cont. de Sutratma, de Benjamin Creme
Há vários termos para ele e gostaria de trazê-los todos para mostrar a
unidade e interligação desses diferentes métodos de expressar o que é
essencialmente o processo único, a jornada de volta: O Caminho de Retorno.
Os místicos pensam nesse Caminho como sendo o Caminho para Deus. Eles
pensam em termos de seus sentimentos e experiências religiosas e místicas, suas
crenças religiosas e místicas, suas doutrinas e dogmas, suas práticas
espirituais, os diferentes rituais que todos os homens devocionais e místicos
utilizam como uma maneira de chegar até Deus através da crença, um vínculo
consciencial entre a estrutura de crenças do indivíduo ( seja ele cristão,
hindú, budista, ou outro) e aquilo que é a fonte de toda criação. A pessoa
religiosa crê ser este o Caminho de Retorno, e certamente isto é perfeitamente
verdadeiro. Mas nem todo mundo é religioso e o Caminho de Retorno, para o esotérico,
é um caminho construido literalmente pelo discípulo. O discípulo constrói o
caminho tornando-se o Caminho. Não se trata de algo já pronto e que possa ser
sussurrado no seu ouvido. De forma alguma. É o próprio processo evolutivo. É o
mesmo processo que trouxe os peixes para fora do mar em direção à terra seca,
de onde eles evoluíram para, primeiramente répteis, depois mamíferos e em
seguida uma enorme variedade de animais e, eventualmente, no ápice do
desenvolvimento da forma, o reino humano. Acima do reino humano está o Reino
das Almas, o reino cuja natureza é a consciência. O plano da consciência é
exclusivamente aquele onde os Mestres têm trabalhado. O Caminho de Retorno é o
Caminho pelo qual a consciência do que é e do vir a ser pode gradualmente se
tornar conhecido pelo buscador, o indivíduo em evolução.
Em outras palavras, à medida que você busca, que você aspira, você cria
diante de você mesmo, como DK diz : a "aranha cria do seu próprio ser o
fio da seda", portanto, exatamente da mesma forma, o aspirante, o
discípulo e o iniciado criam diante deles mesmos o Caminho de Retorno, o
Caminho que ainda não está pronto.
É o caminho de expansão da consciência que constitui sua relação com o
todo, é o meio pelo qual nós entendemos as mais profundas experiências e
percepções de nossa conexão com o todo, o Macrocosmos. Isto é realizado por uma
crescente expansão de consciência.
Estas expansões de consciência são marcadas em nosso planeta por cinco
iniciações planetárias. Para o adepto há também quatro iniciações Cósmicas.
Acima destas, e em todo o Cosmos, há iniciações após iniciações que continuam
eternamente através de todo o espaço galáctico. Tudo isto é um processo pelo
qual, através da construção do antahkarana, nossa relação individual com a
totalidade torna-se gradualmente mais perceptível para nós.
O Antahkarana não é uma ‘forma’. Neste texto há uma forma denominada
"O Antahkarana". É uma litografia feita de uma de minhas pinturas, e
é uma representação puramente formal e simbólica do Antahkarana. A Mônada se
reflete na alma como a Tríade Espiritual: Vontade espiritual, Amor-Sabedoria
espiritual e inteligência espiritual, e esta por sua vez, se reflete no ser
físico por meio da alma. O processo pelo qual isto se realiza é o Antahkarana.
Nesta litografia, a imagem inferior representa o ser humano ternário; a coluna
branca é a representação simbólica do tríplice fio do Antahkarana; e a forma
amarela clara na parte de cima representa a própria alma. Esta litografia não é
o Antahkarana; o Antahkarana não é uma forma. Por força da linguagem usada,
muitas pessoas ao pensar no Antahkarana imaginam uma ponte. Esta ponte é
construida primeiramente de matéria mental e depois de luz, então eles
visualizam uma ponte material. Um artista precisa fazê-lo, com certeza; não se
pode pintar um quadro sem uma forma. O artista precisa criar por meio de sua
imaginação criadora uma forma que simbolize o processo, mas a forma não é o
processo. É simplesmente um meio de expressar a idéia do processo.
Qualquer pessoa que pratique Meditação de Transmissão sabe o que é
alinhamento. Quando o alinhamento é perfeito, simbolicamente falando, forma-se
uma coluna de luz acima da cabeça dos que meditam. Nessa luz há três fios de
energia. Esta é a forma, mas não é o Antahkarana. Precisamos entender que a
forma e a idéia de uma ponte, a idéia de uma coluna de luz, a idéia de alguma
forma feita de substância, é apenas uma maneira didática de explicar alguma
coisa. Nós falamos de conscientização.
Num certo sentido, conscientização é uma maneira vaga e generalizada de
falar sobre o processo de retorno. Nós retornamos através de uma gradual
expansão de consciência, por meio da construção consciente do Antahkarana. Isto
é criado primeiramente na matéria mental, entre a personalidade e a alma, e então
pelo iniciado que já entrou em contato e encontra-se num estado de fusão com a
alma iluminada, entre a alma e a Mônada, o mais elevado aspecto do tríplice
ser. Então esta conexão se torna direta entre a Mônada e o ser divino, idêntico
a Deus, o reflexo do nosso Logos Planetário e o homem ou a mulher no plano
físico. Por este processo o nosso Logos Planetário realiza Seu Plano de
evolução por todo o reino humano, e naturalmente da mesma forma, o Logos Solar
realiza Seu maior e vasto Plano em todos os seres de todos os planetas do seu
sistema solar ( no caso, o segundo). Este processo estará concluido no terceiro
sistema solar, no qual o aspecto Monádico da Vontade, o Propósito, o Amor
essencial de Deus atingirá sua expressão final e seu completamento.
Cada um de nós, neste exato momento, está comprometido na criação do
Antahkarana. Um outro termo para Antahkarana, alem de ponte de luz, é
Auto-Realização, que é como Maitreya o chama : "Eu vim ensinar a arte da
Auto-Realização", disse Ele. A arte de Auto-realização é a ciência do
Antahkarana; são a mesma e única coisa.
Maitreya disse que o caminho mais simples e mais direto compreende a
prática de três coisas: honestidade de mente, sinceridade de espírito e
desapego. Estas três levam à Auto-realização, e o fazem ao habilitar o homem ou
mulher na criação do Antahkarana. Para a vasta maioria das pessoas no mundo
este é um processo que acontece de maneira bem inconsciente. Muitos indivíduos
não evoluidos estão conectados apenas pelo Sutratma, o fio da vida, que vem da
Mônada através da alma e fica ancorado no coração. A humanidade média também se
conecta pelo fio da consciência, o Antahkarana, e à medida que a pessoa evolui
pela construção do primeiro estágio do Antahkarana, aquele entre o homem
inferior e a alma, as energias da alma ficam disponíveis para ele ou ela.
A partir daí o processo criador começa. Isto estimula a mente e a
imaginação criadora, e uma vida de criatividade e serviço se inicia.
Criatividade e serviço são a mesma coisa; serviço é a vida da alma que se
expressa criativamente no plano físico. Isto, então, domina mais e mais a vida
do indivíduo e assim se faz a criação da cultura. Não é por acaso que a cultura
de qualquer nação é criada pelos discípulos e iniciados daquela nação; foram
eles que construiram o primeiro estágio do vínculo que conecta, a ponte, entre
eles e suas almas.
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