sábado, 3 de novembro de 2012

Exilados de Capela (4)

REDENÇÃO Depois dessa edificação extraordinária, os grandes iniciados do Egito voltam ao plano espiritual, no curso incessante dos séculos. Com seu regresso aos mundos ditosos da Capela, vão desaparecendo os conhecimentos sagrados dos templos tebanos, que, por sua vez, os receberam dos grandes sacerdotes de Mênfis. Aos mistérios de Ísis e de Osíris, sucedem-se os de Elêusis, naturalmente transformados nas iniciações da Grécia antiga. Em algumas centenas de anos, reuniram-se de novo, nos planos espirituais, os antigos degredados, com a sagrada bênção do Cristo, seu patrono e salvador. A maioria regressa, então, ao sistema da Capela, onde os corações se reconfortam nos sagrados reencontros das suas afeições mais santas e mais puras, mas grande número desses Espíritos, estudiosos e abnegados, conservou-se nas hostes de Jesus, obedecendo a sagrados imperativos do sentimento e, ao seu influxo divino, muitas vezes têm reencarnado na Terra, para desempenho de generosas e abençoadas missões. A ÍNDIA Dos Espíritos degredados no ambiente da Terra, os que se agruparam nas margens do Ganges foram os primeiros a formar os pródromos (Uso: formal: o que antecede a (algo); precursor, prenúncio, antecedente) de uma sociedade organizada, cujos núcleos representariam a grande percentagem de ascendentes das coletividades do porvir. As organizações hindus são de origem anterior à própria civilização egípcia e antecederam de muito os agrupamentos israelitas (sempre sofreram as conseqüências nefastas do orgulho e do exclusivismo), de onde sairiam mais tarde personalidades notáveis como as de Abraão e Moisés. As almas exiladas naquela parte do Oriente muito haviam recebido da misericórdia do Cristo, cuja palavra de amor e de cuja figura luminosa guardavam as mais comovedoras recordações, traduzidas na beleza dos Vedas e dos Upanishads. Foram elas as primeiras vozes da filosofia e da religião no mundo terrestre, como provindo de uma raça de profetas, de mestres e iniciados, em cujas tradições iam beber a verdade os homens e os povos do porvir, salientando-se que também as suas escolas de pensamento guardavam os mistérios iniciáticos, com as mais sagradas tradições de respeito. O povo hindu não aproveitou como devia as experiências sagradas no orbe terrestre, embora grandes emissários como KRISHNA e BUDA tenham sido mandados em sua ajuda - Muitos destes encontram-se ainda hoje em sua jornada de redenção no globo terrestre. OS ARIANOS Era na Índia de então que se reuniam os arianos puros, entre os quais cultivavam-se igualmente as lendas de um mundo perdido, no qual o povo hindu colocava as fontes de sua nobre origem. Alguns acreditavam se tratasse do antigo continente da Lemúria, arrasado em parte pelas águas dos Oceanos Pacífico e Índico. A realidade, porém, qual já vimos, é que, como os egípcios e os hindus eram um dos ramos da massa de proscritos da Capela, exilados no planeta. Deles descendem todos os povos arianos, que floresceram na Europa e hoje atingem um dos mais agudos períodos de transição na sua marcha evolutiva. O pensamento moderno é o descendente legítimo daquela grande raça de pensadores, que se organizou nas margens do Ganges, desde a aurora dos tempos terrestres, tanto que todas as línguas das raças brancas guardam as mais estreitas afinidades com o sânscrito, originário de sua formação e que constituía uma reminiscência da sua existência pregressa, em outros planos. Este ramo, notadamente o mais descontente com a situação do exílio, gerou um povo bárbaro, inquieto, violento e revoltado, que vagou durante muitos séculos até finalmente se fixar nas terras do norte, formando o que hoje conhecemos por Europa. OS MAHATMAS Da região do Ganges partiram todos os elementos irresignados com a situação humilhante que o degredo na Terra lhes infligia. As arriscadas aventuras forneceriam uma noção de vida nova e