Nos
momentos difíceis, naturais no caminho de todos, não desperdices o
tesouro das horas com desesperação e abatimento. Recorda o privilégio
que recebeu da vida, o privilégio de ajudar.
É
possível que nuvens de desenganos te hajam caído na estrada por
aguaceiro de fel; isso, porém, não te impede levar algum consolo aos que
vegetam em catres de sofrimento e que não tiveram no curso de muitos
anos nem mesmo o mais leve sopro de qualquer esperança. -
Falas
de em pesos domésticos que te barram a caminhada para a meta de
determinados desejos; nada, todavia, te impossibilita a condução de
apoio, ainda que mínimo, àqueles companheiros outros que suspiram por
liberdade, nos impedimentos das prisões e dos hospitais.
Referes-te
a preocupações que te esbraseiam o cérebro para responder com
eficiência aos desafios do mundo; desfrutas, entretanto, a bênção de
poder amparar as criaturas irmãs que perderam, temporariamente, o
equilíbrio mental, segregadas nos manicômios.
Reporta-te
a desastres afetivos que te deixaram em lágrimas de saudade; mas
possuis a faculdade de frustrar a solidão ofertando presença e conforto
aos irmãos que atravessam a romagem terrena, em extremada penúria,
suplicando migalha de reconforto.
-Não te abandones ao pessimismo, quando trazes contigo o dom de construir e recuperar. Quando
tantos companheiros da Humanidade se vêm impedidos de caminhar para a
solução dos problemas que lhe são próprios, considera a tua prerrogativa
de caminhar para socorrê-los. E, se te vê em carência de amor ou de
alegria, exerce, para logo, o teu privilégio de compreender e de
auxiliar.
Quem sustenta é sustentado.
Quem serve, é servido.
Quem dá, recebe.
Essa é a lei.
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