José do Patrocínio, advogado, negro,
vivia revoltado com a escravidão do Brasil. Certo dia, resolveu ir a uma
reunião espírita, com o intuito de observar a comunicação dos médiuns e fazer algumas
perguntas:
- Por que os
negros são escravos?
- Por que são
torturados?
- Por que são
alvo de tratamento triste e discriminatório?
- Como fazer
para ajudá-los?
A entidade espiritual respondeu-lhe:
- Vá à biblioteca geral e procure
tal livro.
José do Patrocínio despediu-se e
procurou o livro indicado. Para sua surpresa, a obra era de um alemão que
falava mal dos negros. Favorável à escravidão, dizia tratar-se de seres
inferiores.
Ficou chocado com o que leu e
pensou:
"Peço uma orientação, perguntando
por que os negros são escravizados e maltratados, buscando uma forma de ajuda,
e me mandam ler um livro que fala mal deles".
No dia marcado para a próxima
reunião, José do Patrocínio dirigiu-se ao local. Assim que a entidade
espiritual que orientava a casa se manifestou, ele foi logo dizendo:
- Fiz uma pergunta para saber por
que os negros sofrem tanto, e o senhor me mandou ler um livro escrito por um
alemão que fala mal deles, dizendo, inclusive, que constituem uma raça
inferior.
Com tranqüilidade, a entidade
espiritual, respondeu:
- O alemão que escreveu esse livro,
falando mal da raça negra, foi você em uma outra encarnação. Por isso, precisou
encarnar como negro, para sentir o sofrimento deles. Veio nesta encarnação com
o compromisso de prestar auxílio à raça negra.
José do Patrocínio entendeu a lição.
Por sua inteligência e vontade de ajudar, aliou-se a lideranças políticas para
conseguir a libertação dos negros, por intermédio da princesa Isabel.
Trabalhou, persistiu e lutou muito,
junto com pessoas que ocupavam posições de destaque.
No dia 13 de maio de 1888, princesa
Isabel decretou a libertação dos escravos no Brasil. José do Patrocínio
resgatava, assim, o débito contraído em encarnação anterior.
O
passado fala alto no presente. Não existe efeito sem causa. Prejudicamos
criaturas no passado, e Deus nos concede a reencarnação, como oportunidade de
acertarmos o que ontem desacertamos.
Aproveitemos com boa vontade,
esforço e renúncia as oportunidades que nos são concedidas.
Autor
desconhecido
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