quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Aromaterapia

                                             Entrevista Professor Fabian Lazlo

A aromaterapia é uma prática milenar. Como a ciência trabalha hoje com essências para curar doenças?

O termo Aromaterapia foi criado em 1928 por René-Maurice Gattefossé através de um texto escrito para uma revista. De lá para cá, o conhecimento científico a cerca do uso terapêutico dos óleos essenciais cresceu muito. Surgiu uma quantidade enorme de pesquisas confirmando propriedades
antibióticas, analgésicas, antiinflamatórias e anticancerígenas. Só para se ter idéia, um estudo realizado no ano de 2006 na USP de Ribeirão Preto, mostrou que o óleo de copaíba possui potencial antiinflamatório 2 vezes mais forte do que o diclofenaco de sódio, o medicamento tradicionalmente usado, quando empregados na mesma dosagem. Além disso, variadas outras pesquisas demonstraram que associando óleos essenciais com antibióticos alopáticos (cetoconazol, anfotericina, norfloxacina, por exemplo), é possível reduzir a dosagem dos alopáticos, ter melhores efeitos terapêuticos, diminuindo também os efeitos colaterais e resistência dos microorganismos.

Quais as pesquisas que existem que comprovam o poder do uso de óleos para tratar doenças? Temos uma flora imensa, portanto, quais os institutos que pesquisam e o que estão divulgando?

No Brasil as pesquisas e o interesse pelo uso de óleos com finalidades terapêuticas, têm crescido cada vez mais nos últimos anos. Universidades Federais como a UFV, UNICAMP, USP e outras, tem desenvolvido nos últimos anos uma série de estudos neste sentido. Ainda falta muito a ser pesquisado, mas as perspectivas são boas e eu acredito que em poucos anos os SUS também estará servindo-se do uso de óleos essenciais como já faz com a fitoterapia, beneficiando principalmente a população de baixa renda.

Quais os tipos de óleos e tratamentos. E os custos?

A vantagem do emprego dos óleos essenciais no tratamento de doenças vem exatamente do fato de possuirem menores efeitos colaterais do que os medicamentos alopáticos, e conforme o óleo, baixo custo. Por exemplo, uma pesquisa realizada na Inglaterra com 8.058 mulheres grávidas mostrou que a utilização de óleos essenciais como a lavanda, camomila romana e sálvia esclaréia através da inalação e massagem, foram capazes de reduzir o uso de opióides anestésicos de 6% em 1990 para 0,4% em 1997 nas mulheres durante o parto. A economia resultante desta prática é enorme para o sistema de saúde público, além da redução dos riscos com a aplicação de anestesia peridural. Nós temos atualmente pesquisas mostrando grande eficácia do uso de óleos essenciais no tratamento de piolho, sarna, candidíase, doenças de pele, desordens respiratórias, síndrome do intestino irritado, etc. Em países desenvolvidos na Europa, como a França, Bélgica e Alemanha, os óleos essenciais já são utilizados amplamente, não só por terapeutas, mas por médicos, enfermeiras e psicólogos. No Brasil isto ainda está começando a acontecer. Junto da  Universidade Federal de Viçosa, estamos desenvolvendo um trabalho de ensino desta prática através de um curso de extensão universitária em Aromatologia. Esta experiência mostra grande abertura dos meios acadêmicos à pesquisa, aplicação e
estudo dos óleos essenciais e a chance futura da ampliação deste tipo de conhecimento a toda a população.

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