aqueles seres revoltados supunham encontrar o esquecimento de sua posição nas paisagens renovadas dos caminhos; lá ficaram, apenas, as almas resignadas e crentes nos poderes espirituais que as conduziriam de novo às magnificências dos seus paraísos perdidos e distantes. Os cânticos dos Vedas são bem uma glorificação da fé e da esperança, em face da Majestade Suprema do Senhor do Universo. A faculdade de tolerar e esperar, aflorou no sentimento coletivo das multidões, que suportaram heroicamente todas as dores e aguardaram o momento sublime da redenção. Os "mahatmas" (grandes almas) criaram um ambiente de tamanha grandeza espiritual para seu povo, que, ainda hoje, nenhum estrangeiro visita a terra sagrada da Índia sem de lá trazer as mais profundas impressões acerca de sua atmosfera psíquica. Eles deixaram também, ao mundo, as suas mensagens de amor, de esperança e de estoicismo resignado, salientando-se que quase todos os grandes vultos do passado humano, progenitores do pensamento contemporâneo, deles aprenderam as lições mais sublimes. Segundo pesquisadores, muitos de nós somos esses exilados tentando recuperar o tempo perdido, portanto caminhemos juntos sempre com a intenção de avanço, mas não só para o nosso progresso, mas para o de todas as civilizações. OS HEBREUS Dos povos que migraram da estrela Capela para o orbe terreste, talvez os mais orgulhosos tenham sido os integrantes da raça hebraica. Rudes e bravos, porém corajosos e perseverantes este povo tinha em seu seio o grande marco para ao início da transformação da terra: a crença num Deus único. Este foi um dos grandes fatores que levaram a espiritualidade maior a dedicar e preparar a vinda do Messias em um povo ainda muito materialista e violento. Para esta preparação foram enviados vários emissários divinos, os Profetas, que realizaram o trabalho de construção da Base do que hoje conhecemos como cristianismo. Entre eles podemos destacar Moisés, o grande legislador, que guiou seu povo pelo exílio no deserto para melhor adaptá-los às novas verdades divulgadas por ele e pelos que os seguiriam... Moisés, Daniel, Elias, João Batista e vários outros se seguiram reencarnando mesmo por vezes seguidas no seio do povo Hebreu, para solidificar a fé em um Deus único, muitas vezes ameaçada pela fraqueza da fé do povo. Quando tudo estava pronto, veio Jesus em pessoa e trouxe a sua revelação de amor e paz. Infelizmente o povo hebreu, orgulhoso e guerreiro, havia idealizado um messias de atos violentos que levasse seu povo a liberdade das mãos dos opressores e Jesus era exatamente o contrário, seu reino não era deste mundo e sua liberdade era muito maior que os hebreus estavam preparados para entender. Porém sua mensagem não foi jogada em vão, nem perdida através dos milênios, ela foi semeada em terreno fértil, onde vários homens e mulheres seguiram propagando e transmitindo seus ensinamentos através dos séculos, até que pela paz, sem clamar vingança ou revidar, o Cristianismo conquistou Roma, e com ela o mundo. Muitos desses espíritos trabalham hoje em prol da humanidade e do desenvolvimento do orbe terrestre. Muitos outros, entretanto, permanecem ainda nas sendas da reencarnação, retornando ao corpo carnal de acordo com as suas necessidades de aprendizagem. Aos Hebreus foi dada a grande oportunidade de se tornar o povo que iria guiar e orientar a humanidade dentro dos parametros evangelizadores do Cristo, porém preferiu escolher as armas e a guerra, e ainda hoje espera a vinda do messias como acreditam. Porém, Deus que a ninguém desampara, sabe de nossas limitações e sempre nos dá oportunidades de aprendermos mais e resgatarmos os erros cometidos; Jesus continua servindo de guia amorável e pastor cuidadoso para as ovelhas desgarradas da terra de Israel, que hoje sabemos se tratar de todo o mundo. Leia o livro, Exilados de Capela, de Edgard Armond

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