terça-feira, 3 de janeiro de 2017
Relacionamentos e Consciência - Eckhart Tolle
Publicado por M. Manuela dos Santos Oliveira em 2 janeiro 2017 às 15:33 em ENSINAMENTOS DE ECKHART TOLLEBack to ENSINAMENTOS DE ECKHART TOLLE Discussions
"Quando os egos se encontram, quer em relacionamentos pessoais quer em organizações e instituições, mais tarde ou mais cedo acontecem coisas "más", dramas, dramas de uma ou de outra espécie, sob forma de conflitos, problemas, lutas de poder, violência física ou emocional, e outras coisas semelhantes. Isto inclui males coletivos, como por exemplo a guerra, o genocídio e a exploração - tudo devido à inconsciência acumulada. Além disso, muitos tipos de doenças são causadas pela resistência permanente do ego, que cria restrições e bloqueios no caudal da energia que percorre o corpo. Quando você se liga novamente ao Ser e deixa de ser governado pela sua mente, deixa de criar essas coisas. Deixa de criar ou de participar em dramas.(...)
O ego sempre quer alguma coisa das pessoas ou das situações. No caso dele há sempre um plano oculto, um sentimento de "ainda não é o bastante", de insuficiência e falta, que precisa ser atendido. Ele usa as pessoas e situações para conseguir o que deseja e, até mesmo quando é bem-sucedido, nunca fica satisfeito por muito tempo.
Em geral, vive frustrado com seus objetivos - na maior parte do tempo, a lacuna entre o "eu quero" e "o que acontece" torna-se uma fonte constante de aborrecimento e angústia.
O medo de não ser ninguém, o medo da não-existência, o medo da morte. Todas as suas ações, enfim, destinam-se a eliminar esse temor.
Por que o medo? Porque o ego surge pela identificação com a forma e, na verdade, ele sabe que nenhuma forma é permanente, que todas elas são transitórias.
Assim, há sempre um sentimento de insegurança ao seu redor, mesmo que externamente ele pareça confiante.(...)
Sempre que dois ou mais egos se juntam, sucede-se algum tipo de drama. E mesmo que você viva completamente só, continuará a criar o seu próprio drama. Quando você se lamenta, isso é um drama. Quando se sente culpado ou ansioso, isso é um drama. Quando deixa que o passado ou o futuro obscureçam o presente, está a criar tempo, tempo psicológico - a matéria-prima do drama. Sempre que não honra o momento presente, permitindo que ele seja, está a criar um drama.(...)
Em determinados casos, precisamos nos proteger ou defender uma pessoa dos atos prejudiciais de alguém. No entanto, temos que ter cuidado para não transformar isso numa missão de "erradicação do mal", uma vez que, provavelmente, nos converteremos na própria coisa que estamos combatendo. Lutar de modo inconsciente pode nos levar à inconsciência - o comportamento egóico desajustado - nunca seja vencida pelo ataque.
Mesmo se derrotarmos o oponente, ela se transferirá para nós ou esse adversário reaparecerá num novo disfarce. Nós fortalecemos tudo aquilo que combatemos, enquanto todas as coisas a que resistimos persistem.
Reconheça o ego pelo que ele é: um distúrbio coletivo, a insanidade da mente humana. Quando o identificamos pelo que ele é, deixamos de interpretá-lo erroneamente como a identificação de uma pessoa. E temos mais facilidade em não adotar uma atitude reativa em relação a ele. Já não o tomamos como algo pessoal. Não existe queixa, culpa, acusação nem ação equivocada. Ninguém está errado. É apenas o ego em alguém, só isso.(...)
Um dia, a meio de uma discussão, você apercebe-se de súbito que tem escolha e pode decidir deixar de lado a sua própria reação... só para ver o que acontece. Você rende-se.
Não quero dizer pôr de lado a reação apenas a nível verbal, dizendo «Pronto, tens razão» com um ar que expressa «Estou acima de toda esta inconsciência infantil». Fazê-lo é apenas deslocar a resistência para outro nível, com a mente egocêntrica ainda no comando, a invocar superioridade. Estou a falar de abandonar todo o campo energético mental e emocional que estava a lutar pelo poder e que você tem dentro de si.
O ego é matreiro, por isso você tem de estar bem alerta, bem presente e ser totalmente honesto consigo mesmo para ver se deixou verdadeiramente de se identificar com uma posição mental e, desse modo, se libertou da sua mente.
Se você se sentir de repente muito leve e profundamente em paz, é um sinal inconfundível de que se rendeu verdadeiramente. De seguida, observe o que acontece à posição mental da outra pessoa quando você deixa de lhe conceder energia através da resistência. Quando a identificação com posições mentais está fora do caminho, começa a verdadeira comunicação.
Tome consciência dos pensamentos que lhe ocorrem. Separe-os da situação, que é sempre neutra - ela é como é.
Existe a circunstância ou o fato, e você terá seus pensamentos a respeito deles. Em vez de criar histórias, atenha-os aos fatos.
Por exemplo: "Estou arruinado" é uma história. Ela limita a pessoa e a impede de tomar uma providência eficaz. "Tenho 50 centavos na minha conta" é um fato.
Encarar os fatos é sempre fortalecedor. Tome consciência de que, na maioria das vezes, suas emoções são criadas pelo que você pensa - observe essa ligação. Em vez de ser seus pensamentos e suas emoções, seja a consciência por trás deles. A causa primária da infelicidade nunca é a situação, mas nossos pensamentos sobre ela.."
Eckhart Tolle em A Prática do Poder do Agora
http://ventosdepaz.blogspot.pt/
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