpre o ofício de florescer ao seu tempo. O que hoje está revestido de cores precisou passar pelo silêncio das sombras.
A vida não é por acaso. Ela é fruto do processo que a encaminha sem pressa e sem atropelos a um destino que não finda, porque é ciclo que a faz continuar em insondáveis movimentos de vida e morte.
O florido sobre a terra não é acontecimento sem precedências. Antes da flor, a morte da semente, o suspiro dissonante de quem se desprende do que é para ser revestido de outras grandezas.
Há um tempo para partir, mesmo quando não há um lugar certo para ir. Tudo tem no tempo uma chave indispensável. Também nós somos modelados e lavrados, instante a instante, pelos instrumentos do tempo.
Somos por vezes de um modo tão delicado que nem sentimos como ele, irreversível, desliza dentro e fora de nós. Por vezes, atormentando-nos claramente a sua voracidade, sentindo-nos perdidos na sua obsedante vertigem.
Há em nossos dias uma infinidade de cenas que podemos reconhecer a partir da mística dos outonos e das primaveras.
O que hoje vejo e reconheço belo é apenas uma parte do processo. O que eu não pude ver é o que sustenta a beleza. Também nós cumprimos em nossa carne humana os mesmos destinos.
Destino de morrer em pequenas partes, mediante sacrifícios que nos faz abraçar o silêncio das sombras.
Destino de florescer costurados em cores, alçados por alegrias que nos caem do céu, quando menos esperadas, anunciando que depois de outonos, a vida sempre nos reserva primaveras... Floresçamos. (Fábio de Melo)
Pio Barbosa Neto
Professor, escritor, poeta, roteirista.
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz.
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso à chuva para florir.
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
de ser feliz.
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
(Tocando em frente – Almir Sater)
A magia desta letra parece ser algo que encanta pela leveza da poesia, muito mais pelas paisagens descritas de forma simbólica, tais como o andar devagar, diante da pressa que nos consome, contrastando com as paisagens do rosto em forma de sorriso e lágrima, talvez porque, o sofrimento e a dor nos ensinam a ser fortes em meio à fraqueza.
Gosto do sabor das manhãs do amor que pulsa forte, do sorriso largo, da chuva a cair no telhado.
Certamente cada um de nós, tem uma sina, um caminhar, à semelhança da boiada que segue seu rumo, seguimos na estrada da vida, como andantes, viajantes, nômades personagens em busca de uma estrada que nos indique o caminho a seguir.
Somos estrada, caminho, como os dias que nascem, sejam eles ensolarados ou não, imersos em vestes de nuvens fechadas, carregadas de uma escuridão tamanha a destilar sobre a terra o hálito frio da chuva, assim somos, como as estações da vida, feitos de tempo, de idades, de cronometrias visíveis e invisíveis, de estações… Sabemos que o tempo é a argila da vida. Somos modelados e lavrados, instante a instante, pelos instrumentos do tempo.
A vida está cheia de tempos. Não é a quantidade de tempo o mais determinante. Importa entender o que fazemos do tempo e investir aí a matéria dos nossos sonhos.
A vida cumpre o ofício de florescer ao seu tempo. O que hoje está revestido de cores precisou passar pelo silêncio das sombras.
A vida não é por acaso. Ela é fruto do processo que a encaminha sem pressa e sem atropelos a um destino que não finda, porque é ciclo que a faz continuar em insondáveis movimentos de vida e morte.
O florido sobre a terra não é acontecimento sem precedências. Antes da flor, a morte da semente, o suspiro dissonante de quem se desprende do que é para ser revestido de outras grandezas.
Há um tempo para partir, mesmo quando não há um lugar certo para ir. Tudo tem no tempo uma chave indispensável. Também nós somos modelados e lavrados, instante a instante, pelos instrumentos do tempo.
Somos por vezes de um modo tão delicado que nem sentimos como ele, irreversível, desliza dentro e fora de nós. Por vezes, atormentando-nos claramente a sua voracidade, sentindo-nos perdidos na sua obsedante vertigem.
Há em nossos dias uma infinidade de cenas que podemos reconhecer a partir da mística dos outonos e das primaveras.
O que hoje vejo e reconheço belo é apenas uma parte do processo. O que eu não pude ver é o que sustenta a beleza. Também nós cumprimos em nossa carne humana os mesmos destinos.
Destino de morrer em pequenas partes, mediante sacrifícios que nos faz abraçar o silêncio das sombras.
Destino de florescer costurados em cores, alçados por alegrias que nos caem do céu, quando menos esperadas, anunciando que depois de outonos, a vida sempre nos reserva primaveras... Floresçamos. (Fábio de Melo)
Pio Barbosa Neto
Professor, escritor, poeta, roteirista.
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