Na
terra física, rara é a pessoa que não se queixa de alguma coisa, que
não esteja constantemente doente de um modo ou de outro. Um não faz bem a
digestão, outro sofre de incessantes dores de cabeça, um terceiro
padece de esgotamento nervoso, e assim por diante. No mundo da emoção,
as coisas não se passam melhor, pois as pessoas com frequência se deixam
abater e torturar por sentimentos violentos, melancolia, cólera, ciúme,
inveja, e se tornam assim desnecessariamente infelizes. Nem ficam em
paz mentalmente, porque estão sempre saltando de uma para outra linha de
pensamento, confusos e cheios de preocupações, desejando sem cessar
coisas novas antes de haverem compreendido ou utilizado as velhas.
São três as
coisas dessa inquietação universal: a ignorância, o desejo e o egoísmo. O
caminho para a paz consiste, portanto, em transpor tais obstáculos,
substituindo-os pelos seus contrários; em adquirir
conhecimentos, auto-domínio e altruísmo. Pensam os homens muitas vezes
que as causas de suas ansiedades são externas, que o sofrimento e os
dissabores lhes fazem pressão de fora, sem refletirem que não há fator
externo que os possa influenciar a não ser que o consintam. Ninguém, se
não nós mesmos, pode fazer-nos mal ou embaraçar-nos, assim como pessoa
alguma pode promover o nosso progresso, se não nós mesmos. Como já se
disse muito bem no Oriente, o caminho está dentro de nós. Se nos dermos
ao trabalho de prestar atenção, veremos que é assim.
Fonte: Livro: O Lado Oculto das Coisas - Charles Webster Leadbeater - Editora Pensamento.
post de Carlos de Almeida
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