Projeção astral e bilocação
fonte : publicado por luxcuritiba, piramidal.net
Lobsang Rampa apresenta, em um de seus vários livros, um exercício
simples para quem tem interesse em práticas projetivas. O exercício é
mais ou menos assim: onde VOCÊ ESTÁ? Agora, neste momento, onde você
está? Observe a sua mão. Onde você está agora? Observe o seu dedo e cada
um de seus detalhes. Onde você está agora? Concentre sua atenção em seu
dedão do pé. E agora, onde VOCÊ ESTÁ?
A prática pode parecer espúria à primeira vista, mas se considerarmos
alguns conhecimentos apregoados por Rampa a coisa começa a fazer
sentido. Lobsang Rampa dizia que nós não somos nosso corpo físico, e que
além do corpo físico existe algo mais, que é nosso verdadeiro centro
onde se encontra nossa consciência e nosso verdadeiro “eu”. Este centro é
não-material, ou seja, feito de uma matéria diferente da matéria
ordinária estudada pelos físicos, podendo inclusive através os corpos
físicos e ter livre transito pelo mundo material, atravessando com
facilidade portas, janelas e paredes. Este centro também pode ser
deslocado com facilidade, com nossa força de vontade e intenção. Assim, “onde nós estamos” é onde nosso “foco de atenção está”.
Lobsang Rampa é uma figura polêmica e fonte de muitas críticas e
debates, de lá pela década de 1960. Polêmicas a parte, porém, Rampa foi
uma das pessoas que desbravaram a área de estudos psíquicos, ventilando
ao público em geral temas como projeção astral, telepatia,
clarividência, dentro outros, que até então eram restritos a iniciados,
e/ou tidos como bobagem, como magia ou esoterismo, e até como tabu.
Muitos argumentavam que Rampa não passava de um charlatão. Seja como
for, os livros deste autor me ajudaram muito a conhecer o universo das
capacidades, ainda, vistas como paranormais. Feita a ressalva
continuemos o tema. Seguindo o princípio de projeção de Rampa, fica
claro que é fácil nos deslocarmos de um local para outro, bastando para
isso concentrar nossa atenção e vontade, sendo que o verdadeiro local
onde nós estamos é onde está nosso foco de atenção. Isto caracteriza o
que poderíamos chamar de “bilocação projetiva”, ou seja, nosso
corpo físico está em um lugar e, ao mesmo tempo, nosso “centro”, ou
nosso “eu verdadeiro”, está em outro lugar.
Coisa semelhante é dita por Samael Aun Weor, fundados do gnosticismo.
Samael afirmava poder deslocar-se livremente, não só por projeção mas
inclusive fisicamente, de um local a outro, seja nos planos físicos
comumente conhecidos ou em planos astrais desconhecidos pela ciência
oficial.
A bilocação projetiva é passível de ser realizada com técnicas
apropriadas de relaxamento e concentração, ou práticas de meditação
profunda. Sua eficácia, do ponto de vista do experimentador, é tanto
maior quando for maior a concentração no objetivo alvo e ao
“desligamento” das sensações provenientes dos nossos órgãos dos sentidos
físicos (audição, visão, olfato, tato, paladar e sensações sinestésicas
– sensações interiores como movimentos do estômago e movimentos
involuntários de músculos). A priori, o simples fato de se imaginar, com
concentração e vontade, em um determinado lugar, já nos coloca lá,
posicionando nosso “centro” naquela posição do espaço-tempo. Em uma
situação assim, nosso corpo físico está, na verdade, sendo
telecomandado, já que nosso centro de consciência está longe. As atuais
técnicas de telecomando remoto de robôs nos dão uma idéia de como isso
funciona, permitindo que um braço robótico no Brasil seja comandado por
um experimentador localizado no Japão, através de informações
transportadas pelas redes de telecomunicação.
Se nos parece ainda que estamos “aqui”, “dentro” do corpo físico,
isto se deve ao fato de que ainda estamos sintonizados e “conectados”
com os sentidos de percepção presentes no corpo físico. Se nos
desligarmos desses sentidos de percepção ocorrerá uma imersão na
bilocação projetiva, onde o que vivemos no local onde está nosso foco de
atenção passa a ser nossa realidade presencial, enquanto o corpo físico
fica em situação de espera (standby), ou letargia. Quando nosso foco de
atenção retorna ao local onde se encontra o corpo físico, ou se nos
re-conectamos com as sensações dos sentidos, o corpo físico é reanimado.
Ao longo da história há relatos de pessoas que realizavam a
bilocação, por vontade própria ou involuntariamente, de forma projetiva
(em matéria sutil) ou mesmo fisicamente, materializando um corpo físico
perfeitamente palpável ao toque. Aksakof, em seu livro “Animismo e
Espiritismo”, narra o caso ocorrido em 1845, em uma escola para moças.
