É chegada a hora daqueles que
tem compromisso cármico ativo com a magia, isto é, os umbandistas, estudarem
mais, não apenas para poder lidar com a magia sem ganhar um carma, mas também
para que o paradigma da umbanda passiva seja modificado; compreenderem as
verdades ocultas para liberar a verdadeira umbanda da miscigenação com outros
cultos e rituais que a ela se enredaram, se tornando então agentes do
entendimento universal. É chegada a hora do homem comum aprender a fazer seus
próprios milagres.
......
E por tudo isso, umbanda não se discute. Umbanda se aprende; aprende-se
com a humildade genuína dos aprendizes ávidos e atentos às novas, embora
antigas, notícias trazidas pelos mestres siderais, conscientes sempre que
devemos ser de nossa pequenez e nossa ignorância latente frente aos fenômenos
monumentais, imponderáveis e mágicos deste universo no qual estamos inseridos.
Consciência esta que, por uma questão simples de lógica, impede quem quer que
seja de dizer que nada tem a aprender. Aliás, antigo provérbio diz que aquele
que acha saber tudo não vai mesmo aprender nada.
Importante também o aprendiz se dar conta que nada ou quase nada sabe
sobre magia de fato. Sabe, geralmente, fazer algum tipo de magia, muitas vezes
até sem se dar conta disso ou então sem se interessar pelo fenônemo em si, o
que o torna apenas um mero executor de magias, mas bem longe de poder vir a se
tornar um mago da luz de fato: aquele que trabalha por amor e com conhecimento.
É antiga a assertiva de que o inferno está cheio de boas intenções. E desta
forma o médium acaba, muitas vezes, interferindo no carma de outras pessoas e
ganhando para si mesmo pesado carma, que, de certo, necessitará de reparação em
vida próxima.
Um dos grandes problemas a ser enfrentado nesses casos, desde o
princípio, é a nossa vaidade; como umbandistas costumamos ser vistos, em nossos
alvos uniformes brancos, quase como semideuses por toda uma legião de
confiantes consulentes que nos procuram, diuturnamente, carregando trêmulos
suas dores; eles as depositam, esperançosos, em nossas mãos a espera de um
milagre que, muitas vezes, fazemos mesmo acontecer. Esquecemos, todavia, que
cada um recebe apenas na medida de seu merecimento e, na maioria das vezes, com
ou sem a nossa interferência; e o que é pior: muitas vezes terminamos por nos
achar mesmo ungidos pelos deuses e donos de extraordinários poderes mediúnicos,
como se mediunidade fosse um dom e não um compromisso cármico.
Hoje aprendizes e num novo tempo, quem sabe, mestres. E neste intervalo
nos preparamos, levando com coragem para dentro das nossas casas de umbanda,
para nossos irmãos umbandistas, na medida da possibilidade de assimilação e
compreensão de cada um, os novos conhecimentos. É preciso que se lembre que
lidamos com consciências milenares e que cada indivíduo despertará no seu tempo
em particular. Por estas razões é indispensável, antes de tudo, caridade, para
que nossas certezas não se transformem em motivo de angústia para outras
pessoas.
Muitas vezes não será possível e nem necessário, convencer o velho umbandista, de mãos rápidas
no manuseio do fumo de corda que prepara com carinho para o preto velho que por
ele se manifesta há décadas, que a entidade talvez não seja de fato um preto
velho; talvez um oriental de grande conhecimento, humildemente usando esse tipo
de corpo de ilusão. Provavelmente a caridade que ele presta é maior que a
nossa, os estudiosos.
E além da caridade é preciso respeito. Respeito pelo trabalho
desinteressado que muitos umbandistas fazem dentro de suas crenças e rituais;
respeito pela ajuda que prestam aos corações sofridos dos consulentes com seus
conselhos e mirongas, desde muito antes de muitos de nós pensarem em se tornar
umbandistas.
E nunca é demais lembrar que umbanda é, simplesmente, amor!
.......
do site "AUPRAM"
Nenhum comentário:
Postar um comentário