terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Teu privilégio, por Chico Xavier

Nos momentos difíceis, naturais no caminho de todos, não desperdices o tesouro das horas com desesperação e abatimento. Recorda o privilégio que recebeu da vida, o privilégio de ajudar.
É possível que nuvens de desenganos te hajam caído na estrada por aguaceiro de fel; isso, porém, não te impede levar algum consolo aos que vegetam em catres de sofrimento e que não tiveram no curso de muitos anos nem mesmo o mais leve sopro de qualquer esperança. -
Falas de em pesos domésticos que te barram a caminhada para a meta de determinados desejos; nada, todavia, te impossibilita a condução de apoio, ainda que mínimo, àqueles companheiros outros que suspiram por liberdade, nos impedimentos das prisões e dos hospitais. 
Referes-te a preocupações que te esbraseiam o cérebro para responder com eficiência aos desafios do mundo; desfrutas, entretanto, a bênção de poder amparar as criaturas irmãs que perderam, temporariamente, o equilíbrio mental, segregadas nos manicômios. 
Reporta-te a desastres afetivos que te deixaram em lágrimas de saudade; mas possuis a faculdade de frustrar a solidão ofertando presença e conforto aos irmãos que atravessam a romagem terrena, em extremada penúria, suplicando migalha de reconforto.
-Não te abandones ao pessimismo, quando trazes contigo o dom de construir e recuperar. Quando tantos companheiros da Humanidade se vêm impedidos de caminhar para a solução dos problemas que lhe são próprios, considera a tua prerrogativa de caminhar para socorrê-los. E, se te vê em carência de amor ou de alegria, exerce, para logo, o teu privilégio de compreender e de auxiliar. 
Quem sustenta é sustentado.
Quem serve, é servido.
Quem dá, recebe.
Essa é a lei. 

(De “Mãos unidas”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

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