Segundo o autor, havia lá uma professora que possuía a capacidade de
estar em dois lugares ao mesmo tempo. Alunas diferentes afirmaram tê-la
vista, uma no jardim, e outra na biblioteca, ao mesmo tempo, o que é
obviamente impossível pelas leis comuns da física. Em certo momento as
alunas observaram, assustadas, em plena sala de aula, duas professoras,
uma ao lado da outra, idênticas e fazendo os mesmos movimentos. Como
essas situações inexplicáveis e inusitadas repetiam-se com certa
regularidade a direção da escola viu-se obrigada a dispensar a
professora.
Normalmente a bilocação se dá com médiuns e pessoas particularmente
dotadas, voluntariamente ou não, bem como com pessoas praticantes de
meditação como os iogues da índia. No seio da igreja católica,
encontram-se também relatos de casos de bilocação acontecidos com alguns
santos ou figuras proeminentes da igreja, como Santo Afonso Maria de
Liguori (1696-1787), Antônio de Pádua (1195-1231), Francisco Xavier
(1560-1663) e Maria de Jesus Agreda (1603-1665). Um dos casos mais
impressionantes foi o de Francisco Xavier, ocorrido em 1571, onde o
santo foi visto em dois barcos ao mesmo tempo, durante uma tempestade.
Em um dos barcos, o santo encontrava-se orando pela segurança de marujos
que estavam em outra embarcação menor, um bote ou canoa. No bote os
marujos relataram que o próprio santo esteve com eles, manobrando ele
próprio o pequeno barco para que não afundasse diante da violência da
tempestade. Caso semelhante ocorreu com Santo Antonio de Pádua, onde
relata-se que esteve presente, ao mesmo tempo, na igreja da cidade de
São Pedro dos Quatro Caminhos, em Limoges, onde pregava à multidão, e no
convento dos frades de Montpellier, onde participava do coral. Em outro
caso espantoso o santo desloca-se de sua cidade de Pádua, na Itália,
até Lisboa, Portugal, a fim de testemunhar a favor de familiares em um
tribunal.
Casos de bilocação projetiva são relativamente fáceis de empreender.
Bastam treino e vontade concentrada para serem realizados. Já para o que
poderíamos chamar de “bilocação real”, onde no local de foco a presença
física da pessoa é constatada por testemunhas, como palpável e
concreta, é preciso considerar alguns ensinamentos passados por Allan
Kardec, fundador do espiritismo kardecista. Segundo Kardec,
paralelamente ao corpo físico há um corpo constituído de matéria sutil, o
perispírito. Este corpo sutil normalmente é diáfano, pode atravessar a
matéria comum, e é invisível aos olhos humanos. Porém, em situações
especiais e dadas certas circunstâncias, é possível que o perispírito
reúna em torno de si, certa quantidade de matéria, através de um
processo ainda desconhecido pela ciência, de forma a tornar-se,
temporariamente sólido e palpável. Após o deslocamento do foco de
atenção para o ponto de origem, o corpo físico natural, a matéria
agregada é liberada e o corpo bilocado dissolve-se. [*] Este fenômeno é
conhecido pelos espíritas como materialização. Durante os anos iniciais
do espiritismo kardecista, enquanto Kardec ainda compilava informações
que posteriormente dariam origem ao seu famoso “Livro dos espíritos”,
foram realizadas diversas seções com médiuns a fim de coletar dados
sobre os efeitos físicos provocados por espíritos (seres sem corpo
físico) ou por médiuns de efeito físico. Os fenômenos de materialização
são um assunto polêmico até os dias atuais, pois ainda não encontrou-se
um explicação plenamente aceita pelos pesquisadores do assunto, sejam
espíritas ou parapsicólogos, e ainda menos pela ciência oficial. De uma
forma geral aceita-se que o fenômeno ocorre mediante a utilização de uma
matéria sutil, denominada ectoplasma, que provém do médium ou de
pessoas à sua volta, e é trabalhado (moldado) pelo próprio médium ou
pela entidade (espírito) presente no local. Reconhece-se que, sem a
presença de um médium habilitado, em um trabalho, não é possível
realizar materializações ou quaisquer efeitos físicos. Também, não é
qualquer médium que possui esta capacidade. Dentre o universo de médiuns
e pessoas dotadas com características mediúnicas ou paranormais,
encontram-se pessoas com afinidades diversas. Algumas têm tendências
para clarividência (ver entidades não encarnadas). Outras têm tendências
para clariaudiência (ouvir vozes). Outras têm mais desenvolvidas suas
capacidades de premonição, etc. Como são poucos os médiuns que têm
características tais que lhes permitam atuar em fenômenos físicos,
percebe-se que é bastante difícil o estudo do fenômeno, principalmente
considerando-se que mesmo médiuns habilitados nem sempre conseguem, a
qualquer tempo ou lugar, prover manifestações físicas. Há ainda fatores
desconhecidos que atuam neste fenômeno. Diante da raridade de médiuns
capazes de prover manifestações físicas, portanto, não surpreende que
fenômenos de bilocação real (física) sejam particularmente raras.
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