quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Palavras do Dr. Bezerra de Menezes

....
 No recinto de grande recolhimento, o Doutor Bezerra prosseguia: —"Ninguém jamais faz o bastante, pois somos profundos devedores ao espírito de Jesus Cristo; caso não tivesse vindo até nós e conosco convivido nos caminhos do mundo, ainda hoje a humanidade estaria imersa em trevas mais densas. Precisamos lutar contra os interesses de ordem inferior; o nosso inconsciente pessoal pesa sobre o consciente dos homens e lhes determina as ações. Enquanto não nos redimirmos e produzirmos pensamentos mais elevados, em sintonia com a mente do Senhor, viveremos dentro do círculo vicioso que nos escraviza.
Que o Evangelho seja, pois, o norte de nossos pensamentos; deixemo-nos fecundar pelas idéias de Jesus, assim como a terra árida anseia por tornar-se fértil e germinar o trigo, que faz o pão. As conquistas da inteligência têm, em certo aspecto, distraído o homem do objetivo supremo da vida: de que nos vale o conforto material e os extraordinários avanços da tecnologia, se não temos paz, respeito uns aos outros, se fomentamos a guerra, praticamos a injustiça social?
O homem, que já viaja pelo Cosmo, não consegue perdoar! Quantos se nos expressam mais diferentes idiomas, mas não sabem falar a linguagem da fraternidade. Pânicos, anseios, perturbações, síndromes psicológicas da mais variada nomenclatura revelam-nos a miserabilidade humana; de fato, o maior problema do homem é o do relacionamento: pais e filhos não se entendem, irmãos se odeiam vizinhos são adversários.
Em nome do Cristo, as guerras de extermínio mais sangrentas da História foram iniciadas; os conflitos a pretexto de religião são um contra-senso. Há séculos, o homem desencarna e reencarna quase nas mesmas condições espirituais; o Mundo Espiritual e o Físico funcionam em regime de interdependência. Os que habitam os "porões" das regiões da Vida Infinita moram na casa que povoamos; não podemos ignorá-los, ignorando a nossa própria realidade.

.....

trecho do livro   "Do outro lado do espelho", de Carlos Bacelli e Inácio Ferreira

Nenhum comentário: