quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Umbanda se aprende com humildade

.....  É mais que tempo dos homens da Terra, quase todos filhos das estrelas, voltarem seus olhos para a história divina de nosso planeta, que se mescla com a história da própria umbanda, repleta de ensinamentos de entidades maravilhosas, de inimaginável evolução espiritual. Voltarem seus olhos e além de tentarem entender o que realmente se passa nesse mundo invisível, nos meandros dessa magia cósmica na qual estamos todos inseridos, tentarem imitar esses exemplos de bondade infinita, até que esses iluminados seres siderais possam voltar a nos guiar numa nova civilização.

É chegada a hora daqueles que tem compromisso cármico ativo com a magia, isto é, os umbandistas, estudarem mais,  não apenas para poder lidar com a magia sem ganhar um carma, mas também para que o paradigma da umbanda passiva seja modificado; compreenderem as verdades ocultas para liberar a verdadeira umbanda da miscigenação com outros cultos e rituais que a ela se enredaram, se tornando então agentes do entendimento universal. É chegada a hora do homem comum aprender a fazer seus próprios milagres.
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E por tudo isso, umbanda não se discute. Umbanda se aprende; aprende-se com a humildade genuína dos aprendizes ávidos e atentos às novas, embora antigas, notícias trazidas pelos mestres siderais, conscientes sempre que devemos ser de nossa pequenez e nossa ignorância latente frente aos fenômenos monumentais, imponderáveis e mágicos deste universo no qual estamos inseridos. Consciência esta que, por uma questão simples de lógica, impede quem quer que seja de dizer que nada tem a aprender. Aliás, antigo provérbio diz que aquele que acha saber tudo não vai mesmo aprender nada.

Importante também o aprendiz se dar conta que nada ou quase nada sabe sobre magia de fato. Sabe, geralmente, fazer algum tipo de magia, muitas vezes até sem se dar conta disso ou então sem se interessar pelo fenônemo em si, o que o torna apenas um mero executor de magias, mas bem longe de poder vir a se tornar um mago da luz de fato: aquele que trabalha por amor e com conhecimento. É antiga a assertiva de que o inferno está cheio de boas intenções. E desta forma o médium acaba, muitas vezes, interferindo no carma de outras pessoas e ganhando para si mesmo pesado carma, que, de certo, necessitará de reparação em vida próxima.

Um dos grandes problemas a ser enfrentado nesses casos, desde o princípio, é a nossa vaidade; como umbandistas costumamos ser vistos, em nossos alvos uniformes brancos, quase como semideuses por toda uma legião de confiantes consulentes que nos procuram, diuturnamente, carregando trêmulos suas dores; eles as depositam, esperançosos, em nossas mãos a espera de um milagre que, muitas vezes, fazemos mesmo acontecer. Esquecemos, todavia, que cada um recebe apenas na medida de seu merecimento e, na maioria das vezes, com ou sem a nossa interferência; e o que é pior: muitas vezes terminamos por nos achar mesmo ungidos pelos deuses e donos de extraordinários poderes mediúnicos, como se mediunidade fosse um dom e não um compromisso cármico.

Quando pensamos em 700.000 anos de umbanda e também nos fenômenos científicos que transitam, por exemplo, pela física quântica para a explicação da magia ou pela teosofia e vedanta para compreensão do homem enquanto ser universal, deveríamos nos recolher à condição de meros neófitos nesta vida e, quem sabe, em muitas após esta.

Hoje aprendizes e num novo tempo, quem sabe, mestres. E neste intervalo nos preparamos, levando com coragem para dentro das nossas casas de umbanda, para nossos irmãos umbandistas, na medida da possibilidade de assimilação e compreensão de cada um, os novos conhecimentos. É preciso que se lembre que lidamos com consciências milenares e que cada indivíduo despertará no seu tempo em particular. Por estas razões é indispensável, antes de tudo, caridade, para que nossas certezas não se transformem em motivo de angústia para outras pessoas.

Muitas vezes não será possível e nem necessário,  convencer o velho umbandista, de mãos rápidas no manuseio do fumo de corda que prepara com carinho para o preto velho que por ele se manifesta há décadas, que a entidade talvez não seja de fato um preto velho; talvez um oriental de grande conhecimento, humildemente usando esse tipo de corpo de ilusão. Provavelmente a caridade que ele presta é maior que a nossa, os estudiosos.

E além da caridade é preciso respeito. Respeito pelo trabalho desinteressado que muitos umbandistas fazem dentro de suas crenças e rituais; respeito pela ajuda que prestam aos corações sofridos dos consulentes com seus conselhos e mirongas, desde muito antes de muitos de nós pensarem em se tornar umbandistas.

E nunca é demais lembrar que umbanda é, simplesmente, amor!
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do site  "AUPRAM"


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