Por Paulo Henrique Bassani
Depois de alguns anos militando na umbanda, comecei a desenvolver um senso critico no diz respeito a minha religião.
Passei a observar as mudanças, as evoluções, os retrocessos, o comportamento, enfim tudo que se refere ao dia a dia da Umbanda.
Uma coisa tem me incomodado
muito; a falta de simplicidade que tenho observado nos terreiros. Quando
iniciei na Umbanda, pés no chão, uma roupa branca, algumas velas
brancas no altar e o terreiro estava pronto para funcionar, as entidades
sempre presentes, os consulentes atendidos, os médiuns felizes por
estarem ali, enfim uma atmosfera propícia para pratica do bem.
Não existiam cursos como, por
exemplo, formação de “sacerdotes” em dois anos, nosso aprendizado era
dentro do terreiro, ouvindo o dirigente, as entidades, os mais
experientes.
Muitos vão dizer que a evolução é
importante e faz parte da vida, concordo, mas penso que deva ser uma
evolução inteligente, coerente.
Infelizmente tenho visto muitos
que inventam rituais, fundamentos praticas, muitas beirando o absurdo,
outros vão buscar em outras religiões, praticas que nada tem haver com a
Umbanda, em nome de uma pretensa evolução.
Vejo a subserviência, a idolatria
à pessoa do “pai de santo” muito grande, vejo que em muitos casos a
espiritualidade fica em segundo plano, hoje Orixá virou sobrenome e até
propriedade pessoal, terreiros viraram desfile de moda ou concurso de
fantasias.
Aprendi que quando se vai a outro
terreiro devemos saber entrar e sair, minha Mão de Santo, nos ensinou
que quando visitamos outra casa, salvo se somos convidados pelo chefe do
terreiro, somos assistência, e nosso lugar é “na fila do passe” como
ela dizia.
O que ocorre hoje é bem
diferente, “pais de santo” que se acham no direito de exigir que se
dobrem atabaques para ele, que se prestem reverencias, e muitas vezes
ainda saem reparando, criticando ou caçoando do trabalho, e por que tudo
isto? Justamente pelo fato de que a espiritualidade para eles é apenas
um detalhe.
Não sei onde isto vai acabar, espero que acabe antes que a Umbanda acabe...
Amigos longe de mim querer
generalizar ou ser o dono da verdade, como disse no inicio, sou apenas
um observador do comportamento umbandista.
Ainda bem que temos terreiros que
ainda mantêm a essência da Umbanda, onde a palavra de um Preto Velho ou
de um Caboclo é ouvida e seguida. Onde o dirigente senta com seus
filhos, ouve, explica, não tem vergonha de dizer “não sei, mas vou
tentar aprender”.
Este texto nada mais é que um
desabafo de um saudosista, que pisou muito em terreiro de chão batido,
que limpou muito cinzeiro, que já caiu varias vezes de “bunda” no chão
durante o desenvolvimento, que já levou muito “pito” de entidades, que
teimou muitas vezes, mas que aprendeu a amar com todas as forças a
Umbanda, e que depois de todo este tempo vivenciando a Umbanda tem uma
pergunta aos Umbandistas:
POR QUE A SIMPLICIDADE NÃO SATISFAZ ???
amor&luz
namastê
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Gostei muito desse desabafo que foi publicado em outra rede e quis compartilhar aqui com vocês.
Paz, Amor e Luz
Verônica D'amore.
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